Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Novo Benfica

Novo Benfica

30
Set09

O segredo é Ganhar!

António de Souza-Cardoso

 

 

 

Uma das melhores virtudes do actual treinador do Benfica é a de conciliar trabalho, atitude e ambição.

Não vejo (ainda não vi..) tibiezas ou meias palavras no discurso frontal e no pensamento positivo de Jorge Jesus.

Estou muito à vontade para o dizer porque confesso que a sua contratação, sem me ter suscitado repulsa ou desmerecimento, também não foi daquelas que me pôs aos saltos de entusiasmo.

Sempre me pareceu um treinador batalhador e determinado mas com uma carreira mais associada a clubes de média dimensão. Tive sincero receio que este bom treinador fosse diminuído pela frágil cultura de organização do Benfica, onde não se sabia quem mandava mas sabia-se que ninguém tinha culpa de nada.

Enganei-me. Ao contrário, Jorge Jesus tem ajudado a criar essa cultura organizacional, começando pelo aspecto mais simples que é o trabalho e a atitude dos jogadores.

Amanhã contra o AEK, Jorge Jesus não se contenta com menos do que a vitória. E é esta atitude que o Benfica deve ter sempre, em cada disputa, dentro ou fora do campo. Condescender com um bocadinho menos do que ganhar, é abrir a porta para começar a perder.

Na memória, ainda dolorosa, do jogo com o Olympiacos, cumpre ao Benfica mostrar o que efectivamente mudou. Que é uma equipe diferente para muito melhor.

Que é uma equipe mais próxima do Benfica campeão e europeu porque todos almejamos.

Queira Deus que Jesus continue assim. Porque tudo melhora. Até as acções cuja capitalização bolsista já vale mais do que as do Porto e Sporting, juntos!!!

O segredo é, como sempre disse, ganhar.

 

António de Souza-Cardoso

 

29
Set09

A OBJECTIVIDADE DOS NÚMEROS

José Esteves de Aguiar

Por formação profissional e preferência pessoal, confesso que não sou muito dado a números.
 
Assim sendo, talvez fosse eu o mais improvável dos bloggers a escrever um texto com este título, não fora a circunstância de, hoje mesmo, terem sido dados a conhecer números muito interessantes e importantes para a vida do nosso Benfica.
 
Começo por referir – e saudar de forma efusiva – o facto de o nosso grandioso clube estar cada vez mais grandioso, tendo chegado ao enorme número de 200.000 sócios!
 
Para este crescimento contribui muito, como é óbvio, a excelente campanha que o Benfica está a fazer neste início de época, mas certo é que mesmo nos anos anteriores o número nunca deixou de crescer, embora de forma mais moderada.
 
A equipa principal de futebol dá espectáculo e ganha jogos, mas não devemos esquecer-nos da dinâmica de vitória que também parece ter assentado arraiais noutros escalões etários do futebol e na generalidade das restantes modalidades.
 
É como que uma enorme onda vermelha desportiva, que não nos rendendo títulos para já, pelo menos faz com que os nossos adversários nos encarem com um respeito – e mesmo temor – que não se via há muito tempo.
 
Como consequência directa desta dinâmica de vitória em várias frentes, as acções da Benfica SAD subiram ontem 10%, estando cotadas a € 2,75, ou seja, mais do que soma das acções do FCP e SCP juntas! Desde o início da pré-temporada e até agora, as acções do Benfica valorizaram-se em 30%, equivalendo a um ganho de cerca de nove milhões de euros!
 
As assistências aos jogos do Benfica, no Estádio da Luz, estão a bater todos os recordes, tendo assistido, aos sete jogos lá disputados até agora (incluindo dois da pré-época) 326.340 espectadores, proporcionando uma média de 46.620 por jogo! A média de espectadores nos jogos da Liga Sagres é de 45.800 espectadores por jogo!
 
Quando os jogos se disputam em terreno alheio, a loucura tem sido equivalente – batem-se recordes de bilheteira e agora, até o Paços de Ferreira está a equacionar a possibilidade de instalar uma bancada amovível, porque reconhece que o seu estádio é demasiado pequeno para tantos Benfiquistas!
 
