Vivemos dias de angústia e de incerteza.
Os principais paradigmas onde assentavam as democracias económicas ocidentais, caíram com estrondo.
O sistema financeiro que se impunha como corolário do capitalismo económico, implodiu de forma tremenda.
Os grandes e respeitáveis senhores da alta finança europeia, a quem cabia a responsabilidade de garantir a idoneidade do sistema, transmutaram-se em vulgares criminosos, amigos do ilícito e do alheio.
O sistema político a quem cabia a responsabilidade de fiscalizar e regular a economia e seus agentes deixou, por efectiva falta de comparência, que os produtos tóxicos contaminassem todo o mercado, a partir das intocáveis off-shores.
O sistema judicial e judiciário, a quem cabia a responsabilidade de prevenir e punir a ilicitude, demitiu-se de actuar, entretido que estava nos grandes processos mediáticos onde a responsabilidade também andou sempre escondida.
A crise resulta assim da absoluta declinação de responsabilidade das classes dirigentes. E o pior de tudo é que quem vai sofrer com esta falta de responsabilidade, são precisamente aqueles que não têm qualquer responsabilidade na situação a que chegamos.
Porquê toda esta lengalenga (?), dirão os meus Amigos, ansiosos que a “bola comece a rolar”.
A verdade é que o Benfica vive também uma crise profunda de resultados. Uma crise que por mais que nos custe tem já duas décadas. Uma crise que vem do preciso tempo em que, não deixando de ser os maiores, deixamos claramente de ser os melhores.
E esta crise está umbilicalmente ligada a uma crise de responsabilidade directiva que o Benfica tem atravessado. Um crise de liderança, de dar a cara, de assumir o que há para assumir, em nome do Clube e da sua grandeza.
Os dirigentes do Benfica das últimas duas décadas (com honrosas excepções) não têm assumido essa responsabilidade e, pior do que isso, não têm estado à altura das suas responsabilidades.
Vem isto a propósito das últimas declarações do Presidente do Benfica sobre a sua saúde, depois de ter corrido galhardamente 5 Km.
Disse o Presidente do Benfica no fim do “passeio” que estava bem fisicamente e que “para o ano ainda estaria melhor”. Só não podia era assistir aos jogos…
Mas o nosso Presidente não. Não está lá. Demite-se dessa responsabilidade.
E também não tem qualquer culpa do desempenho do Benfica no já longo período em que tem responsabilidades directivas. Porque, apesar de ser o líder, não marca golos, não treina pessoas, não contrata jogadores.
A única coisa que o Presidente do Benfica parece ser capaz é de correr e… naquela entranhada mania de tudo adiar, promete-nos que para o ano ainda correrá ainda mais e melhor.
O Presidente do Benfica não quer ser o Líder do Benfica. Não suporta essa responsabilidade. E é por isso que eu acho que não serve para liderar o Benfica.
António de Souza-Cardoso
PS1. Pelo terceiro jogo consecutivo, o Benfica jogou melhor. Com outro modelo de jogo, o que eu defendi desde o inicio.Com Ruben Amorim no meio, como defendi desde o inicio. Com Nuno Gomes e Óscar Cardozo (marcou 6 golos em 4 jogos) na frente, como eu defendi desde o inicio.
PS2 – Continuamos a ser vítimas da (falta) justiça desportiva. Veja-se Rui Costa (o outro) e o escandaloso penalti que inventou (será que o faria se fosse contra o FCPorto?). Veja-se o castigo iníquo ao nosso Rui Costa (porque não a Paulo Bento de quem todos vimos a mãozinha a girar ?!)
Por razões de ordem pessoal tenho hoje muito pouca disponibilidade para escrever o meu post semanal, pelo que esta crónica é muito breve e “roubei” a Joaquim Evangelista o título, embora as acusações de concorrência desleal entre clubes que ele faz provavelmente não vão tão fundo como as que eu sinto.
A Comissão Disciplinar da Liga anunciou ontem que Rui Costa foi castigado com um mês de suspensão e 1.250 euros de multa.
De acordo com a informação prestada pelos órgãos de informação, o castigo diz respeito ao encontro da última jornada, em que os encarnados receberam o Marítimo, e tem por base o artigo 107.1 do Regulamento Disciplinar, que pune os dirigentes por "lesão da honra e da reputação". Mais concretamente, na base da punição estão "expressões, desenhos, escritos ou gestos injuriosos, difamatórios ou grosseiros para com membros dos órgãos da Liga e da Federação".
