O BENFICA GLOBAL, DE NOVO GANHADOR (II)
O Bruno Carvalho elenca os resultados do Benfica nos últimos 10 anos nas 5 modalidades que enunciei no meu texto (que são aquelas que habitualmente se chamam de alta competição). Começo por sublinhar um pormenor: só o Benfica, entre os 3 grandes (FC Porto e Sporting CP) é que compete em todas as 5 modalidades, pelo que a comparação global com o sucesso ou insucesso de portistas e sportinguistas é impossível. O FC Porto não tem vólei nem futsal; o Sporting não tem vólei, nem basquete, nem hóquei. Só esta realidade devia merecer o elogio e o aplauso dos benfiquistas. Eu sinto orgulho nesta realidade.
Depois, o Bruno Carvalho analisa uma década. Nesses 10 anos, o Benfica teve 3 presidentes: Vale e Azevedo (1997/2000); Manuel Vilarinho (2000/2003) e Luís Filipe Vieira (2003/ ?). O primeiro e o segundo não ganharam qualquer título (o primeiro até acabou com o andebol e preparava-se para acabar com tudo), nem no futebol, nem nas modalidades.
Luís Filipe Vieira tem a seu crédito o regresso às vitórias no futebol, no voleibol, no futsal e no andebol. Acresce que há um fenómeno nas modalidades que convém lembrar. Existem clubes que só vivem para aquela modalidade, caso mais paradigmático é o do ABC, no andebol (convém também recordar que o brutal investimento do ABC lhe permitiu brilhantes campanhas europeias), mas também o da Ovarense, no basquete, ou do Sporting de Espinho e Castelo da Maia, no vólei.
Ou seja, a partir de 2003, com Vieira na Presidência, o Benfica Global está aí, ganhador e a recuperar o terreno e o tempo perdido, em todas as frentes. No caso do FC Porto ou do Sporting, não se podem contabilizar derrotas ou vitórias porque, em muitas frentes, estes clubes não existem.
Se havia dúvidas de que antes da chegada de Vieira à liderança do Benfica, o que existia era um deserto de títulos, os quadros publicados pelo Bruno Carvalho são a prova eloquente e concludente.
Com Luís Filipe Vieira, o Benfica acabou com a hegemonia portista no andebol (1 campeonato para cada clube), desde 1988 que não chegávamos ao título; mantém a liderança folgada no basquetebol, com um recorde de 22 vitórias consecutivas, preparando o regresso ao título, (que nos foge desde 1995), enquanto que o FC Porto se bate no fundo da tabela; mantém uma equipa altamente competitiva no voleibol (tendo mesmo chegado ao título em 2005, o que não acontecia desde 1991); continua a dominar no futsal e luta ombro a ombro com o FC Porto no campeonato de andebol (título o ano passado, o que não acontecia desde 1990).
No hóquei, a hegemonia do FC Porto assenta num exorbitante investimento em jogadores espanhóis de selecção, como Edo Bosch ou Pedro Gil, ou argentinos, como Reinaldo Garcia. O Benfica, por seu lado, tem vindo a apostar na formação e em jovens jogadores, e mesmo assim tem vindo a lutar lado a lado com o FC Porto, a quem já goleou esta época na Luz – no play-off vamos a ver…
O Benfica Global é hoje o mesmo de sempre: liderante, imperial, imaculado. Nunca medíocre, de novo ganhador.
Post-Scriptum: um dos comentários ao texto do Bruno Carvalho apelida-me de “voz do sistema”. Corrijo: “voz contra o sistema” – o sistema que tem de ser sempre denunciado, enquanto a justiça não cumprir o seu papel num Estado de Direito. Lamento, no entanto, que ainda haja quem não conviva com opiniões diferentes.
Um grande abraço aos exemplares jogadores do Benfica que bateram com classe e galhardia a valorosa equipa do Leixões. E um grande abraço também para o Quique Flores que com todas as “ganas” puxou pela equipa e pelos adeptos e vibrou, oh se vibrou!, como um verdadeiro latino. Olé Quique!