Leixões - Benfica
Não gostei do jogo com o Leixões por diversos motivos:
- O primeiro, e simultaneamente o mais óbvio, foi o resultado
- O segundo, também óbvio e muito frequente ultimamente, foi a actuação do árbitro, que prejudicou claramente o Benfica. De facto, não só se esqueceu de ver uma grande penalidade clara sobre Nuno Gomes, como distribuiu cartões amarelos aos nossos jogadores de forma absolutamente despropositada.
- O terceiro, infelizmente também recorrente, foi a forma algo displicente com que os jogadores do Benfica actuaram, como que à espera que o jogo se resolvesse. Mais uma vez faltou a entrada no jogo com grande intensidade, que pusesse o Leixões em respeito. No conjunto dos 120 minutos penso que o Benfica foi superior, e que lhe faltou uma pontinha de sorte para transformar em golo uma das oportunidades criadas, mas faltou mais raça aos nossos jogadores e, na lotaria dos penalties, o Leixões fez a festa.
- O último motivo é um dos que me desgosta mais. Entre a saída de Rúben Amorim e a entrada de Nuno Gomes o Benfica jogou sem qualquer jogador português, enquanto no resto do jogo apenas um dos jogadores do Benfica era português!!!
Até 1979 o Benfica tinha como política utilizar apenas jogadores portugueses, e lembro-me bem do orgulho que sentia por isso. Fruto dessa política, e da política de formação e recrutamento dos jovens valores, era com alguma naturalidade que a Selecção Nacional incluía sempre um significativo número de jogadores do Benfica.
Os tempos mudaram e talvez não fosse, de facto, possível manter essa política, embora a contratação de Jorge Gomes, que a quebrou (obrigando mesmo à realização de uma Assembleia Geral para o efeito), sempre me tenha parecido um completo disparate. Apesar de tudo, passar de um extremo ao seu oposto, como se verificou no Domingo em Matosinhos, mostra um caminho profundamente errado.
E profundamente errado porque o Benfica tem todas as condições para apresentar uma formação de excelência e uma grande atractividade para os jovens valores, e porque esses jogadores formados no clube e que vão integrando a equipa principal são os que melhor sentem e transmitem o "peso da camisola" do Benfica.
Que sejam necessários 2 ou 3 excelentes jogadores estrangeiros, para dar maior consistência e um toque de classe à equipa, eu sou obrigado, nos dias de hoje, a concordar; mas que a equipa jogue praticamente só com estrangeiros é algo que me desgosta e que deve merecer uma profunda reflexão.