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Novo Benfica

Novo Benfica

27
Jan09

A gestão do balneário

Miguel Álvares Ribeiro

 

 

Desde que veio para o Benfica que sou um admirador de Quique Flores, sobretudo pelo seu carisma e pela postura diferente que assumiu, em termos de correcção, frontalidade, honestidade e simpatia.

 

Após um início de época muito prometedor, com bons resultados e exibições, começaram a surgir exibições e resultados menos positivos e logo se começaram a ouvir as vozes críticas. Embora reconhecendo alguma razão no que diz respeito à pobreza exibicional em alguns jogos e à rigidez táctica que não permite a existência de soluções alternativas ao “seu” sistema de jogo, sempre continuei a manter a confiança em Quique.

 

 

Apesar disso, as recentes decisões e intervenções públicas de Quique têm-me desiludido. Começou com os “castigos” impostos aos jogadores que tiveram uma exibição menos conseguida ou mesmo com erros graves. Foi o caso dos guarda-redes, com o afastamento de Quim (nem para o banco foi) e depois de Moreira, após falhas graves. Não penso que esta seja a melhor forma de resolver estas falhas e certamente mina a confiança dos jogadores. Depois de todas estas experiências penso que concordaremos, quase unanimemente, que Quim tem que ser titular e Moreira o suplente. Não consigo compreender o continuado afastamento de Quim dos relvados.

 

Não sabemos (eu, pelo menos, não sei) o que se passa no interior do balneário do Benfica, mas não é novidade para ninguém que a força de uma equipa depende muito do espírito de grupo que consiga estabelecer-se entre todos os seus elementos, pelo que e a qualidade do ambiente no balneário e a união no esforço colectivo e nos objectivos do grupo são fundamentais. Nenhum indivíduo se pode, portanto, sobrepor ao colectivo, mas é importante saber integrar todos nesse espírito de grupo e nos objectivos comuns. Essa é uma das tarefas fundamentais da dupla Rui Costa/Quique Flores.

 

Também nesse aspecto as recentes intervenções de Quique não têm sido felizes; não duvido que Balboa e Reyes, para citar os exemplos mais recentes, precisam de ser responsabilizados e espicaçados, para mostrarem níveis exibicionais mais elevados e consistentes, mas não me parece que a gestão do balneário em conferência de imprensa seja a solução para tal.

 

 É evidente que, não conhecendo, como já admiti, o que se passa no balneário, não posso fazer um juízo definitivo sobre estes incidentes mas, apesar da posição especial que ocupa, Quique (juntamente com Rui Costa) é também um dos elementos do grupo e o principal responsável por conseguir que este apresente bons resultados. Daí que não me pareça positiva a atitude de se pôr de fora a criticar publicamente alguns elementos do grupo. A bem da união do grupo é importante que todos assumam as suas falhas e que as consigam ultrapassar em espírito de cooperação e não de acusação/crítica pública.

 

Naturalmente que é inevitável, num grupo altamente competitivo, a existência de rivalidades entre os seus elementos, até porque as suas carreiras dependem em grande medida das oportunidades que têm de mostrar o seu valor em campo (aqui convém também explicar-lhes que depende primeiro da qualidade do colectivo pois sozinhos não vão derrotar os adversários). É, no entanto, tarefa do treinador e dos dirigentes resolver esses conflitos no interior do grupo, evitando o desgaste mediático, sempre prejudicial. Também aqui me parece que o caso de Cardozo não tem sido bem enquadrado. Apesar de não querer entrar por questões técnicas, porque não serão eventualmente neste caso as mais relevantes e porque para elas não tenho qualquer competência, não consigo perceber que quando se precisa de reforçar o ímpeto atacante da equipa, a dupla Cardozo/Suazo, servida por Aimar não seja uma opção mais frequente.

 

 

Como já vimos, temos que ser muito superiores para conseguir impor-nos pois, se o jogo for equilibrado ou se formos apenas ligeiramente superiores ao adversário, o sistema arranja sempre maneira de nos prejudicar. Convém, portanto, não dar ainda mais armas aos adversários; a estabilidade é essencial, evitar situações públicas de divisão interna é imperioso.

