Eleições e Candidatos
As eleições para os órgãos sociais do Benfica deviam ser uma oportunidade para se discutir o clube, projectando as soluções que permitam o seu engrandecimento.
A discussão das propostas alternativas permitiria uma participação de todos os benfiquistas, pelo menos através da escolha do projecto que mais os entusiasmasse com o voto consciente e esclarecido.
Em vez disso, assiste-se a um jogo de interesses, em que cada candidato se preocupa pouco com os interesses do Benfica e muito com as suas hipóteses de chegar ao poder.
Luís
Além disso, manifestou claramente que a sua reeleição se sobrepõe ao superior interesse do Benfica, com a manobra táctica da antecipação das eleições, para uma altura em que já havia assumido um conjunto importante de compromissos que formatam definitivamente a gestão do futebol (e não só) para a próxima época, e com prazos tão apertados que limitava fortemente a capacidade de apresentação de candidaturas alternativas.
O Benfica deve muito a Luís
Quanto ao Bruno, a sua candidatura tem o grande mérito de ter conseguido, apesar de todas as dificuldades que esta manobra eleitoral certamente provocou, apresentar uma lista e elaborar um projecto que serve de base programática para o mandato. Concorde-se ou não com as ideias propostas (e eu gostei bastante de algumas, mas não irei discutir aqui este tópico para não dispersar em relação ao essencial do post de hoje, que já vai longo), pelo menos sabemos o que esperar do Bruno se ele for eleito.
Apesar disso, a manobra táctica de pedir eleições antecipadas e depois acusar LFV de não ser elegível à luz dos estatutos do Benfica por ter acedido ao seu pedido (OK, não vamos discutir a táctica do “timing” das eleições) insere-se claramente num tipo de jogada eleitoral tão ou mais criticável que a de Luís Filipe Vieira.
Quanto às medidas mais imediatas que cada um tomará se for eleito, também me parece que nenhuma das candidaturas foi muito feliz. De facto, apesar de não conhecer muitas propostas concretas para o curto prazo, as que conheço preferia não conhecer.
Luís
O Bruno, apesar de felizmente já ter feito um recuo táctico, anunciou muito clara e repetidamente que a sua primeira medida seria a contratação de
Das primeiras decisões de Jesus, após a contratação pelo Benfica, divulgadas pela imprensa, consta a decisão de não contar com Chalana e Diamantino como técnicos adjuntos. A ser verdade, esta é mais uma clara demonstração de ineficácia da actual Direcção; de facto, ou estes técnicos não têm competência para os lugares para que foram contratados, ou então não pode ser dada esta margem de manobra a um técnico recém-chegado ao clube.
Voltando ao início, as eleições para os órgãos sociais do Benfica deviam ser uma oportunidade para se discutir o clube, projectando as soluções que permitam o seu engrandecimento. Infelizmente, por tudo o que se tem passado, parece que será mais uma forma de os benfiquistas se agredirem mutuamente em facções rivais e de fornecerem mais armas aos nossos adversários, não só nas "bocas" que iremos ouvir nos próximos dias, como, e mais importante, na luta pelos nossos objectivos em termos desportivos.