01
Set08
Ainda o Benfica - FC Porto
Pedro Fonseca
O Benfica tem de ir à bruxa. O jogo de sábado à noite contra o FC Porto foi um exemplo claro de que há forças malignas que nos lançaram algum mau-olhado. Será que Quique, tido como um homem supersticioso, fez algo que não devia? O que é certo é que tudo o que podia correr mal correu mal.
Começou na nomeação do árbitro, passou pela semana turbulenta do Benfica – jogadores que saem, jogadores que entram, jogadores que, talvez, sejam transferidos, etc. -, continuou com a divulgação, antes de tempo, que íamos jogar com Reyes e Di Maria (o que ajudou o FC Porto a montar uma estratégia com base nessa informação).
Depois, dentro do relvado, aos 11 minutos, uma grande penalidade tão estúpida como escusada. Antes ainda do intervalo, diversas oportunidades clamorosamente falhadas. Três minutos depois do golo do empate, expulsão estúpida e escusada de Katsouranis – mais de meia-hora a jogar com 10. Nos últimos 15 minutos, uma sequência terrível e quase patética de jogadores do Benfica com queixas físicas – mal comparado, quase parecia a célebre final da Taça dos Campeões Europeus, em 1988 contra o PSV, em que os jogadores encarnados não podiam fazer uma corrida que lhe saltavam as chuteiras. No sábado à noite, em vez das chuteiras foram os músculos.
Olhando agora para o futuro. Com 15 dias pela frente até ao próximo compromisso oficial, contra o Paços de Ferreira, na Mata Real, Quique precisa de clarificar duas questões para mim prioritárias. A primeira diz respeito a uma questão táctica essencial: assentar definitivamente o lugar a ser ocupado por Katsouranis – no centro da defesa ou no meio-campo. A minha opinião (há meses que escrevi que esta era uma questão nuclear) é que Katsouranis tem de jogar no meio-campo. Não se percebe a insistência no grego como companheiro de Luisão, quando se contratou Sidney e quando David Luiz está apto (se estava apto para jogar com o Inter, tinha de estar para jogar com o FC Porto). A segunda diz respeito ao grau de intervenção de Diamantino e de Chalana junto de Quique Flores. Ao que parece (e parece ser verdade) Quique não dialoga muito com as antigas glórias do Benfica. Quanto a mim este é um grave erro do treinador espanhol. O desconhecimento que Quique revelou do Rio Ave (apesar de Chalana ter feito várias observações da equipa vilacondense) foi uma das razões para a perda de dois pontos. Espero que não cometa o mesmo erro contra o Paços de Ferreira e se informe detalhadamente junto dos seus adjuntos portugueses (Rui Costa tinha razão em querer Diamantino e Chalana muito perto do grupo de trabalho).
Quanto à parte física, não possuo informação técnica que me habilite a pronunciar-me. Acredito que Pako Ayesteran, considerado um dos maiores especialistas europeus na matéria, sabe o que está a fazer. Como acredito que Quique Flores sabe o que está a fazer. Dois empates nos primeiros dois jogos não é bom mas não é o fim do mundo. Continuo a acreditar no título. Força rapazes! Força Benfica!
Post-Scriptum: O mais bonito e emocionante da noite de sábado na Luz foi a homenagem que o Benfica prestou a todos os seus atletas olímpicos, com especial destaque para os medalhados com o Ouro (Nélson Évora) e com a Prata (Vanessa Fernandes), e onde também marcou presença o nosso outro medalhado olímpico, com o Bronze, em 1984, António Leitão. A volta ao estádio, então, foi um momento sublime! Obrigado Nélson! Obrigado Vanessa!