Outros números interessantes – embora bastante subjectivos – dizem respeito à avaliação que oito empresários FIFA fizeram do actual onze titular do Benfica o qual poderia render mais de 130 milhões de euros, mesmo sem atender aos valores de rescisão em vigor. Estamos a falar apenas de valores de mercado, reveladores da valorização que o nosso plantel está a registar, devido à forma extremamente profissional como tem encarado todas as partidas e todos os adversários.
 
Para terminar com esta série de números – e agradecendo aos que tiveram a paciência de me acompanhar até aqui – é sempre bom podermos referir que os 3,5 golos por jogo, de média que levamos na Liga Sagres, nos coloca no lugar mais alto das médias europeias, superando os 3,2 do Barcelona e do Real Madrid e os 3,14 do Liverpool.
 
Ainda quanto a números, não posso deixar de salientar que estamos quase a atingir os 500.000 visitantes deste blog, mais um sinal evidente da força do nosso Benfica!
 
Acho que, graças ao Benfica, vou chegar ao final desta época a adorar números!
 
 
 
28
Set09

ALIANÇAS E COLIGAÇÕES

Pedro Fonseca

Após as eleições legislativas de ontem, está na moda falar-se de alianças, coligações, negociações e quejandos. No futebol português este é um léxico que dura há muito tempo. Aconselho José Sócrates e pedir uns conselhos a Pinto da Costa. O presidente do FC Porto sabe como ninguém dividir para reinar, fazer alianças espúrias e coligações anti-natura, tudo para manter inviolável o seu reduto.

 

Durante anos a fio, Pinto da Costa soube insinuar-se junto de um clube com sede em Lisboa para enfraquecer o outro. Foi assim, no Benfica, com Fernando Martins e Manuel Damásio. Foi assim, no Sporting, com Sousa Cintra e Soares Franco. É assim com José Eduardo Bettencourt.
Pinto da Costa sabe bem que no Benfica, há muitos anos, mudou a agulha. Luís Filipe Vieira é um líder forte, carismático e invulnerável a pressões ou acordos que ponham em causa a liderança, a independência e grandeza do Benfica.
Virou-se então o FC Porto para o Sporting, que tem escolhido sistematicamente líderes fracos, submissos, cordatos e acomodados. Soares Franco e José Eduardo Bettencourt são dois exemplos flagrantes desta idiossincrasia.
Como diz o povo com razão: “Pinto da Costa come-os de cebolada”. As imagens de Bettencourt ao lado do presidente do FC Porto são todo um compêndio de como não liderar um clube que se auto-intitula grande. Soares Franco cometeu o mesmo erro e, depois, veio falar de falta de militância.
No relvado os jogadores (e o treinador Paulo Bento) sentiram na pele essa falta de liderança do Sporting. Uma arbitragem tendenciosa (e uma nomeação provocatória) são o resultado dessa submissão do leão ao dragão. Paulo Bento percebe isso bem e, por isso, assume discursos que não devem ser os seus. O treinador do Sporting é literalmente atirado aos “leões”.
Mas o FC Porto tem sofisticado esta estratégia de alianças. Com o Sporting domesticado, é necessário travar de qualquer maneira um Benfica pujante, forte e dominador, dentro e fora das quatro linhas.
Ligações umbilicais a Sporting de Braga e a Olhanense fazem parte desta estratégia. Por isso, é vulgar (e vai continuar a ser vulgar) ouvir Domingos Paciência nem um ai dizer sobre o penálti não marcado contra o FC Porto e quase pedir desculpa por ganhar o jogo. Preparem-se, porque o mesmo vai fazer Jorge Costa.
Em sentido contrário, qualquer falta mal assinalada a meio-campo a favor do Benfica vai ser motivo para grandes alaridos e reacções patéticas. Não é assim, José Mota? Não é assim, Manuel Fernandes? Não é assim, Nelo Vingada.
Vamos ter de viver com esta hipocrisia no futebol português e fazer ouvidos de mercador. Para mudar estas mentalidades, este sistema, este estado de coisas, só há um caminho: Benfica Campeão.

Post-Scriptum 1: Não quero deixar os meus leitores impedidos de saberem a minha opinião sobre o jogo com o Leixões. Solicito, assim, que visitem "O Inferno da Luz".

