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Novo Benfica

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28
Abr09

Ser Benfiquista no Porto

José Esteves de Aguiar

 

 

Quando o António Souza-Cardoso me convidou para participar no Novo Benfica, aceitei sem hesitações, só tendo colocado uma condição: poder escrever de forma livre, sem alinhamento com qualquer facção, constituída ou projectada. É claro que este pressuposto me foi de imediato assegurado pelo António, tal como ele refere no seu “post” de dia 26.

 

Entretanto, alguns comentários a esse mesmo “post” deram-me o mote para esta minha primeira intervenção.

 

Ser Benfiquista no Porto não é ser melhor nem pior do que sê-lo em qualquer outro ponto do Planeta, mas é necessariamente diferente. E nem se diga que apenas os Benfiquistas nados e criados nesta cidade sentem desta forma. Tenho amigos Benfiquistas de Lisboa, que vieram viver para o Porto por razões profissionais e que, pouco depois de aqui chegarem e começando a lidar com os “andrades” – é assim que chamamos aos portistas – logo principiaram a sentir o que queremos dizer.

 

Mesmo quem sentiu e sente a rivalidade dos adeptos do Sporting ou de qualquer outro clube, sabe que não tem contra si a lógica avassaladora do domínio do FCP, nos últimos vinte anos. O que pode contrapor um sportinguista contra nós? Nada que nos incomode, nada que possa levar-nos a ter a frustração de os nossos filhos não seguirem a nossa paixão clubística.

 

Ora isto passa-se, principalmente embora não em exclusivo, na cidade do Porto. Tenho três filhos pequenos – entre os 7 e os 11 anos – e luto quase diariamente para manter a “bênção” de ainda serem Benfiquistas. Luto para que se sintam uma orgulhosa minoria no estabelecimento de ensino que frequentam, mas convenhamos que seria bem mais fácil se tivéssemos títulos para festejar!

 

Levei-os para a rua para festejarem a conquista do campeonato no dia 22 de Maio de 2005, mas não pudemos fazê-lo onde quereríamos, na Avenida dos Aliados. Nesse local, os super-dragões esperavam pelos adeptos do Benfica para os “castigarem” pela afronta de nos tornarmos campeões na cidade do Porto. Algum Benfiquista, nalguma outra cidade do Mundo, terá deparado com semelhante situação? Penso que não, porque só aqui é que os adeptos mais ferrenhos do FCP se sentem impunes.

 

Ao festejar a conquista daquele título – tal como a da Taça de Portugal da época anterior, contra o Porto de Mourinho – apercebi-me de um facto curioso: foram estas as primeiras vezes na minha vida que saí à rua para festejar vitórias do Benfica. Com efeito, nessa altura tinha eu 45/46 anos e como vivi toda a minha infância, adolescência e grande parte da idade adulta habituado a ganhar com frequência, nem sequer festejava os títulos com exuberância!

 

Espero, sinceramente, que os Benfiquistas das novas gerações sejam incentivados a manter esta chama imensa – tão grande que supera até o fogo do dragão – o que só poderá ser alcançado se forem habituados a que o nome Benfica seja sinónimo de vitórias, conquistas e glórias!

 

BENFICA SEMPRE!

 

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