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Novo Benfica

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20
Mai09

Desistências

Miguel Álvares Ribeiro

1 – No início da época foi anunciado aos benfiquistas um novo projecto, com a entrada de Rui Costa para a gestão do futebol, a contratação de um conjunto de jogadores de alto nível e a implementação de um projecto a dois anos, com uma equipa técnica jovem e ambiciosa.

 

Ainda o primeiro ano não acabou e já é dado como certo que a equipa técnica vai ser substituída (até já se sabe por quem), já foram anunciadas várias contratações de jogadores e todos os dias a imprensa fala de jogadores que são dados como prováveis reforços do Benfica.

 

Para além do facto de os resultados não terem sido os que todos gostaríamos, com a conquista do campeonato ou, pelo menos, de um lugar que desse acesso à Champions League, estes desenvolvimentos vêm demonstrar a falência total do projecto idealizado para o médio prazo – por estranho que pareça, falar de um projecto de dois anos já deve ser considerado médio prazo no futebol do Benfica (aliás, como me perguntava há dias um amigo, para quê fazer contratos com os treinadores a 2 ou mais anos se nos últimos anos nenhum treinador aguentou mais que 1 no Benfica?).

 

O que levou a Direcção a desistir do seu projecto a 2 anos e partir para um novo ciclo?

 

Infelizmente parece que a estratégia não terá sido devidamente delineada e, portanto, continuamos a navegar à vista e a pretender resultados imediatos, pelo que não os teremos, certamente, nem no imediato nem no médio prazo.

 

O Benfica não pode contratar um treinador apenas pelos seus créditos e depois dar-lhe carta branca para gerir os destinos da equipa de futebol. O treinador tem que ser escolhido dentro do perfil pretendido para o Benfica, mas tem que ser claro, desde o início, qual é o espaço de liberdade do treinador e quais são as funções que pertencem aos restantes membros da equipa que gere o futebol. Equívocos como, por exemplo, os que aconteceram com Diamantino e Chalana, não podem acontecer.

 

Por outro lado, o treinador tem que sentir, especialmente nas ocasiões mais difíceis, um apoio mais efectivo, por parte da Direcção do Benfica, do que aquele que foi dispensado a Quique. Não é possível fazer um trabalho de fundo, como o que é necessário na remodelação do funcionamento do futebol do Benfica, se o treinador sentir que à primeira contrariedade tem o lugar em xeque.

 

Muito importante para o sucesso do projecto desportivo é uma estratégia de comunicação muito bem delineada e que sirva os interesses da instituição. Ao longo da época não houve uma coordenação clara das intervenções dos diferentes protagonistas, o que conduziu em alguns casos a situações de aparente contradição, o que naturalmente não serve os interesses do Benfica. As fugas de informação constantes e as manchetes noticiosas a dar conta do que se passa no interior do clube só podem ser prejudiciais; as permanentes notícias de contratação de novos jogadores não serão certamente o melhor incentivo para os que já lá estão.

 

É também necessário definir objectivos e avaliar o sucesso da estratégia adoptada em função do maior ou menor grau com que são atingidos. Claro que, num clube com a grandeza do Benfica, os objectivos devem ser sempre ambiciosos. Penso, no entanto, que na situação actual do Benfica, mais do que apontar para a conquista do campeonato, se devia apostar claramente na construção de uma equipa que pratique um futebol alegre e bonito, que potencie e valorize os valores individuais dos jogadores e que faça o “casamento” da massa adepta com a equipa.

 

 

2 – Confrontado com a desistência de dois dos colaboradores habituais do blog, tenho que dizer que é com muita pena que os vejo partir pois eram, apesar de uma participação não regular, vozes de diferença num blog que se pretende plural e com diferentes visões sobre a realidade do Benfica.

 

Concordo que a publicação de um comunicado, de uma pessoa que se assumiu como candidato à presidência do Benfica, não é uma forma feliz de se participar num blog independente, como dei nota na resposta a um dos comentários que me foi oportunamente feito por um dos nossos leitores. No entanto, assim como eu sempre escrevi aqui o que achei que devia escrever, também acho que o facto de o Bruno se ter afirmado como candidato não lhe deve cercear a capacidade de intervir no blog; a avaliação da oportunidade e da justeza da sua intervenção será feita por quem frequenta o blog.

 

Como considero que a redução do leque de opiniões existentes no blog só poderá contribuir para que ele perca uma parte importante da sua atractividade, eu não desisto.

 

 

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