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Novo Benfica

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05
Out08

OPINIÃO DOS LEITORES - CARLOS FROTA

Bruno Carvalho

 

Aqui fica a opinião de Carlos Frota recebida no e-mail novobenfica.post@gmail.com
O texto abaixo não reflecte a minha opinião, mas sim a opinião de Carlos Frota.
Todas as semanas publicarei alguns dos textos que me forem chegando.
Bruno Carvalho
 
 
VIVER A DEMOCRACIA NO BENFICA: A DISCORDÂNCIA E A TOLERÂNCIA
 
O sentimento de pertença a um clube desportivo nem sempre é racional. Sinceramente, não penso que deva ser uma preocupação prioritária analisar o que condiciona o "ser" de um clube. Ser-se do Benfica ou do Sporting (do Porto ou do Boavista) pode derivar de uma série de razões completamente diferentes entre si e todas elas sempre respeitáveis.
 
Esse sentimento de pertença ocasiona, mesmo, aspectos curiosos na trama das relações humanas: não é interessante ver irmanados na festa de uma vitória António Costa (PS), Jerónimo de Sousa (PCP), Marques Mendes (PSD), Miguel Portas (BE), Sílvio Cervan (CDS)? (Segui a ordem alfabética, para evitar especulações...) Políticos que se digladiam diariamente abraçar-se-ão no dia em que o Benfica for de novo campeão europeu - porque esse dia há-de chegar.
 
O que acontece (provavelmente em todos os clubes, mas no Benfica é por demais evidente) é que o cimento que nos devia unir é débil perante a adversidade. É certo que vivemos há já muitos anos com o estigma "de não ganhar" (no futebol principal), que temos tido acidentes de percurso graves, mas tal como numa família é nos momentos difíceis que mais importa a união, também no nosso clube é necessário que não existam fracturas que o debilitem.
 
Isso não significa que se ponha de lado a capacidade de crítica em todos os sectores da vida do clube: isso seria negar a democraticidade que existe no Benfica - e é bom lembrá-lo - há muito mais tempo do que a democracia no país. Mas as divergências em democracia devem contribuir para o esclarecimento e para a consolidação de uma vontade que seja expressa por uma maioria - nunca para o minar da própria democracia, que convive mal com atropelos à sua natureza.
 
Sei que não é possível eliminar os excessos (desde os assobios na Luz até ao desmando do benfiquista que "acariciou" o árbitro assistente no recente Benfica-Porto, passando pelas frases menos elegantes que neste mesmo blog de encontram facilmente) mas seria bom que se constituísse uma frente de combate a esses excessos, uma frente pedagógica como deveria existir em toda a democracia, explicando várias coisas: que a tolerância é compatível com a discordância e só a valoriza; que o poder da democracia reside em cada um de nós, pela força do voto no momento da decisão, mas uma vez clarificada a vontade da maioria é esta que prevalece até ser altura de nova votação; que o direito de as minorias contestarem o que julguem estar errado existe, mas não deve nem pode subverter o regular funcionamento da instituição.
 
Há quem pense que a actual gestão do Benfica não é a melhor? Todos agradeceríamos que aparecesse alguém com credibilidade, amor ao clube e condições de disponibilidade pessoal, que apresentasse propostas claramente justificadas para lutar nas próximas eleições para a presidência do Benfica contra uma eventual recandidatura de Luís Filipe Vieira.
 
Neste momento, este tem um mandato confortavelmente apoiado por uma grande maioria: o momento de julgar que essa maioria ainda existe terá de ser julgada nas próximas eleições e seria muito mau se não aparecessem outros candidatos, com programas claros e realistas.
 
Entretanto, independentemente das posições sobre o que está bem e está mal, cada um de nós quer o melhor para o clube, incluindo o que é impossível: que ganhe sempre. Mas é esse irracional que suporta o nosso orgulho de ser benfiquista!
 
Carlos Frota
 

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