 

 

Continuo firmemente convencido que a dupla Rui Costa/Quique Flores é a indicada para conduzir o Benfica neste processo de renovação e que nos trará ainda muitas alegrias, mas algumas das atitudes mais recentes devem merecer uma seria reflexão e, se não existem outros factores que desconheço, uma inflexão na política de gestão do grupo.

05
Jan09

ENSAIO SOBRE O CARÁCTER

Pedro Fonseca

Eu, benfiquista primário, me confesso: estou envergonhado! O que vi, ontem à noite, na Trofa foi mais que uma derrota. É difícil explicar, mas Rui Costa e Quique resolveram-me o problema: falta de carácter.

Apesar dos dois responsáveis máximos pelo futebol terem dado a cara (bom sinal) no final da partida e terem assumido as responsabilidade (outro bom sinal), deduzi que a acusação de falta de carácter referida se destinava aos jogadores.
De entre os vários significados que o Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora (8ª edição) dá à palavra carácter, retiro os seguintes: génio, energia, firmeza, força de ânimo. Ora bem, Rui Costa e Quique têm razão – faltou carácter.
O que me pergunto, e coloco à reflexão dos leitores, é que Benfica vamos ter daqui para a frente? Esta não é uma questão meramente retórica. A bem do Benfica, clube e equipa de futebol, esta época tem de ser dividida num a.t. (antes da Trofa) e num d.t. (depois da Trofa).
Digamos que o jogo de ontem foi um “buraco negro”, como se diz na astrologia. Para retomarmos o trilho anterior de vitórias, que sempre foi o “sinal distintivo” (outro significado de carácter) do Benfica, é preciso duas coisas: mão dura e cabeça fria. É isso que peço a Rui Costa e a Quique Flores – mão dura e cabeça fria.
Sobra a questão do carácter. Isso é algo que se tem ou não se tem. Não se compra, não se aluga, não se injecta. Quem lida diariamente com os jogadores do Benfica saberá bem porque falou em falta de carácter ontem à noite.
Eu poderia colocar-me aqui a fazer perguntas de algibeira: porquê isto? porquê aquilo? (porque foi o Benfica o último dos “grandes” a regressar ao trabalho? – por exemplo). Mas prefiro continuar a falar de carácter – ou da sua falta.
Ora, se bem se recordam, carácter quer dizer, entre outras coisas, energia e força de ânimo. Mais de duas horas antes do jogo, resolvi percorrer as ruas da Trofa, próximas do estádio. Vi os passeios pejados de milhares de pessoas, com cachecóis, bandeiras, camisolas, à espera do autocarro que transportava os jogadores do Benfica. Gente de perto e de longe. Homens, mulheres e crianças. Gente, na sua esmagadora maioria, humilde. Gente com energia e força de ânimo. Gente de carácter. Gente à Benfica.
Os jogadores do Benfica viram bem as caras, as mãos, de toda essa gente que os recebeu em delírio, em euforia, em deslumbramento. Pessoas que fizeram centenas e centenas de quilómetros. Pessoas que pagaram um preço elevado de bilhete para ver o Benfica.
Será que os jogadores do Benfica não têm sentimentos? Será que lhes é completamente indiferente esse ambiente de loucura à sua volta?
Fazer feliz toda essa mole humana fantástica custa tão pouco. Custa apenas ter um pingo de vergonha e de personalidade. E ter sentimentos por quem de quase tudo se despoja para os ir ver jogar. “Sentir o Benfica” é outro dos significados da palavra carácter.
Post-Scriptum: Bastava que os jogadores do Benfica bebessem um pouco da energia e força de ânimo dos seus adeptos para tudo ser diferente. Quero homenagear todos os adeptos do Benfica que ontem estiveram na Trofa na pessoa de um amigo especial e ilustre benfiquista chamado António Souza-Cardoso, a quem não falta carácter, nem energia, nem força de ânimo. 
20
Dez08

"Não Me Conformo Com o Deixa Andar..."

António de Souza-Cardoso

A frase que eu repeti neste Blog vezes perdidas não é, desta repetida vez, de minha autoria.

Quem a afirmou foi o Senhor Quique Flores na hora da despedida do Benfica da Taça UEFA.

