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Novo Benfica

Novo Benfica

04
Out08

Mais Benfica, Menos Porto!

António de Souza-Cardoso

 

Esta foi uma semana de sonho.

Não evidentemente pelo Porto ter sido humilhado por uma equipe que veste de vermelho e branco. E só não ter perdido pelo dobro dos golos que perdeu por manifesta infantilidade dos jogadores do Arsenal (até o treinador se ria…).

Não sou dos que se contenta com a desgraça alheia. A derrota dos outros só me interessa se o jogo for com o Benfica. Isto é, se eu puder comemorar legitimamente uma vitória.

Mas não deixa de confirmar aquilo que venho dizendo e que muitos portistas com notoriedade pública que andaram a falar de “queixinhas”, hoje já reconhecem, afirmando que algumas “das novas aquisições do Porto não tinham lugar na Sanjoanense”.

Digo e reafirmo que ao contrário do que é habitual o Porto fez uma transformação demasiado radical na estrutura da equipe, não só pela perda de influência de jogadores chave como José Bosingwa, Quaresma ou Paulo Assunção, mas principalmente com um protagonismo demasiado exagerado de aquisições cujo valor não é ainda claro e cujo entrosamento ainda não existe.

Para um plantel com este grau de novidade e de risco não podiam ter Jesualdo Ferreira, tinham mesmo que ter José Mourinho.

Como não têm Mourinho, o resultado está à vista e não me admirava que o Porto continuasse nesta angústia de voltar a agradar, com aumento da pressão sobre a equipe, influência negativa nos resultados e a saída do “mal amado” professor - o homem de que ninguém gosta e que, pelos vistos, também não gosta de ninguém.

Mas a minha paixão é o Benfica e depois do brilhante contra o Sporting que já se julgava invencível, tivemos na mesma semana a categórica exibição contra um Nápoles a fazer lembrar os tempos antigos. Um equipe que não é por acaso que vai em segundo no campeonato italiano e que tem uma “afficcion” e uma carismo do tamanho da grandeza e da história do Clube.

O “Novo Benfica” foi em alargada representação ao Estádio da Luz. Eu, o Bruno Carvalho, o Pedro Fonseca e o Miguel Álvares Ribeiro lá estávamos a representar o “Novo Benfica” e a testemunhar o muito de bom e de novo que há nesta equipa do Benfica.

Julgo que posso dizer em nome de todos que ficamos consoladinhos, com a autoridade de um miúdo chamado Sydnei, a energia transbordante de Yebda e a magia de Di Maria ou de Reyes que são sempre jogadores de quem se espera um golpe de génio.

O provavelmente prematuro dizermos que ganhamos para além de dois jogos decisivos uma equipe capaz de vencer o campeonato e lutar pelo titulo europeu. É ainda mais prematura dizer que, por um golpe de mágica o Benfica ganhou a organização que não teve nos últimos anos.

 

Mas a verdade é que é tudo mais promissor. Cada um faz o que tem que fazer. O Presidente preside, o Director desportivo dirige, o Treinador treina e os jogadores jogam (vêem como é fácil).

E também é verdade que independentemente de todos os apitos (e eu fui dos que os denunciei desde a primeira hora) o Benfica tem sempre melhores desempenhos quando se concentra naquilo que deve fazer que “jogar à bola”.

Venha agora o Leixões – actual líder do campeonato.

  

António de Souza-Cardoso

 

 

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