 

Post-Scritum 2: Saúdo o regresso do Bruno Carvalho a este blogue. É sem dúvida uma mais-valia que não podemos dispensar. Por motivos que me dispenso enunciar, só agora pude ler o seu "post", por isso, a resposta à sua pergunta, que muito me envaidece, segue dentro de momentos.

26
Set09

BENFICA STARS FUND

Miguel Álvares Ribeiro

 

 

O Benfica comunicou ontem que foi autorizado pela CMVM a constituir o Fundo “BENFICA STARS FUND - Fundo Especial de Investimento Mobiliário Fechado”, cujo  objecto  principal consistirá  no  direito  a participar em determinada percentagem nas receitas e potenciais mais valias decorrentes da eventual transferência de um conjunto de jogadores, vinculados desportivamente à Sport Lisboa e Benfica - Futebol, SAD.

 

Esta parece-me ser uma medida de grande interesse, que mostra o empenho em encontrar formas alternativas de financiamento para a actividade do Benfica que envolvam os seus associados.

 

É evidente que, sem conhecer os pormenores do fundo, não se pode dizer exactamente o interesse que ele pode ter para os potenciais investidores interessados, mas é certo que:

 

§       para os associados é uma forma de aumentar o seu envolvimento com o Clube e o seu interesse nos resultados desportivos do Benfica e, consequentemente, do valor dos seus principais jogadores e do seu investimento.

 

§        para o Benfica é uma forma de aumentar receitas e de dividir os riscos. É evidente que o Clube partilhará uma parcela dos lucros com a venda de jogadores, mas simultaneamente diminui o investimento necessário e dilui o risco inerente.

 

Estou certo que o meu filho, por exemplo, estará ainda mais interessado nos resultados desportivos do Benfica se souber que as suas poupanças estão a crescer na medida do sucesso do Clube.

 

Espero que os resultados de hoje permitam já aumentar a valorização dos jogadores do nosso plantel.

 

24
Set09

AFINAL, EU TINHA RAZÃO!

Bruno Carvalho

 

Nas passadas eleições para os órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica fui, como toda a gente sabe, candidato à Presidente da Direcção do Clube.
 
Nessas eleições, sob o meu ponto de vista, Luís Filipe Vieira e todos os membros dos órgãos sociais demissionários que se recandidatavam estavam a violar claramente os estatutos do Benfica, uma vez que usaram um expediente da demissão em bloco para antecipar as eleições.
 
Esse “truquezinho” tinha como consequência que quem o praticou não se poderia candidatar a qualquer órgão social do Benfica por um período de 6 anos.
 
Por entender que Luís Filipe Vieira e seus pares estavam a violar grosseiramente a democracia de um clube que sempre teve na democracia o seu pilar, interpus uma providência cautelar, num tribunal de Lisboa, visando suspender a deliberação que tinha aceitado a lista de Luís Filipe Vieira às eleições.
 
Essa providência cautelar foi aceite pelo tribunal, o que significa que o juiz entendeu que havia uma forte probabilidade de eu ter razão.
 
O juiz, ao aceitar a minha providência cautelar, sabia bem que Luís Filipe Vieira ficaria fora das eleições e mesmo assim aceitou-a.
 
Ao Benfica foi comunicada a decisão do tribunal, mas Manuel Vilarinho veio alegar que a citação tinha sido mal feita quando sabia perfeitamente que tal não era verdade.
 
O tribunal de Lisboa decidiu agora que eu tinha razão.
 
O que significa isto?
 
Significa que a citação ao Benfica foi feita de forma correcta, logo a Lista de Luís Filipe Vieira não podia ter concorrido, logo apenas havia uma lista válida do passado dia 3 de Julho – a minha -, logo o Presidente do Sport Lisboa e Benfica deveria ser outro.
 
No entanto, esta decisão vem tarde.
 
Vivemos num país em que a justiça funciona sempre fora de tempo e onde a “xico-espertice” vale a pena.
 
Deste modo, confrontei-me com um problema moral sério.
 
Por um lado, sei que tenho razão e que alguns violaram descaradamente os estatutos do Benfica para obterem a todo o custo o que pretendiam.
 
Por outro lado, se eu continuasse, apesar de ter toda a razão, arrastaria o Benfica para o caos. Por exemplo: todos os contratos feitos por esta Direcção seriam inválidos, teria que haver novas eleições, etc.
 
