23
Mar09
UMA RÉPLICA PARA alvalade
Pedro Fonseca
Lucílio Batista fez mais pelo mediatismo da Taça da Liga do que todas as campanhas de marketing e de sponsorização. Hermínio Loureiro pode, assim, agradecer ao árbitro de Setúbal esta inusitada “febre” em torno de um troféu que, à partida, foi considerado um título menor.
Qual quê? A Taça da Liga é que é. Sem ela, o sporting revolveu mundos e fundos e soares franco não quer consumar a sua saída de cena sem lançar um repto aos sportinguistas: uma colecta para comprar uma réplica da Taça, que irá emoldurar a sala de troféus de alvalade, quiçá ser colocada em exposição no átrio da porta 10-A.
Lucílio está encantado com a proeza. O seu golpe de génio suplantou em mediatismo a “mão de Deus” de Maradona, no Mundial de 86, contra a Inglaterra. Mesmo o célebre golo da Inglaterra na final do Mundial de 66, contra a Alemanha, cuja bola não entrou, é um caso menor face a este penálti-que-não-foi.
É certo que este árbitro já tinha tentado noutras ocasiões ascender ao estrelato. Lembro, por exemplo, um também célebre Boavista – Benfica da época passada em que o nosso Lucílio não viu três grandes penalidades a favor do Benfica. O jogo acabou 0-0, o Benfica não chegou ao segundo lugar e, por isso, ficou fora da Liga dos Campeões – a favor do sporting -, mas Lucílio não viu devidamente reconhecido este feito.
Nem quando, no mesmo ano, marcou uma grande penalidade inexistente a favor do sporting, contra o Marítimo, ou quando em alvalade fez vista grossa a vários penáltis a favor do FC Porto.
Nos encantadores dias que se têm seguido à final de sábado, temos visto de tudo um pouco. paulo bento tem direito a mais de meia-hora na TVI 24 para enxugar as lágrimas. Diz que se quer ir embora. Sugiro-lhe o campeonato da Alemanha.
O presidente do sporting vai hoje à noite à SIC Notícias. Consta que em Carnaxide estão a ponderar colocar um círculo vermelho no canto superior direito do ecrã, tal o número de disparates e asneiras que vão ser emitidos. Um aviso á navegação: as crianças devem ser poupadas a tal espectáculo. Já basta o Luís de Matos…
soares franco e ribeiro teles falam em roubo, mas, caramba, são visita frequente de casa de outros larápios e nunca lhes ouvi sequer uma lamúria. O primeiro sai de cena, não sem antes culminar o seu mandato com uma grande coreografia, em que os de alvalade são especialistas: um dia de luto pelo futebol.
Uma proposta ao departamento de marketing leonino: o sporting devia pedir permissão à Académica para no próximo jogo actuar todo de negro. Não sei era se o negro podia servir para exprimir indignação ou se para cobrirem a face pela vergonha do comportamento de paulo bento, pedro silva e outros da mesma fornada.
Mas o sporting é assim: sem alma, sem carácter, sem vergonha. Pedem agora, por favor, que os deixem ficar em segundo lugar. Se o ridículo matasse… Temos é que ter todos muita tranquilidade e desejar as melhoras a essa trupe circense da alvaláxia.
Não faltará muito tempo para todos constatarmos da coerência de comportamentos e de palavras de alguns destes protagonistas. O tempo ainda é o maior mestre…
Post-Scriptum: A ironia azeda é a melhor resposta ao comportamento e às palavras dos “responsáveis” sportinguistas. O que eles querem sei eu… sabemos todos. Mas é, coitados!, uma estratégia tão canhestra que dá dó.