20
Jul09
O ANO DE TODOS OS PERIGOS
Pedro Fonseca
Este é o ano de todos os perigos. A reeleição de Luís Filipe Vieira, sufragada por uma esmagadora maioria de benfiquistas que não querem que o Benfica caia em mãos estranhas aos sócios, foi um soco no estômago daqueles que por detrás da candidatura de José Eduardo Moniz, com a sua aquiescência ou não, queriam tomar de assalto o nosso clube.
Vieira sabe, porém, que uma batalha está ganha, mas a guerra ainda está para durar. A vertente desportiva é, por isso, a mina de ouro que todos querem agarrar – os direitos televisivos pós contrato com a Olivedesportos.
O investimento feito na equipa de futebol, cujas exibições estão a deixar os benfiquistas de água na boca, visa o único objectivo possível – o título de campeão. Vieira também precisa dele como de pão para a boca.
Quem quer tomar de assalto o Benfica tudo fará para fragilizar Luís Filipe Vieira. E aqueles que se aprestavam para se constituir em alternativa ao actual líder do nosso clube, aplaudirão todos os passos em falso da equipa de futebol.
Vieira sabe disso. Rui Costa também. Os nossos adversários também sabem que este é um ano crucial para o Benfica. A peça principal de todo este puzzle está nos resultados desportivos. Se negativos, Vieira pode cair e o Benfica ficará irremediavelmente exposto; se positivos, então retomaremos a hegemonia do futebol português por muitos e bons anos.
Os últimos sinais dão a entender que o Benfica vai ter de lutar contra tudo e todos. Rui Moreira, o comentador desportivo portista, em crónica no jornal “A Bola”, fez o seu papel. Disse que o Benfica fará “os possíveis e impossíveis” para ganhar o campeonato. Era bom que Moreira clarificasse o que quis dizer, sem lançar estas subtilezas de linguagem para mandar recados a terceiros.
Estamos atentos. Os benfiquistas sabem bem o que quer dizer “fazer os impossíveis” na boca de um portista. O recado estava dado e a arbitragem da final do Torneio do Guadiana percebeu-o bem.
Uma grande penalidade correctamente assinalada sobre Aimar, mereceu um levantamento de rancho no banco do Olhanense, comandado por Jorge Costa, o ex-capitão do FC Porto, que recentemente afirmou que em Portugal o único grande que treinaria seria a sua ex-equipa.
Na ressaca desse lance, o árbitro assinala incorrectamente uma grande penalidade contra o Benfica. É irrelevante dizer que a primeira, falhada por Cardozo, devia ser repetida por adiantamento do guarda-redes. O que é preciso sublinhar são estas habilidades a que o futebol português está há muito habituado.
Querem outro exemplo? Domingos Paciência, lembram-se dele em Leiria? Como treinador da União, olhos no chão, para não ver o seu querido clube a ser derrotado pela equipa que comandava.
Domingos não perdeu o norte. Substituiu Jorge Jesus no comando do Sporting de Braga (coincidência?) e logo disse ao que vinha. Contra todas as regras da ética e do companheirismo afirmou que nunca tinha visto tantas pubalgias num plantel, numa crítica velada aos métodos de Jorge Jesus. E ontem, foi mais claro, ao dizer que o Sporting de Braga deveria ter feito mais e melhor na última temporada. Domingos não perde por esperar e espero que Jesus lhe responda dentro do campo.
Mas estas afirmações não caíram do céu nem nasceram da livre iniciativa de Domingos, que sempre demonstrou ser um bom moço de recados. O que tudo isto revela é que para o Benfica, este campeonato vai ser o ano de todos os perigos!