Perante este cenário, outra alternativa não me restava que por de lado a minha pessoa e colocar em primeiro lugar os interesses do Benfica, o clube que tanto amo.
 
Por isso desisti de tudo.
 
Aqueles que me atacaram brutalmente, dizendo que eu estava a soldo de Pinto da Costa, e outros mimos do género, têm aqui a sua resposta.
 
Se eu estivesse mesmo a soldo desses senhores não hesitaria em levar o Benfica para o caos, até porque, em bom rigor, quem arrastou o Benfica para essa situação foi Luís Filipe Vieira ao violar os estatutos e, com a ajuda de Manuel Vilarinho, não olhando a meios para vencer as eleições.
 
Mas como eu acho que o Benfica está em primeiro lugar, desisti da acção em tribunal para que o Benfica não saísse prejudicado.
 
No entanto, uma coisa é certa, esta nódoa acompanhará sempre Luís Filipe Vieira e esta Direcção.
 
Sei que para os sócios, como foi claramente demonstrado no passado dia 3 de Julho, estas coisas pouco interessam.
 
Vivemos numa sociedade em que a honra é um valor que há muito deixou de interessar para muita gente.
 
É pena.
 
Quem se queixa dos métodos dos outros que fazem tudo para ganhar, não deveria ter um Presidente eleito desta forma.
 
Os resultados desportivos, neste momento, servem para tudo encobrir, mas eu sonho com um Benfica diferente e não será este episódio que fará desmoronar este meu sonho.
 
Saudações Benfiquistas,
 
Bruno Carvalho
 
 
PS 1: Carlos Azenha foi despedido do Setúbal. Deixo-lhe aqui um forte abraço de solidariedade e apoio. Gostava de relembrar a alguns, que ficaram muito satisfeitos com esse facto, que Jorge Jesus também já foi despedido desse mesmo Setúbal. É o futebol!
 
PS 2: Pedro Fonseca escreveu no seu último texto: “E vão 5 jogos, mais 3 pontos e uma postura onde se deve realçar a raça, a crença, a vontade, o empenho, o profissionalismo. Tudo atributos que estavam arredados do Benfica há muitos e muitos anos.” E eu pergunto ao Pedro, então porquê que esses atributos estavam afastados há tantos anos? O Presidente não era o mesmo? Foi preciso eu falar para que Luís Filipe Vieira acordasse e começasse, por exemplo, a ir aos jogos?
23
Set09

Toda a Diferença

António de Souza-Cardoso

Desde que comecei a escrevinhar neste Blog e mesmo antes nas intervenções televisivas regulares que tive nos últimos 6 anos, no “N Jogadas” e no “A Bola é Redonda”, sempre me preocupei em chamar a atenção para a grande diferença que existia entre um Benfica Campeão e um Benfica qualquer.

O Benfica é o maior Clube do Mundo (julgo que se tem aproveitado mal, do ponto de vista comunicacional, esta grandiosa circunstância).

É provavelmente também a marca portuguesa de maior valor, principalmente nestes dias em que o marketing afectivo e experiencial, ganha efectiva preponderância.

O Benfica é ainda uma das poucas realidades universais que ainda restam a Portugal. O que num tempo de globalização nos deve orgulhar, até por aquilo que acrescenta de identidade e de coesão de toda a diáspora portuguesa espalhada pelo Mundo.

O Benfica é tudo isso e, também por isso, constitui uma realidade que nos ultrapassa a todos, desde o simples adepto como eu, até ao mais importante jogador ou dirigente.

Mas a verdade é que, para que tudo isto aconteça e permaneça, o Benfica tem que se cumprir.

Se é o maior, o que tem mais valor, a história mais grandiosa, a mais relevante notoriedade nacional e internacional, tem também que ser o Melhor.

E aparentemente (sabemos que depois, na prática, não é tão linear, porque os sistemas e os apitos ainda andam por aí..) é mais fácil a um Clube com os atributos do Benfica ser Melhor do que qualquer outro.

Este ano, ao contrário dos últimos anos, temos sido os Melhores. Não só os maiores, os mais notáveis, grandiosos ou universais. Mas também os Melhores.

E isto faz toda a diferença!

