OS "OLHINHOS" DE SALVIO
A clarividência de Salvio
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Infelizmente o Benfica não foi capaz de se superiorizar ao Porto no jogo do passado Domingo e fraquejou novamente num momento importante.
Mais uma vez Roberto fica ligado pela negativa a este desaire, pois aquele inacreditável primeiro golo contribuiu decisivamente para que o Porto pudesse gerir o jogo da forma que melhor lhe convinha.
Também mais uma vez a equipa do Benfica mostrou que ainda tem dificuldade para se afirmar em momentos de maior tensão, ao contrário do nosso rival que, sem ter feito exibições excepcionais, conseguiu gerir os jogos e o campeonato de forma segura, aguentando sem dificuldades a “pressão”.
Mas, pior ainda que o mau resultado desportivo e a entrega em nossa casa do campeonato ao Porto, foi o que sucedeu no final do jogo, cortando a iluminação e ligando o sistema de rega do relvado para perturbar a comemoração do adversário, que demonstram uma falta de desportivismo e de educação que são inaceitáveis em qualquer instituição e, em especial, numa com a grandeza e os pergaminhos do Sport Lisboa e Benfica.
Quem age assim não tem qualquer legitimidade para assumir a luta pelo "fair-play" no futebol português. Gostaria de acreditar que a Direcção do Benfica foi alheia a estes acontecimentos, mas então como se justifica que não tenha condenado imediata e veementemente o sucedido? Que não tenha pedido desculpa ao adversário pelo sucedido? E que não tenha ordenado ainda uma investigação para apurar responsabilidades?
No meu post anterior disse, a propósito das desagradáveis peripécias que antecederam o jogo, que “esteve mal a Direcção do Benfica neste assunto”. O que se passou depois do jogo é muito pior e a Direcção do Benfica não só esteve muitíssimo mal como desrespeitou grosseiramente a grandeza do nosso clube.
Não me revejo neste tipo de comportamentos e penso que uma enorme maioria dos adeptos do Benfica também não. O que aconteceu é demasiado grave e não pode deixar de ter consequências.
Anteontem vi, na capa d’O Jogo, a notícia que dava conta da proibição da entrada dos adeptos do Porto no nosso Estádio com quaisquer adereços como bandeiras e cachecóis do seu clube.
Achei evidente que só podia ser uma brincadeira de 1 de Abril, o dia das mentiras. Fiquei completamente estupefacto quando me garantiram que era verdade e que a Direcção do Benfica até teria emitido um comunicado a justificar essa atitude.
E que justificação foi essa? O princípio da reciprocidade. E ainda que “Esta decisão foi devidamente ponderada e é irreversível, porque em questões morais – e dentro da legalidade – nunca se deve vacilar.”
Das duas uma: ou acham que é correcto (mais até, uma questão moral) impedir os adeptos de qualquer clube de usar os adereços que os identificam com o clube e dão colorido ao espectáculo, o que considero totalmente inaceitável, e então não deviam criticar os outros que o fazem, ou então não devem reciprocar fazendo aquilo com que não concordam e, pior ainda, invocando questões morais!
Só mesmo o último parágrafo do comunicado é digno do grandioso clube que é o nosso Benfica: “O futebol português dispensa a violência e a intolerância, mas também prescinde de “virgens ofendidas”.” Mas, infelizmente, atitudes como estas não ajudam a dispensar a violência e a intolerância. E não é por os outros fazerem igual ou pior que as nossas atitudes ficam justificadas! Esteve mal a Direcção do Benfica neste assunto.
Dentro do campo é que quero ver o Benfica responder à altura e mostrar como somos realmente muito melhores que o Porto.
Força Benfica!
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