28
Jul09
O NOVO BENFICA
José Esteves de Aguiar
O nosso Benfica está, realmente, outro!
Dá gosto ver a forma como os jogadores se empenham, como lutam, como pressionam até ganharem a posse de bola.
Gostei muito – apesar da derrota “fabricada” – de ver a atitude do Benfica no jogo de apresentação contra o Atlético de Madrid e, mais ainda, gostei de ver os jogos contra o Sunderland e o Ajax.
Há quem diga que, neste último jogo, tivemos sorte na forma como obtivemos o primeiro golo, uma vez que foi um auto-golo da equipa adversária. Certo é que os erros dos adversários são, muitas vezes, fruto da pressão exercida pelos nossos jogadores.
Estou convicto de que muitas mais vezes algo semelhante irá acontecer ao longo da época que vai iniciar-se, desde que tal atitude “guerreira” da nossa equipa se mantenha.
Confesso que nunca fui um adepto incondicional de Jorge Jesus, mas tenho que reconhecer que é extraordinária a mudança positiva de atitude que conseguiu provocar em tão pouco tempo. Alguém reconhece o Di Maria, o Aimar, o Carlos Martins, o David Luís, como sendo os mesmos jogadores da época passada? Actualmente, parece-me que temos uma equipa formada por onze Maxi Pereiras, tal a garra com que disputam cada centímetro de relvado.
Se juntarmos a este facto fundamental a capacidade de dar espectáculo, de gizar jogadas espectaculares como as que temos visto, só podemos antever uma grande época!
Quem me conhece bem sabe que não sou de “embandeirar em arco”, mas também sabe que sou daqueles que acreditam até ao fim, que se recusam a alinhar em comentários derrotistas de “velhos do Restelo”.
Para além da “garra” evidenciada e do espectáculo proporcionado, o que mais me tem dado grandes esperanças no novo Benfica é a sensação com que fico, jogo após jogo, de que o futebol flui com naturalidade, parecendo tornar quase surpreendentemente fácil o que se antevia difícil. Independentemente dos resultados, a sensação com que tenho ficado em vários jogos é a de que, se precisássemos de forçar mais, poderíamos construir resultados mais dilatados, sem grande dificuldade.
As soluções ao alcance de Jorge Jesus são, realmente, bastante melhores do que no passado recente, reforçando a sensação de que Luís Filipe Vieira pretende realmente, neste seu novo mandato, reforçar a vertente desportiva.
Os reforços recebidos têm demonstrado sê-lo, de facto, com natural destaque para Saviola, Shaffer, Javi e Ramires. Confirma-se agora a chegada de Keirrison, embora para “rodar” no Benfica.
Confesso que tenho pena – eu que me lembro perfeitamente do Benfica jogar apenas com Portugueses, embora Portugal abrangesse, nessa altura, um âmbito geográfico muito mais amplo – que o nosso clube alinhe actualmente com tantos estrangeiros.
No entanto, tenho grande esperança que esta seja apenas uma fase transitória da história do Benfica porque, com as condições criadas para o surgimento de novos valores, dentro de dois ou três anos poderemos contar com várias jovens promessas portuguesas – entretanto confirmadas – no escalão principal.
O Futuro é nosso!