Entrar Direito
Amanhã, já amanhã, recomeça a magia do futebol competição. Renovam-se esperanças, confirmam-se certezas, alvitram-se prognósticos, fazem-se balanços retroactivos e prospectivos.
Amanhã, só amanhã, no exacto momento em que estamos todos iguais, na mesma esperançosa linha de partida, seremos todos futebol.
E percebemos, amanhã, nessa única vez do ano, que há um profundo sentimento que nos distingue e que nos reúne: A imensa paixão que todos temos pelo futebol.
Existimos nós, os apaixonados de todas as raças, de todos os clubes, e os outros - os que desgraçadamente não foram tocados por esta arrebatadora paixão proporcionada pelo desporto Rei .
Espero sinceramente que o Benfica que amanhã entre em campo em Vila do Conde esteja o mais perto possível deste “Novo Benfica” que nos reuniu há pouco mais de 2 meses neste blog.
Um Benfica de têmpera, de raça, de cabeça erguida, na busca incessante da vitória. Um Benfica orgulhoso mas emancipado do seu passado, a querer fazer-se ainda mais glorioso ali, no momento em que tudo conta, que é o presente.
Amanhã lá estarei em Vila de Conde com outros companheiros do Blog, em especial e animada reportagem.
Passemos ao jogo. Confesso que continuo preocupado com a direita da defesa, onde julgo que jogará Maxi Pereira. Gostava que David Luiz pudesse jogar no eixo com Luisão, libertando Katso para o meio no apoio a Carlos Martins. Uma vez que Reyes está impedido de jogar apostava em Urreta para o lado esquerdo e Ruben Amorim para a direita (não gosto dele aqui). Na frente Aimar (tambémnão gosto dele aqui) e Cardozo.
Se David Luis não puder jogar, surpreendentemente tudo encaixa melhor para um verdadeiro Benfica de ataque. Recua Katso; Ruben Amorim , Carlos Martins e Aimar fazem um miolo de luxo. Depois teremos Urreta à esquerda, Balboa à direita e Cardoso na frente, num muito dinâmico 4x3x2x1. Se neste modelo de jogo o Benfica tiver que segurar resultados (espero que não) tem sempre Bynia para substituir Ruben ou Carlos Martins; Ou mesmo Katso por entrada de Sidnei para o eixo da defesa.
Com esta ou com outra equipe o importante é ganhar. Para afastar todos os fantasmas e enfrentar o Porto, de garimpa erguida, na segunda jornada.
Temos por isso que ganhar. Melhor ou pior, de qualquer maneira, mas ganhar. Não escolhi propositadamente o titulo “Entrar com o pé direito” para não esquecer (nem “azarar”) aquele deslumbrante pé esquerdo de Óscar Cardozo (confesso que me sossega ter um Cardozo a jogar na equipe).
Ganhar amanhã é de tal maneira importante que só a ausência tão prestigiante de Di Maria na final olímpica me permitem resistir á tentação de desejar uma vitória a qualquer preço.
Falo de uma vitória que até podia ser marcada, já não com a mão de Deus, mas com a de um… “Angelito”.
António de Souza-Cardoso