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Novo Benfica

Novo Benfica

07
Jan09

Jogadores, Adeptos e Atitudes!

António de Souza-Cardoso

Como o Menino Rui, também eu estou triste com o nosso Benfica.

O Rui, ao contrário de mim, sabe que tem (Luis Filipe Vieira não se cansa de o recordar) responsabilidades directas no fraco desempenho de uma equipe que tudo prometia e que foi já arredada, inglória e precocemente, da Europa e da Taça de Portugal.

Restava aquela centelha de orgulho de comandarmos no campeonato, mas quem tem seguido o desempenho dos 3 grandes adivinhava que, a continuar assim, o “sol seria de pouca dura”.

Não se trata, portanto, de ter perdido o que quer que fosse, para além dos 3 pontos desperdiçados perante o último classificado da Liga.

 Nada de relevante ou definitivo foi perdido no triste jogo da Trofa.

Perdemos, isso sim, quando fizemos aqueles trágicos jogos contra equipes sem a envergadura europeia que o Benfica prometia ter, ou contra o surpreendente Leixões que nos eliminou da Taça de Portugal.

Aliás a vantagem do campeonato é essa mesma. Até muito tarde quem quer que seja pode alimentar ilusões. Suponho que apesar do Benfica ter sido proclamado campeão de Inverno, o último classificado de Inverno, com quem agora perdemos pode ainda, matematicamente, ser campeão nacional.

Porquê então este “amargo de boca”?

Porque começamos a sentir que a história dos últimos anos se repete novamente neste que era o Ano Prometido, o Anos de todas as Esperanças.

Porque começamos a perceber que apesar dos valores individuais e do dinheiro gasto em aquisições de valor reconhecido, o Benfica tem sido confrangedoramente irregular.

Porque começamos a antever que vamos passar o resto da época a falar mais de arbitragens do que de futebol.

Porque começamos a sofrer e a sentir embaraçado com este Benfica que não ganha, nem joga para ganhar.

Tenho usado indevida, mas não inocentemente, o plural – como se todos nós tivéssemos este límpido entendimento.

Não é isso que, com perplexidade, tenho constatado. Inclusive nos comentários a este Blog.

Os Benfiquistas são por natureza generosos e a equipe não pode queixar-se de falta de apoio da Sua irrepreensível e devotada massa associativa.

Mas parece (a julgar pela amostragem dos comentários deste blog) que muitos benfiquistas vão muito para além desta virtuosa generosidade, parecendo tão conformados com os resultados do Clube nos últimos anos, como a maioria dos jogadores quando se  “deixavam derrotar” na Trofa com o último classificado.

E isso é o que verdadeiramente me preocupa. Os jogadores são profissionais e mudam ao sabor da carreira e dos euros que lhe possam estar associados.

 Mas os adeptos não mudam. Os verdadeiros adeptos, não.

E parece que os nossos começam a conformar-se com isto.

Ser terceiro já não parece terrível (!!). Há para aí uns 13 clubes atrás de nós e sempre ficamos melhor que no ano passado.

 Ser segundo é a apoteose máxima, porque temos até acesso à Liga dos Campeões.

E esta atitude contamina e instala-se, e passa a constituir o padrão e a natureza do Clube.

Nos Clubes Campeões os adeptos exercem a primeira e mais eficaz pressão sobre os jogadores e dirigentes. Querem muito. E quando querem muito, normalmente, chegam lá.

Por isso me tenho batido por um novo sentido crítico no Benfica. Menos desculpante e condescendente. Mais rigoroso e exigente. E isto não tem a ver com pessoas, tem a ver com factos e com resultados.

Não tenho que me candidatar a Presidente para não gostar da gestão desportiva dos últimos anos. Não gosto, na minha condição de adepto e de associado, porque não teve os resultados que devia, só isto.

E não sou menos benfiquista por isso. Ao contrário, sou daqueles benfiquistas que não se conformam em não serem os melhores. E isso é mais importante do que “cair no goto” de um Presidente ou de uma Direcção.

 Foi por isso, que em menino, eu que sou do Norte e vivo no Porto, escolhi o Benfica. Por ser o Melhor. E por isso não posso negar a natureza ganhadora daquilo que escolhi. O que, afinal, me motivou a aderir apaixonadamente ao meu clube.

Onde está o exigente tribunal da Luz? Onde está a o galvanizante “terceiro anel”? Onde está a altivez e o espírito de vitória da Águia que nos simboliza e nos reúne?

Julgo, em suma que está nas mãos dos adeptos, na atitude que tiverem perante o clube,  a maior força que o Benfica precisa para voltar a Ser Campeão.

De preferência este ano, claro.

De preferência já - com Luis Filipe Vieira, com o Menino Rui e com Quique, a quem não me cansarei de aplaudir com a mesma atitude que me levam hoje a dizer, com desassombro, que têm que fazer melhor para continuarem à frente do Benfica.

 

António de Souza-Cardoso

 

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