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Novo Benfica

Novo Benfica

20
Out08

Líder e líderes

Pedro Fonseca

Aqueles que esperavam um texto sobre a difícil eliminatória da Taça, contra o Penafiel, decidida ontem, na Luz, nos penáltis, ou sobre o jogo da próxima 5ª feira para a Taça UEFA, em Berlim, contra o Hertha, poderão ficar surpreendidos, mas espero que não desiludidos.

Os últimos textos deste blogue têm abordado um tema chamado “liderança”. Do Benfica, bem entendido. Reconheço que é um tema aliciante. Aliás, sem liderança nada se faz, nenhum clube avança, nenhum país progride, nenhuma estratégia é vencedora.
Estou mesmo convencido de que é a falta dessa mesma liderança que tem levado a Europa e os Estados Unidos para uma crise sem precedentes. E é por causa dela – ou da sua falta – que olhamos com tanta atenção para as eleições americanas, que, no próximo dia 4 de Novembro, vão dizer que tipo de Mundo esperamos construir no futuro.
Liderança, então. No Benfica, temos vivido, nos últimos 25 anos, com uma crise de liderança. Mais precisamente, desde Borges Coutinho. É certo que tivemos presidentes mais ou menos populistas, mais ou menos carismáticos, mais ou menos vencedores. Mas nenhum como Borges Coutinho. Talvez não tenha ganho tantos títulos como Fernando Martins, nem sido tão populista como Vale e Azevedo, ou tão mecenas como Jorge de Brito, ou tão corajoso como Manuel Vilarinho, mas foi Borges Coutinho, “o” presidente do Benfica, aquele de quem primeiro nos lembramos quando queremos nomear um líder do clube da Luz.
Esta reflexão acontece não porque o Benfica tenha alguma crise de liderança. Mas concedo que talvez fosse mais actual no Sporting, onde o presidente em funções é todos os dias colocado em causa, dá entrevistas que são autênticos tiros nos pés dos sportinguistas e, por fim, ouve um antigo líder chamar-lhe mentiroso com todas as letras. Ou mesmo no FC Porto, onde o actual líder prepara uma sucessão, mas não se sabe muito bem quem será o eleito.
Porque é que acontece no Benfica? Por mais estranho que pareça, porque HÁ LIDERANÇA. Liderança no clube e na SAD, liderança no departamento de futebol, liderança na equipa de futebol. Ora, no Benfica, isto não tem sido vulgar nos últimos 20 anos.
Dentro de pouco mais de um ano, o Benfica vai a eleições. Se se recandidatar, e nenhum benfiquista espera outra coisa (mas essa é uma opção tão pessoal que só a ele diz respeito), Luís Filipe Vieira cumprirá 9 anos à frente do Sport Lisboa e Benfica. É um recorde.
Mas Vieira não ficará apenas recordado por isso: terminou com um jejum de 11 anos, tendo sido campeão nacional em 2004/05; construiu o novo estádio e o centro de estágios; impulsionou as modalidades, tornando-as, de novo, campeãs; reanimou as camadas jovens no futebol; - mas principalmente, devolveu a credibilidade ao clube, mobilizou a massa associativa, lutou pela regeneração do futebol português.
Com Rui Costa e Quique Flores, líderes cada um nas suas funções, Luís Filipe Vieira ainda tem algumas vertentes do seu projecto por acabar. Os próximos 4 anos são os da auto-sustentabilidade do clube, baseada no equilíbrio e rigor das contas, no aumento exponencial das receitas, através da quotização (recorde mundial de sócios), da receita de bilheteira (afluência recorde de adeptos ao estádio), merchandising e sponsorização, e do crescimento e solidificação do Canal Benfica.
Tudo isto só fará sentido com um cada vez maior investimento no futebol. Vieira sabe disso como ninguém e a prova está no investimento feito este ano na equipa de futebol. Nos próximos 4 anos, a meta será garantir um constante amealhar de títulos. Com o trabalho de casa feito, todos os sonhos agora são possíveis.
 
Post-Scriptum: Na passada sexta-feira, o jornalista Nuno Luz fez, no DN Sport, um perfil do Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira. Para aqueles que não leram, talvez valha a pena consultar o jornal ou, em última análise, ler o que escrevi aqui.

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