Não posso dizer que não tenha acontecido nada, mas assisti à transmissão do jogo e não me apercebi de nada. Pelo contrário, os responsáveis de outras equipas podem fazer declarações inflamadas e apelos à violência que nada lhes acontece. Para falar apenas dos casos muito recentes, os insultos de Paulo Bento, que todos vimos e ouvimos em mais do que uma ocasião, através da televisão, não existem (uma vez que não são mencionados no relatório do árbitro) e, portanto, não merecem qualquer punição.
Este é, infelizmente, o retrato do nosso sistema de “Justiça”. Não importa que se faça Justiça (agora sim, sem precisar de aspas) mas que se cumpram uma série de regras escritas e que, inclusivamente, vão sendo adaptadas de acordo com as conveniências. Nem sequer os árbitros que omitem esses factos nos seus relatórios, numa clara atitude de violação dos seus deveres, sofrem qualquer punição (provavelmente o que acontece é mesmo juntarem mais uns pontos no currículo).
Realmente, tenho que concordar: O Campeonato português é mentiroso!
P.S. - Apesar de referência já feita pelo Pedro Fonseca, realço novamente o feito extraordinário da nossa equipa de Basquetebol, numa fase regular sem falhas em que venceu todos os jogos em que participou. À Benfica!
No domingo assisti do meu sofá a um bom jogo de hóquei em patins, apesar de o campo estar claramente inclinado. A reconstrução da nossa equipa está feita, nesta modalidade tão cara aos portugueses e com tão grandes tradições no Benfica. Podemos não ganhar este ano mas temos as bases lançadas para um futuro de sucesso.
Quando o António Souza-Cardoso me convidou para participar no Novo Benfica, aceitei sem hesitações, só tendo colocado uma condição: poder escrever de forma livre, sem alinhamento com qualquer facção, constituída ou projectada. É claro que este pressuposto me foi de imediato assegurado pelo António, tal como ele refere no seu “post” de dia 26.
Entretanto, alguns comentários a esse mesmo “post” deram-me o mote para esta minha primeira intervenção.
Ser Benfiquista no Porto não é ser melhor nem pior do que sê-lo em qualquer outro ponto do Planeta, mas é necessariamente diferente. E nem se diga que apenas os Benfiquistas nados e criados nesta cidade sentem desta forma. Tenho amigos Benfiquistas de Lisboa, que vieram viver para o Porto por razões profissionais e que, pouco depois de aqui chegarem e começando a lidar com os “andrades” – é assim que chamamos aos portistas – logo principiaram a sentir o que queremos dizer.
Mesmo quem sentiu e sente a rivalidade dos adeptos do Sporting ou de qualquer outro clube, sabe que não tem contra si a lógica avassaladora do domínio do FCP, nos últimos vinte anos. O que pode contrapor um sportinguista contra nós? Nada que nos incomode, nada que possa levar-nos a ter a frustração de os nossos filhos não seguirem a nossa paixão clubística.
Ora isto passa-se, principalmente embora não em exclusivo, na cidade do Porto. Tenho três filhos pequenos – entre os 7 e os 11 anos – e luto quase diariamente para manter a “bênção” de ainda serem Benfiquistas. Luto para que se sintam uma orgulhosa minoria no estabelecimento de ensino que frequentam, mas convenhamos que seria bem mais fácil se tivéssemos títulos para festejar!
Levei-os para a rua para festejarem a conquista do campeonato no dia 22 de Maio de 2005, mas não pudemos fazê-lo onde quereríamos, na Avenida dos Aliados. Nesse local, os super-dragões esperavam pelos adeptos do Benfica para os “castigarem” pela afronta de nos tornarmos campeões na cidade do Porto. Algum Benfiquista, nalguma outra cidade do Mundo, terá deparado com semelhante situação? Penso que não, porque só aqui é que os adeptos mais ferrenhos do FCP se sentem impunes.