 Como hoje a Bola noticia, só o facto de o Benfica ter passado a “parecer” o melhor (não está em primeiro, nem é ainda Campeão) fez com que as acções subissem 30%, a facturação da bilheteira aumentasse 100% e as assistências, em comparação a igual período do ano passado, aumentassem 20% apesar de no ano anterior, por esta altura, termos já enfrentado o Porto e o Sporting. Leiria teve a maior enchente de sempre da sua história e no Restelo estiveram o dobro das pessoas que no ano anterior.

É este o caminho que o Benfica deve prosseguir o de fazer coincidir o “poder”, o “dever” e o “ser”.

Com a responsabilidade e o rigor de gestão dos dirigentes, a atitude e a entrega dos jogadores e a paixão e apoio galvanizador dos adeptos.

Isso, para o futuro do Benfica, fará toda a diferença.

 

António de Souza-Cardoso

PS: Desculpem, já depois da hora acrescentar ao meu post um abraço muito especial ao Bruno Carvalho por ter decidido retirar a providência cautelar,  depois de ontem o Tribunal Civel de Lisboa lhe ter dado razão. Tenho pena que poucos benfiquistas tenham percebido o sentido de serviço, o conhecimento e a inteligencia do Bruno Carvalho . Talvez este gesto, feito em nome da sua imensa paixão pelo Benfica, contribua para isso. 

 

22
Set09

PORQUE NÃO TE CALAS?

José Esteves de Aguiar

 
Na quinta-feira passada voltei a assistir ao vivo a um jogo do Benfica, na nossa Catedral.
 
Fruto, sem dúvida, das boas exibições com que o nosso clube nos tem presenteado, tenho ido com muito mais frequência ao estádio. Desde o início da pré-época este é já o quarto jogo a que tenho o prazer de assistir ao vivo, apesar dos 300 quilómetros de distância que separam o Porto de Lisboa.
 
Dou por bem empregue o tempo, a despesa e o cansaço que estas deslocações implicam, porque vejo no nosso estádio uma equipa que luta até ao último apito do árbitro pelo melhor resultado possível.
 
O que não consigo perceber é a motivação de adeptos (?) do Benfica que vão ao estádio só para dizerem mal, assobiarem e gritarem impropérios contra os jogadores da nossa própria equipa!
 
Mesmo numa época como a que iniciámos há pouco tempo e que está a correr-nos de feição, não há vez que eu vá ao estádio que não assista ao espectáculo deplorável de ver pessoas nas bancadas, equipadas com camisolas do Benfica e a dizerem mal dos nossos jogadores. O fenómeno é de tal forma absurdo, que até dá para pensar se não serão “infiltrados” para desestabilizar.
 
Já no jogo de apresentação, contra o Atlético de Madrid – primeiro jogo do novo Benfica perante o seu público – bastava que um passe fosse falhado, para logo se ouvirem algumas “bocas” e assobios.
 
Na passada quinta-feira, durante o jogo contra o Bate Borisova, perto do local onde me encontrava, o alvo da fúria de um adepto (?) era – como muitas vezes sucede – o Nuno Gomes.
 
De cada vez que ele tocava na bola, choviam insultos de quem, supostamente, deveria estar lá para apoiar a nossa equipa e os nossos jogadores.
 
Quando, já farto de ouvir aquele chorrilho, lhe perguntei porque não se calava, ficou ainda mais “bravo”.
 
O jogo prosseguia e o Nuno Gomes deu um golo a marcar ao Cardozo, que falhou o pontapé de forma desastrada. A culpa, pois claro, foi do Nuno Gomes!
 
Logo a seguir, o nosso avançado parou a bola no peito e rematou para fazer o primeiro golo. Finalmente, o “protestador profissional” calou-se durante alguns minutos, ficando mesmo com ar abalado quando o Nuno Gomes fez um grande passe para o Cardozo e este marcou o segundo golo.
 
Quando lhe perguntei se ainda mantinha a mesma ideia, é que percebi que quase toda a gente que estava à volta dele se sentia incomodada, mas que ninguém dizia nada, para não se aborrecer. Várias pessoas me disseram, inclusive “ainda bem que aparece alguém a mandá-lo calar”.
 
Em todos os jogos do Benfica há sempre alguns “velhos do Restelo”, que fazem questão de mostrar o lado mais miserabilista da índole humana.
 
A esses, sem entrar em polémicas excessivas, há que perguntar-lhes: porque não te calas?
 
