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Novo Benfica

Novo Benfica

21
Abr09

"Não Venhas Tarde..."

António de Souza-Cardoso

No Domingo passado tivemos outra vez Benfica.

A boa notícia é que vimos um Benfica diferente, para melhor, duas vezes seguidas.

A boa notícia é que desta vez, não fomos prejudicados nem pela sorte, nem pelo juiz da partida.

A melhor notícia é que, desta vez, para além de jogarmos melhor, ganhamos. É sempre assim quando jogamos bem: arriscamo-nos a ganhar.

E se jogarmos bem não duas vezes ma s muitas vezes, aprendemos a ganhar. Viciamo-nos nisso. Já não sabemos jogar mal e por isso é muito improvável que percamos.

 Apesar dos sistemas (que existem) e de todas as teorias da conspiração (que, habitualmente também existe).

Quando nos viciamos em ganhar somos, por outro lado, mais exigentes. Já não nos contentamos com menos. Exigimos muito da equipe, dos técnicos, dos dirigentes.

E a própria equipe, os técnicos e os dirigentes, sentem essa pressão e, simultaneamente, esse estimulo e essa vocação ganhadora.

Chama-se a isso cultura de organização que, claro, não é só feita de factores comportamentais. Precisa também de capacidades inatas, de boa matéria-prima – do talento ou dos talentos que julgo que esta equipa tem. Mas precisa também de trabalho contínuo, de planeamento permanente, de estratégias adequadas e de modelos eficazes que as apliquem.

Ganhar é o tónico principal para que tudo isso seja possível.

 Mas se quisermos ser realistas, a verdade é que só quando tudo isto existe é que se ganha sustentadamente.

O Benfica ganhou e, como disse no post anterior, tenho muita Fé que ganhe todas as “finais” que ainda lhe faltam. Porque esse tónico permitirá que o Benfica se recomponha num modelo de jogo mais equilibrado (claro que com Amorim no meio e 2 pontas de lança) e se una á volta de um conjunto de bons jogadores e de uma equipe técnica que já conhece as suas potencialidades.

O tal tempo, dirão alguns dos meus Amigos…

Com sinceridade, julgo que não há tempo que resista á falta de gestão organizacional.

Primeiro vem o tempo de construir uma Organização capaz. Depois sim, vem o outro tempo de aculturação dos agentes que integram essa Organização.

 Como já disse aqui as transformações ocorridas no Porto e no Benfica na última época, constituem exemplo paradigmático da necessidade prévia de uma boa Organização.

 O FC Porto aparentemente desvalorizou-se em relação ao ano passado. Vendeu mais valor do que comprou. Ao contrário, o Benfica valorizou-se. Acrescentou mais valor à equipe do aquele que subtraiu.

 A cultura de Organização que existe no F.C. Porto tratou de maximizar o valor. No fim do ano o clube que fez um desempenho financeiramente positivo, poderá novamente gerar valor com a equipe e apostar em novos valores.

Ao contrário, a falta de cultura de Organização no Benfica tende para a maximização do desperdício. Não geramos valor neste directamente através do nosso desempenho, nem indirectamente aumentando da forma como podíamos o valor dos nossos activos.

E depois, a grande tentação de quem não tem Organização é esconder essa insuficiência com novos ciclos ou com factores de desculpabilização (o permanente sistema, mesmo o que a justiça não comprova) ou de desresponsabilização (“eu não marco golos…”).

Por isso, o problema do Benfica não é falta de tempo. É falta de uma Organização capaz de, entre outras coisas, gerir o tempo.

É falta de uma Organização capaz de garantir que se parte a tempo (como não aconteceu na época anterior com Fernando Santos) ou se chega a tempo como, mesmo ganhando, não podemos garantir que ocorra esta época.

Mantenho fé reforçada nos últimos desempenhos desta equipe. Apesar dos desequilíbrios que o plantel sempre teve, se continuarmos a ganhar, salvamos para o clube um conjunto de bons jogadores.

Para isso, ao contrário do que reza o Fado, nunca é tarde demais.

 

António de Souza-Cardoso

 

 

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