E não teve razão para menos, não tanto porque precisava de emendar a mão de ambições segundas e menores que transmitiu em momentos recentes mas, principalmente, porque o tal Benfica Europeu, o tal grande projecto galvanizador de um Clube á altura do seu prestigio mundial, acaba sem brio nem glória na porta pequena da mais pequena competição Europeia.

E não acaba de qualquer maneira: acaba em último lugar, sem qualquer vitória, com um único ponto, nove golos sofridos e apenas um golo marcado. E isto, veja-se bem, às mãos (ou aos pés) de 4 equipes pouco destacadas, de outros tantos campeonatos pouco competitivos.

Até o Sporting de Braga, num grupo, com clubes mais destacados de campeonatos mais competitivos, cumpriu com grande dignidade (e pouca fortuna, diga-se) o que está ao alcance de uma equipe de média estatura, que é passar a fase de grupos desta segunda Liga europeia.

Disse há “uns posts atrás” que tive vergonha do Benfica na derrota com o Olympiakos. E andamos aqui no Blog a discutir sentimentos entre todos. Digo agora, mais alto que, independentemente de sentimentos e daquilo que é (e significa) “ter vergonha na cara”, o desempenho do Benfica na Europa, foi uma verdadeira vergonha e merece a nossa reflexão e preocupação.

Tínhamos acabado de ser eliminados da Taça pelo Leixões(!!!) e bem sei que só um milagre nos manteria aberta a porta da Europa.

Mas perder outra vez???

Com miúdos, sem miúdos, com sorte ou azar, com corrupção ou lisura, foi perder outra vez no “santuário” da Luz, contra uma equipe de que seguramente poucos ouviram falar.

E, por isso, o Benfica deste novo ciclo, o Benfica de todas as promessas, do nosso menino Rui Costa, do jovem e ambicioso Quique Flores, fica reduzido a poder ganhar o campeonato (coisa que matematicamente pode ocorrer a qualquer dos clubes da chamada Liga Sagres).

Mas não vamos em primeiro? Vamos, é verdade. Sim, com muito orgulho – já aqui falei do truculento sabor de não “vermos ninguém à nossa frente”.

Mas depois de tudo isto, começo a pensar se este primeiro lugar não será mais por demérito, nomeadamente do FC Porto que renovou mais profundamente a equipe e que tardou mais do que é habitual a ganhar rotinas e procedimentos.

E agora que as tem vindo a ganhar, ao contrário desta confrangedora intermitência exibicional do Benfica, começo a pensar naquele dramático “até quando?”.

E começo outra vez a duvidar, se para além do nosso menino Rui e do jovem e ambicioso Quique, algo mudou de verdadeiramente estrutural na Organização e na Gestão desportiva do Clube?

Digam o que Vos apetecer, mas não posso calar o que me vai na alma: que começo a estar cansado de perder, de acreditar em novos ciclos, de aprovar papel comercial para comprar ainda mais jogadores, num faz de conta que somos ricos e de que é só dar um tempinho que seremos seguramente o Clube Maior que já fomos.

Estou farto de ser gozado cá dentro pelo nosso cheiro a reposteiro e a passado.Estou farto de ser gozado lá fora, até por treinadores obscuros de equipes mediocres.

Já sei que batemos no fundo e que foi preciso tirar o Benfica do pântano onde se atolou. Serão certamente poucas, todas homenagens e felicitações feitas e a fazer a esta Direcção pelo papel que teve nesse capitulo importante da vida do Clube.

Mas o que me preocupa, porque a memória é fraca, é que também muitos de nós diziam do Benfica dessa altura pantanosa o mesmo “ amanhã é que vai ser” e” é preciso dar tempo ao tempo” que hoje insistentemente dizem quando alguém se atreve a duvidar.

E não vou repetir mais vezes que esta dúvida, esta revolta e esta vergonha são, claro está, pelo Amor ao Benfica que nada nem ninguém fará diminuir! 

Como Quique Flores, também eu “não estou aqui para fazer parte da história recente do Benfica”.

Como Quique Flores também eu “não me conformo com o se não for hoje é amanhã!”.

Quero ser Campeão, Já!

