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Novo Benfica

Novo Benfica

26
Jul09

Que Ambição?

António de Souza-Cardoso

Tenho visto com entusiasmo o “Novo Benfica” 2009/2010..

Bem sei, como dizem os nossos adversários, que este início da época é, à sombra do passado recente, a altura do ano em que a esperança renasce e nem a alma benfiquista mais recalcitrada ou empedernida consegue ficar indiferente à esperança de um futuro que o passado glorioso do Clube repetidamente exige.

Os sucessivos investimentos feitos nos últimos anos aprofundam esta repetida expectativa que a força da marca do Benfica ajuda a amplificar.

Sou um crítico conhecido (pelo menos nos limites deste Blog) do actual Presidente do Benfica. Não obviamente por qualquer razão pessoal. Nas poucas vezes que privei com o Presidente Luis Filipe Vieira, fiquei sempre devedor de uma grande cordialidade que me merecem reconhecimento e apreço. Mas, com a mesma frontalidade que tive com amigos e adversários, sempre achei que o “tempo de vida” e as características de Filipe Vieira não servem o futuro do Benfica. Um bom gestor de empresas não é obrigatoriamente um bom gestor de um clube desportivo porque, como em todos os negócios, existe uma especial intuição que uns têm e …. outros, não.

Este é, no entanto, o tempo genuíno de acreditar e eu, inefável apaixonado do Benfica, não tenho outra hipótese senão acreditar outra vez que, desta vez, vai ser realmente diferente.

Não que nada tenha mudado em relação aos últimos anos. Pelo terceiro ano consecutivo o Benfica faz “uma fuga para a frente”. É o Clube português que mais investe e o que menos “resultados relativos” tem, quer do ponto de vista estritamente desportivo, quer ao nível do “deve e haver” das transferências no cada vez mais curto mercado internacional.

E qualquer leigo percebe que este ciclo desportivo e financeiro não pode continuar por muito tempo. O Benfica tem gasto próximo dos 30 milhões de euros em cada uma das últimas 3 épocas. Sem resultados desportivos. E, logo, sem o retorno financeiro esperado. E também, porque os ciclos “viciosos” têm as suas regras, sem a possibilidade de vender os seus principais activos.

Luis Filipe Vierira quis mais uma vez arriscar. E provavelmente fez bem. O Benfica não pode estar tanto tempo sem ganhar. Mas precisa de acrescentar duas coisas a este arrojo.

Uma, de natureza pessoal, é passar a assumir a liderança e a responsabilidade. Quem arrisca e ganha não deve dispensar os merecidos aplausos. Mas quem arrisca e perde, ainda para mais repetidamente, não deve ficar a assobiar para o ar. Porque o risco, (o dinheiro é claro), não sai do bolso de quem arrisca mas da instituição que todos devemos abnegadamente servir.  

 

Outra, relacionada com a instituição. Se o Benfica não acrescentar a este arrojo um grande cultura de organização, baseada novamente na responsabilidade, na exigência e no rigor, pode continuar a arriscar anualmente que só por acaso petiscará qualquer coisa. Espero, com sinceridade, que Luis Filipe Vieira perceba estas duas lacunas.

A não ser que a ambição do Benfica e dos Benfiquistas seja mais pequena do que ser campeão.

 

António de Souza-Cardoso

 

PS1: Que grande entrevista a de Ricardo Costa ao “Semanário Sol”. Com a clareza e frontalidade de quem nada deve e nada teme, este boavisteiro nascido no Porto, afirma preto no branco que à luz dos novos regulamentos aprovados pela Liga o Porto desceria de divisão pelos actos de corrupção praticados pelo Seu Presidente. E se o castigo de seis pontos, mesmo à luz dos anteriores regulamentos (que não puniam boa parte dos crimes praticados) tivesse sido aplicado no ano passado, o Porto não seria campeão. Então, temos jogo viciado ou não temos?

 

PS2: Gostei da exibição do Benfica contra o Sunderland. Julgo que só falta melhorar no eixo da defesa. Não gostei que tivéssemos começado o jogo sem um único português. Não honra a história nem a glória do Benfica. Só para meditar…

  

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