 
 
 
21
Set09

UNIÃO DE FACTO

Pedro Fonseca

E vão 5 jogos, mais 3 pontos e uma postura onde se deve realçar a raça, a crença, a vontade, o empenho, o profissionalismo. Tudo atributos que estavam arredados do Benfica há muitos e muitos anos.

 

Claro que depois há o talento, o génio, a classe. Mas nada se faz sem suor, muito suor. Jorge Jesus é o principal responsável por este mudar de mentalidades. Ele também sua, se sua. Ele também deixa tudo em campo. Ele também calcorreia quilómetros e quilómetros.
De cima é que vem o exemplo, e os jogadores já interiorizaram isso. Muitas vezes é no simbolismo, nos rituais, nos meros gestos, que está todo um compêndio de liderança. Há muitos anos atrás, o Benfica fez um torneio na China e de lá trouxe uma novidade em termos de saudação aos adeptos.
Quando todas as equipas entravam em campo e saudavam os espectadores de braços no ar, o Benfica encenou uma nova coreografia: de mãos dadas, os jogadores baixavam a cabeça, virando-se para uma e para outra das bancadas centrais.
Essa saudação ficou até aos dias de hoje e é mais um símbolo da "mística" e da "marca" Benfica, que nos identifica como um clube diferente de todos os outros, no mundo inteiro. Agradecer aos adeptos, corresponder ao seu apoio e, principalmente, respeitá-los é uma obrigação dos jogadores do Benfica.
Na altura do torneio da China era Borges Coutinho o Presidente. É neste contexto que Jesus obriga os jogadores a no fim de cada jogo agradecerem o apoio, a paixão, o esforço (físico e financeiro de milhares deles), dos adeptos.
É uma outra coreografia que eu espero que se mantenha para sempre no Benfica. Em Leiria, a onda vermelha lotou pela primeira vez o estádio da União. Jesus sublinhou isso no final do encontro, naquele registo que ele não dispensa de lançar palavras elogiosas aos benfiquistas.
Faz bem. Sabe que sem os adeptos, as vitórias ficam bem mais difíceis. Aliás, disse-o na conferência de imprensa: “Foram os adeptos que nos empurraram para a vitória”. Nem mais. Jesus sabe que é neles que reside uma parte substancial do sucesso do Benfica esta época.
E nós, lá do alto da bancada, gostamos de o ver, a ele Jesus, sempre em movimento, sempre a viver cada lance como se fosse o último, a correr, a gritar, a tirar o casaco, a tirar a gravata. Esta comunhão emocional entre Jesus, os adeptos e a equipa é a fórmula que nos vai levar ao título.
Julgo que estão à espera que fale do jogo. Peço desculpa aos leitores, mas remeto-os para o que escrevi no “O Inferno da Luz”. Apenas uma nota: nós sabemos, e estamos atentos, à campanha que vai ser lançada contra nós.
O penálti sobre Aimar é claro como a água. Mas mais, os que o contestam estão longe de serem paladinos da ética e não têm qualquer autoridade moral para falarem. Não recebemos lições de verdade desportiva de ninguém.
19
Set09

A equipa base

Miguel Álvares Ribeiro

 

Os resultados e as exibições do nosso Benfica têm-nos deixado a todos muito satisfeitos. Para além disso, a equipa técnica tem conseguido transmitir uma grande tranquilidade e afastar euforias excessivas. Após algumas experiências, a equipa base de Jesus vai ficando definida e é, segundo penso, a seguinte:

 

Júlio César; Maxi Pereira, Luisão, David Luiz e César Peixoto; Javi Garcia; Ramires, Aimar e Di Maria; Saviola e Cardozo

 

Ou seja, as apostas que avalizou, em termos de contratações, são para vingar. A opção de Jesus pelos Césares (se tivesse mais jeito para o humor mereceria uma piada histórica) não será consensual; no caso de Júlio César, tanto Quim como Moreira têm um lugar especial no coração de todos os benfiquistas, por tudo o que já deram ao nosso clube, mas compreende-se a opção, pois é um excelente jogador, com maior envergadura (cada vez mais importante no futebol actual) e muito mais novo, logo com mais margem de evolução e com maior futuro. No caso de César Peixoto, pelo que se viu nos jogos já disputados, a opção é mais difícil de justificar mas Jesus valorizará certamente a sua maior experiência e polivalência; no entanto, Shaffer é muito superior em termos ofensivos, sendo capaz de criar desequilíbrios e de fazer cruzamentos de grande qualidade, além de ser muito mais novo. Estou convencido que César Peixoto é a primeira opção de Jesus, mas que Shaffer irá também ter muitas oportunidades, sobretudo em jogos em casa contra as equipas menos fortes, onde o reforço ofensivo será mais importante.