Viva o Benfica!

 

António de Souza-Cardoso

 

10
Nov08

Noite de estrelas na Luz

Pedro Fonseca

Foto Jantar

O António Souza-Cardozo escreveu um texto admirável sobre o memorável jantar de sexta-feira à noite, no Estádio da Luz, organizado por este blogue. Sem Benfica no fim-de-semana, vejo-me compelido a abordar, de novo, esta iniciativa, que contou com a presença do Presidente, Luís Filipe Vieira, e do Director Desportivo, Rui Costa.

Receio, porém, não estar suficientemente à altura de tal tarefa, depois do que escreveu o Souza-Cardoso. Assumo, no entanto, o desafio.
Antes de mais, uma palavra de agradecimento para os benfiquistas que marcaram presença no encontro. Depois, o agradecimento que se exige ao Presidente Luís Filipe Vieira e ao Director Desportivo, Rui Costa. Não só pela participação mas pelas intervenções realizadas.
Luís Filipe Vieira falou da obra erguida em 5 anos, a sua “menina dos olhos”, da recuperação financeira, da devolução da credibilidade ao clube, da revolução encetada ao nível administrativo, com a modernização interna do clube – cuja “cereja em cima do bolo” é a ligação “online” a todas as Casas do Benfica -, o novo estádio e centro de estágio, a recuperação das modalidades, hoje com performances ganhadoras, do reforço da equipa de futebol, etc.
José Nuno Martins, director do Jornal do Benfica, escreveu em recente editorial que a obra de Vieira é fruto de uma extraordinária perspectiva “visionária” do que deve ser o Benfica do futuro.
O Presidente do Benfica realçou, ainda, os novos projectos que o animam para o futuro: o Museu, a Fundação, e, principalmente, a revolução que pretende fazer ao nível audiovisual, através da Benfica TV, sabendo que o Benfica é o líder em termos de audiências televisivas. A recente polémica com a ZON TV Cabo é a prova de que Vieira não recua, nem verga, na defesa dos interesses do Benfica.
“Se tenho alguma responsabilidade neste processo de recuperação e regeneração do Benfica é ter tido sempre a preocupação de não olhar para a árvore, mas sim para a floresta”, disse, durante uma intervenção clarividente e esclarecedora.
O Benfica do futuro exige que não se abalem os alicerces construídos nestes últimos anos. E, por isso, é imperioso que se recusem quaisquer aventureirismos, que levariam o Benfica, outra vez, até perto do abismo.
Rui Costa é o garante que aos 3 títulos conquistados nos últimos anos (Campeonato, Taça e Supertaça), muitos mais se vão somar. De uma forma consistente e permanente. Ao comando do futebol, Rui Costa sabe como ninguém do seu ofício. Respira futebol e benfiquismo por todos os poros e sente-se como peixe na água a falar do jogo que o elegeu como um dos seus maiores intérpretes de sempre.
Guardo ainda na memória uma frase do Rui, que me há-de acompanhar até Maio/Junho, quando o campeonato estiver no fim. “Vamos ser campeões”, disse o Maestro. Foram como acordes de música celestial estas palavras. Despedimo-nos com a “chama imensa” bem acesa dentro da nossa alma. O Benfica do futuro está lançado a grande velocidade.
 
Post-Scriptum 1: Uma das maiores conquistas de Luís Filipe Vieira foi a mobilização dos benfiquistas em torno do clube. Agora que tanto se fala em “militância” clubística, Vieira bem pode dizer: “uns têm-na, outros não”. E para provar esta realidade, basta ver que o Sporting, em dois jogos importantíssimos (Shaktar e FC Porto) não reuniu mais de 45 mil pessoas em Alvalade. O Benfica, na Luz, num só jogo (Galatasaray), ultrapassou essa fasquia;
 
Post-Scriptum 2: Perdoem-me esta “boleia”, mas, sobre o jantar de sexat-feira, podem ainda consultar o que escrevi n´”O Inferno da Luz”.
09
Nov08

"Ganda Noite!"

António de Souza-Cardoso

Benfica.jpg

Escrevo depois de uma jornada de caça madrugadora, feita junta a Mértola, num montado dobrado, imponente e custoso, prenhe de perdizes ásperas a exigir assomos rijos do corpo.

