O calendário eleitoral
Não sou adepto da antecipação do calendário eleitoral, a não ser por razões de especial gravidade. Não sei se Outubro é o mês ideal para se realizarem eleições num clube com a grandeza do Benfica. Por um lado, a realização de eleições num período em que a equipa se encontra em competição, pode trazer muito ruído e afectar o desempenho competitivo, o que é certamente negativo. Por outro lado, a realização de eleições em Outubro permite que, no caso de ganhar uma equipa dirigente nova, esta tenha tempo para conhecer integralmente toda a dimensão do universo do Benfica e possa preparar de forma tranquila e absolutamente responsável a próxima época, sendo a responsabilidade e os louros dos resultados da 1ª época essencialmente devidos à equipa que acabou o seu mandato. Estou certo de que, quando aprovaram os actuais Estatutos, os meus consócios terão certamente tido em conta os prós e contras de tal escolha. Em função dos fracos resultados desportivos das últimas duas épocas, em que se investiu muito fortemente na equipa de futebol, e de alguma contestação ao modelo de gestão adoptado por esta equipa dirigente, a antecipação das eleições podia fazer sentido, para permitir à equipa dirigente que vencer as eleições tomar já algumas medidas importantes no sentido de preparar a nova época. Nesse caso, seria natural ter convocado as eleições logo a seguir ao final do período competitivo, deixando em aberto a resolução dos principais dossiers relativos à preparação da nova época, como a escolha do técnico e dos reforços necessários para a equipa de futebol. Alternativamente, a equipa dirigente podia considerar que mantinha todas as condições e legitimidade para terminar o mandato e manter-se em plenas funções até Outubro, preparando tranquilamente a próxima época e o período eleitoral.
O que não me parece correcto é que se convoque as eleições para esta altura, condicionando fortemente a possibilidade de preparação e apresentação de alternativas, e que se tomem decisões definitivas sobre os principais dossiers relativos à nova época.
Não me parece correcto porque não considero que tal corresponda à defesa dos interesses do Benfica.
Espero, sinceramente, que apesar de tudo seja possível encontrar alternativas sólidas e viáveis, que permitam uma ampla discussão do futuro do Benfica e uma tomada de posição participativa e consciente por parte de todos os sócios do Benfica.
VIVA O BENFICA!