 

A outra contratação com o aval pessoal de Jesus foi Weldon, que tem o lugar tapado por Saviola e Cardozo, mas que já justificou plenamente a sua contratação nas oportunidades que teve.

 

Fazendo uma análise posição a posição, vemos que em quase todas o Benfica tem uma segunda (em alguns casos mesmo uma terceira) opção que garante uma elevada qualidade:

 

Baliza: Júlio César (Quim, Moreira)

Lateral direito: Maxi (Rúben Amorim)

Lateral esquerdo: César Peixoto (Shaffer)

Centrais: Luisão, David Luiz (Sidnei, Miguel Vítor, Roderick)

Médio defensivo: Javi Garcia

Médio-ala direito: Ramires (Maxi, Rúben Amorim)

Médio-ala esquerdo: Di Maria (Fábio Coentrão, Urreta)

Médio ofensivo: Aimar (Carlos Martins, Felipe Menezes)

Avançados: Saviola, Cardozo (Nuno Gomes, Weldon, Keirrison)

 

A única onde não se vê uma substituição fácil é a de médio defensivo, onde Javi Garcia aparece como indiscutível e indispensável; neste caso custa perceber o empréstimo de Yebda, que seria uma excelente alternativa. A substituição de Aimar também não será fácil, sobretudo em jogos de maior responsabilidade.

 

Finalmente faça-se o destaque devido para dois jogadores que têm feito um início de época muito bom e estão num grande momento de forma, pelo que custa ter de os deixar de fora, mas que não têm lugar nesta equipa inicial de Jesus (estou convencido que com pena de todos, até do próprio Jesus): Rúben Amorim e Fábio Coentrão.

 

Uma das tarefas importantes que Jesus tem que conseguir levar a cabo é a de manter motivados jogadores como estes, que estão possivelmente no melhor momento de forma das suas carreiras e não irão ter muitas oportunidades de ser titulares.

 

18
Set09

Nova Europa

Paulo Ferreira

Voltei ontem ao nosso país e felizmente fui para o Estádio antes de ir para casa!

 

Não existem dúvidas que o Benfica este ano está entusiasmante e sendo ainda cedo para qualquer avaliação são notórios sinais de que tudo segue no bom caminho:

  1. Existe uma clara motivação dos jogadores e uma forma de jogar bem assimilada e assente numa pressão defensiva e velocidade de transição e troca de bola que já não se via há alguns anos
  2. Existe um discurso do treinador que é coerente e tem feito os possíveis para passar uma mensagem de exigência, responsabilidade na forma como assume favoritismo mas igualmente de acalmar as euforias desmedidas
  3. Existe uma tentativa de rotatividade do plantel que permite não só gerir esforço (e lesões) como potencia a motivação geral e a garantia de que os elementos menos utilizados têm a participação sufiente em competição que os permita render sempre que são necessários
  4. O Benfica não tem tremido nos momentos importante e mais importante tem mantido a sua forma de jogar perante qualquer adversário e com qualquer resultado (tem existe muito tempo que não via o Benfica pressionante a ganhar por 2 ou 3 e não a fechar-se na sua defesa...)
  5. Por último e não menos importante ganhar está a tornar-se um hábito! E é com este hábito que os adversários se vergam e nos respeitam e que se ganham provas.

Sabendo que ainda é cedo demais para cantar vitória, não posso deixar de estar entusiasmado com este Benfica.

 

Pela política que tem seguido nos últimos anos, o Benfica tem obrigação de vencer como já o tinha nos últimos anos! A única diferença é que este ano parece que o plantel o assumiu como algo natural e não como uma pressão inibidora.

 

Domingo em Leiria é para continuar porque cada jogo não vale mais que 3 pontos!

 

Paulo Ferreira

Pág. 1/2

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2011
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2010
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2009
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2008
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D