Quando tocou a vespertina tinha dormido 3 horas velozes, minguadas e senti o corpo lerdo e dorminhoco a pedir mais descanso para as despesas do dia.

Pensei no que acontecera na véspera. Pensa-se sempre na véspera com arrependimento. Aquele último wisky…, aquela última hora de escusada folia.

Mas quando rememorei, sorri, ainda com o doce sabor do Benfica.

 Foi uma “Ganda Noite”.

 Acabada, é certo, com 3 horas de condução até Mértola sob o castigo de um nevoeiro denso. Mas valeu a pena.

Lá estava o “Terra Limpa” com um texto magnífico que explicava que o Xistra é um instrumento de limpeza equídea (com amostra e tudo);

 Lá estava a querida Vitória que tem um sorriso tão amigo e suave como os comentários que escreve.

 Lá estava o João e o Pai do João que o educou com esmero e paixão benfiquista.

 Lá estava o meu Amigo Raúl Lopes e o nosso amigo Luis Miguel que não via há anos “gordos” (os anos, não ele).

 Lá estava a tertúlia, feita de gente fogosa e cheia de graça.

Lá estava o Presidente, bem-humorado e chistoso, dando ao evento o cariz familiar que merecia.

Lá estava o Rui Costa, rigorosamente á minha frente (juro, não estou a regar) com aquele ar de “menino” (como ele diz) que nos cativa a todos.

Lá estávamos nós:

 Eu, o Bruno Carvalho (feliz, tal como eu), o Pedro Fonseca (que finalmente conseguiu dar cabo de mais um carro), o Armindo (a quem falta o tempo para a “palavra” mas não para “comunhão”), o Pedro Ribeiro (que joga com a mesma destreza connosco e com a Tertúlia).

 A noite teve, para mim que lá regressava depois da arrepiante vitória com o Nápoles, muitos momentos inesquecíveis, coroados com uma intervenção serena, construtiva e ambiciosa do Presidente Luis Filipe Vieira que correspondeu à transbordante vontade, tão bem defendida pelo Bruno Carvalho, de sermos (sempre) “Campeões para Sempre”.

Mas os dois momentos que me tocaram mais fundo, os grandes golos que este novo Benfica fez na noite de ontem da Luz, foram os daquele texto apaixonado do Carlos que, sem estar presente, nos projectou a todos para este intrépido romantismo que é “sermos Benfica”, na mesma imensa paixão: projectados no ar naquela indelével mas majestática linha da esperança ou, como com o Galatasaray, arrostados no chão a sacudir o pó, só no tempo preciso que nos leva a subir outra vez.

E a intervenção (toda) de Rui Costa, que nos contou a sua vida (toda) de Benfiquista inteiro, mesmo nos tempos em que a geografia e a grandeza o afastaram de nós.

Durante uns vinte mágicos minutos, ali ficou, com aquele ar de “Menino” ainda apaixonado, a falar da Sua amada com elegante desvelo e inebriante paixão.

Quando o Rui terminou pedindo para o Balneário o texto do Carlos, juntou num rosto que é o dele e num gesto que nos abraçou a todos, a grande Declaração de Amor que acompanhará a memória desta Ganda Noite de paixão e fervor Benfiquista.

 

António de Souza-Cardoso

 

PS1: Seria injusto não destacar o papel do Pedro Fonseca na organização do Jantar. Também Ele um exemplo maior de Amor e dedicação ao Clube. Manuel Alegre diria: – “que este Amor é de Pedro por … Benfica”. Eu digo, com mais simplicidade: - Obrigado Pedro!

PS2: Outra vez por razões que me ultrapassam - o Alentejo profundo está ainda mal “conectado”, não conseguir pôr o post no momento que seria oportuno. As minhas desculpas por isso.

 

04
Nov08

Venha jantar com ... Rui Costa

António de Souza-Cardoso

 Para além do Presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira, também Rui Costa confirmou já a presença no nosso primeiro jantar o que nos enche, sinceramente, de enorme alegria.

