Escrevo depois de uma jornada de caça madrugadora, feita junta a Mértola, num montado dobrado, imponente e custoso, prenhe de perdizes ásperas a exigir assomos rijos do corpo.
Quando tocou a vespertina tinha dormido 3 horas velozes, minguadas e senti o corpo lerdo e dorminhoco a pedir mais descanso para as despesas do dia.
Pensei no que acontecera na véspera. Pensa-se sempre na véspera com arrependimento. Aquele último wisky…, aquela última hora de escusada folia.
Mas quando rememorei, sorri, ainda com o doce sabor do Benfica.
Foi uma “Ganda Noite”.
Acabada, é certo, com 3 horas de condução até Mértola sob o castigo de um nevoeiro denso. Mas valeu a pena.
Lá estava o “Terra Limpa” com um texto magnífico que explicava que o Xistra é um instrumento de limpeza equídea (com amostra e tudo);
Lá estava a querida Vitória que tem um sorriso tão amigo e suave como os comentários que escreve.
Lá estava o João e o Pai do João que o educou com esmero e paixão benfiquista.
Lá estava o meu Amigo Raúl Lopes e o nosso amigo Luis Miguel que não via há anos “gordos” (os anos, não ele).
Lá estava a tertúlia, feita de gente fogosa e cheia de graça.
Lá estava o Presidente, bem-humorado e chistoso, dando ao evento o cariz familiar que merecia.
Lá estava o Rui Costa, rigorosamente á minha frente (juro, não estou a regar) com aquele ar de “menino” (como ele diz) que nos cativa a todos.
Lá estávamos nós:
Eu, o Bruno Carvalho (feliz, tal como eu), o Pedro Fonseca (que finalmente conseguiu dar cabo de mais um carro), o Armindo (a quem falta o tempo para a “palavra” mas não para “comunhão”), o Pedro Ribeiro (que joga com a mesma destreza connosco e com a Tertúlia).
A noite teve, para mim que lá regressava depois da arrepiante vitória com o Nápoles, muitos momentos inesquecíveis, coroados com uma intervenção serena, construtiva e ambiciosa do Presidente Luis Filipe Vieira que correspondeu à transbordante vontade, tão bem defendida pelo Bruno Carvalho, de sermos (sempre) “Campeões para Sempre”.
Mas os dois momentos que me tocaram mais fundo, os grandes golos que este novo Benfica fez na noite de ontem da Luz, foram os daquele texto apaixonado do Carlos que, sem estar presente, nos projectou a todos para este intrépido romantismo que é “sermos Benfica”, na mesma imensa paixão: projectados no ar naquela indelével mas majestática linha da esperança ou, como com o Galatasaray, arrostados no chão a sacudir o pó, só no tempo preciso que nos leva a subir outra vez.
E a intervenção (toda) de Rui Costa, que nos contou a sua vida (toda) de Benfiquista inteiro, mesmo nos tempos em que a geografia e a grandeza o afastaram de nós.
Durante uns vinte mágicos minutos, ali ficou, com aquele ar de “Menino” ainda apaixonado, a falar da Sua amada com elegante desvelo e inebriante paixão.
Quando o Rui terminou pedindo para o Balneário o texto do Carlos, juntou num rosto que é o dele e num gesto que nos abraçou a todos, a grande Declaração de Amor que acompanhará a memória desta Ganda Noite de paixão e fervor Benfiquista.
António de Souza-Cardoso
PS1: Seria injusto não destacar o papel do Pedro Fonseca na organização do Jantar. Também Ele um exemplo maior de Amor e dedicação ao Clube. Manuel Alegre diria: – “que este Amor é de Pedro por … Benfica”. Eu digo, com mais simplicidade: - Obrigado Pedro!
PS2: Outra vez por razões que me ultrapassam - o Alentejo profundo está ainda mal “conectado”, não conseguir pôr o post no momento que seria oportuno. As minhas desculpas por isso.