Julgamos que será um momento muito importante de reunião e de debate sobre o Benfica a que nenhum dos assíduos participantes do nosso Blog deve faltar.

Como os lugares são muito limitados agradecemos a V. rápida inscrição que pode ser feita através do email: novobenficajantar@gmail.com

Por lapso dissemos que o preço da inscrição era de 12,5 Euros.

Infelizmente é um pouco mais caro – 18 Euros, mas estamos certos de que valerá a pena e todos nos sentiremos melhor e mais unidos em torno da ideia de ajudar a construir um Novo Benfica, um Benfica Maior.

 

Saudações Benfiquistas

 

Asc

Bc

Pf

 

09
Ago08

O Melhor Ataque é a Defesa!

António de Souza-Cardoso

As grandes equipas do Benfica, tiveram sempre grandes defesas! Não falo já dos mais remotos anos 60 onde todos os sectores da equipa eram de uma excelência inigualável no futebol português, como comprovam o nº de campeonatos ganhos e as duas Taças dos Campeões Europeus.

Falo de tempos mais recentes onde o Benfica, com boas defesas, ganhava (quase) sempre. Quem não se lembra de Ricardo Gomes, Mozer, Aldair, Humberto Coelho, Marchena e Ricardo Rocha para falar de defesas centrais, ou de Artur, Veloso, Miguel ou Pietra, para falar de alguns dos excelentes laterais do Benfica das últimas épocas?

O Benfica perdeu a hegemonia do futebol português quando deixou de ter a melhor defesa. Curiosamente o Porto ganhou esse espaço ao Benfica, no coincidente momento, em que passou a garantir e defesa mais competitiva e segura.

Passemos o filme à frente e testemos a tese nestes últimos, dolorosos, anos. O Benfica não tem laterais que defendam há mais de 3 anos. O Benfica tem apenas Luisão, nem sempre motivado e quase sempre desacompanhado, no eixo da defesa.

 Há dois anos o Benfica perdeu o campeonato e as aspirações europeias quando Luisão se sentou, lesionado, para parar durante longo tempo. No final da mesma época perdeu para toda a época seguinte uma das melhores contratações que fez – David Luiz, comprado para o lugar de um Ricardo Rocha que, como hoje se vê, não devia ter saído do Benfica.

Mas recorremos a dados mais estatísticos que Vos digo de memória. O Benfica ganhou o campeonato há 4 anos e não conseguiu melhor que um terceiro lugar nos últimos 3 anos.

Em qualquer destes últimos 3 anos o Benfica marcou mais golos do que no ano em que foi campeão. Mesmo neste último, vergonhoso, 4º lugar marcou também mais golos do que o Sporting e que o Guimarães que o antecederam na classificação.

Conclusão: o problema esteve sempre na defesa, apesar (e não será por acaso) das excelentes exibições feitas pelos seus guarda-redes – veja-se o caso de Quim na última época!

Parece confirmada no Benfica a tese que diz que qualquer equipe campeã se constrói a partir da defesa. Mas então se é assim, porque raio é que continuamos à procura de mais jogadores para o meio campo e o ataque?

 Para dispensar gratuitamente grandes referências do Benfica como Petit que já “assinou” uma grande exibição (com golo e tudo) na sua estreia pelo Colónia?

Onde estão os laterais que o Benfica precisa? Vamos jogar á esquerda com um bom jogador que não defende bem, mas é generoso a atacar, apesar do peso da idade lhe tirar a velocidade que tanto o notabilizou?

 E à direita? Vamos adaptar outro jogador? Miguel Vitor? Vamos continuar a insistir em Nelson que também não defende?

Será que Rui Costa e toda a equipe técnica não vêem o que toda a gente vê? Com o dinheiro de Luis Garcia (para que servem Nuno Gomes, Makukula e Óscar Cardozo, para não dizer Reyes, Aimar ou Pedro Mantorras?) estou seguro que poderíamos ter uma defesa segura.

Por isso, meus amigos, aqui fica o alerta: neste tão curto resto de defeso concentremo-nos em construir uma boa defesa porque provavelmente, ao contrário do que diz o adágio, “o melhor ataque é a defesa”!

 Ou, como dizia Egas Moniz, aio e mestre de armas do nosso primeiro Rei: – “Sem um bom escudo, a espada de nada serve”.

 

António de Souza-Cardoso

 

PS – Mais do que vergonhosa, a atitude da Comissão Disciplinar da Liga em suspender Luis Filipe Vieira, foi perigosa para o futebol português. Pelo precedente que abriu, pela discricionariedade que suscita e estimula. Revejam a entrevista de Pinto da Costa à SIC e o grave teor das acusações que faz à Federação e à Liga e perceberão. Reflictam nas palavras públicas escritas por Freitas do Amaral, no seu parecer, e as acusações claras feitas ao mesmo Conselho de Justiça da Federação e entenderão. Nenhum deles será suspenso. A justiça será denegada. O que passa a valer é a discricionariedade e a caça às bruxas. Sem que se possa sequer “chamar a policia”!

 

23
Jun08

É de chorar a rir

Pedro Fonseca

Vale a pena chorar? Acho que não. Aos mais distraídos convém lembrar que Rodriguez foi apenas um pretexto para não se falar de Lucho, de Quaresma, de Paulo Assunção ou de um outro (quem será?), todos cansados de habitar no Dragão.

Basta reflectir um pouco para perceber que o FC Porto abriu os cordões à bolsa de maneira totalmente insensata para criar uma “cortina de fumo” que desviasse as atenções dos adeptos de casos graves que se passam no seu seio.
Lucho e Quaresma dizem alto e bom som que querem sair e transferirem-se para “um grande clube”. Assunção já se foi e nem se despediu. Alguém mais está a fazer as malas? Esperem pela volta…
E Lisandro? Que reacção terá o goleador da Liga ao saber que as “cebolas” estão caras ali para os lados da Avenida Fernão Magalhães? As pretensas vinganças têm destas coisas, não nos deixam pensar com a cabeça fria e o prazer do momento acarreta, muitas vezes, consequências incontroláveis. Lembram-se de Sokota e de Jankauskas?
Coloquemos de lado os produtos hortícolas, que em tempo de crise alimentar ganharam um enorme valor de mercado, e passemos a coisas mais sérias. Futebol, por exemplo, daquele que se joga dentro das quatro linhas.
Se a sina do Benfica era todos os anos ganhar o “campeonato do defeso” e depois perder o “campeonato a sério”, a fazer fé nos analistas que dizem que está a perder o “campeonato do defeso”, o que se segue é ganhar o “campeonato a sério”. Boa sina, portanto.
Martins e Pongolle, ou Pongolle e Martins, mais Aimar e Escudero, talvez Miccoli e Balboa, quem sabe Reyes ou Luís Garcia. Bom, vamos ser pragmáticos, alguém tem de ser, que urge fechar o plantel. Mas era importante que se fizesse alguma coisa para estancar esta torrente de nomes que inundam os jornais todos os dias.
Se Rui Costa quer um conselho, de que estou certo não precisa, aqui vai, mesmo assim: a fazer fé nos jornais, Martins e Pongolle custam 10 milhões; Tiago, da Juventus, pouco mais. É preciso fazer um desenho?
Eu sei que ficaria a faltar um avançado que jogue bem nas alas. E mais um guarda-redes e um defesa-direito. E um número 10 (meu caro Rui, a carta para Pablito Aimar pode ser uma inovadora técnica de comunicação, mas e se ele a devolve na volta do correio?).
Como não tenho responsabilidades, nem sei qual é o orçamento disponível, posso dar-me ao luxo de ter estes devaneios. Assim, cá por mim nem hesitava: para a baliza ia buscar o Stojkovic, que quer deixar Alvalade; para defesa-direito o Miguel, do Valência – mas só depois de pedir desculpas públicas pela forma como abandonou o Benfica -; para “10”, Pablito Aimar era um achado; para avançado móvel, Pongolle era bom, mas Miccoli era melhor; e ainda havia lugar para um “box to box” como Carlos Martins.
Seja como for, Rui Costa ainda tem muito trabalho pela frente. Vamos acreditar que levará a água ao seu moinho e que tudo está a ser preparado como previsto. Não é uma “cebola” que irá estragar o repasto, pois não?

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