Ao festejar a conquista daquele título – tal como a da Taça de Portugal da época anterior, contra o Porto de Mourinho – apercebi-me de um facto curioso: foram estas as primeiras vezes na minha vida que saí à rua para festejar vitórias do Benfica. Com efeito, nessa altura tinha eu 45/46 anos e como vivi toda a minha infância, adolescência e grande parte da idade adulta habituado a ganhar com frequência, nem sequer festejava os títulos com exuberância!
Espero, sinceramente, que os Benfiquistas das novas gerações sejam incentivados a manter esta chama imensa – tão grande que supera até o fogo do dragão – o que só poderá ser alcançado se forem habituados a que o nome Benfica seja sinónimo de vitórias, conquistas e glórias!
BENFICA SEMPRE!
Apenas um bom começo e depois displicência ou atracção pelo abismo? Não creio.
Di Maria e Reyes parecem-me "incompatíveis"..., em termos defensivos! Pura e simplesmente não asseguram uma cobertura adequada aos laterais e travam uma circulação fluida da bola, com mais uma finta e outro pedido de falta. (Diga-se que mesmo a ganhar por três e ainda com Aimar em campo os espaços eram enormes e a pressão mínima.)
Cardozo e Nuno Gomes não mereciam tanto sofrimento. E já cá estavam há dois meses, quando o sistema era o pontapé para a frente e fé em Suazo...
Carlos Martins bate-se, mas a clarividência não está lá. Com Aimar em sub-rendimento, é caso para perguntar se os dois conseguirão um dia fazer o trabalho de um dez "a tempo inteiro".
Sidnei, esse, não pode sair de lá:). Ruben Amorim também não. Maxi aspas, aspas.
E no futuro? Que dinheiro há? Suficiente para Reyes ficar e reforçar as posições carenciadas? Não sei. Vale mesmo a pena vir um outro guarda-redes, numa altura de apertar o cinto? Não acho. Um defesa-esquerdo é imperioso, até dói ver David Luiz a passar por toda a gente e a não conseguir centrar:(.
Mas há vida para lá do futebol! Um abraço grato à Telma e à equipa de basquete:))))))).
Agora que o final de época se aproxima e que se mantêm algumas das lesões que desde o inicio da época condicionam o desempenho do Novo Benfica (o M EC e o Armindo Monteiro nem chegaram a entrar em campo..) chegou a altura de ir ao mercado procurar reforços á altura de um dos maiores Blogs portugueses.
Também por isso a tarefa não foi fácil. Os candidatos apareceram em catadupas, as cunhas multiplicaram-se, a histeria por um lugar na equipe instalou-se no mundo dinâmico da blogosfera.
Tínhamos que escolher e, sem prejuízo de outros eventuais reforços, o feliz contemplado foi o José Esteves de Aguiar.
Coube-me a mim convidá-lo. O “Zé” (não confundir nem com o do boné, nem com o de Lisboa) é um bom Amigo e um grande Benfiquista. Que junta a grande paixão que tem pelo Clube a um espírito aguerrido, frontal e de uma singular honestidade intelectual.
Estive sempre com o Zé Esteves de Aguiar em tertúlias portuenses onde o que era preciso era defender o Benfica. Demos e levamos, como é habitual nestas refregas.
Mas a verdade é que nunca cuidei de saber outra coisa do José Esteves de Aguiar que não da sua apaixonada condição de Benfiquista. E foi assim que o convidei. Sem nenhum outro pré requisito.
Tenho a certeza que depois do Zé Esteves de Aguiar o Novo Benfica será ainda melhor.
O José Esteves de Aguiar é para além de tudo um insigne causídico que exerce a sua actividade a partir do Porto, onde vive.
Para além disso sei que uma das suas paixões é a escrita, na esteira do Avô que foi um dos Fundadores do Primeiro de Janeiro, um dos mais antigos e distintos jornais diários de Portugal e da Europa.
Por mim resta-me agradecer-lhe a disponibilidade e transmitir-vos a certeza que tenho de que vão gostar de o conhecer.
António de Souza-Cardoso
Os posts publicados anteontem e ontem, pelo Pedro Fonseca e pelo
O Pedro Fonseca fez uma descrição (breve) do sistema, a quem atribui os males do Benfica, adoptando uma posição desculpabilizadora das nossas falhas em termos organizativos; o António Sousa Cardoso, embora reconhecendo a existência do sistema, acha que se pode ignorá-lo pois se jogarmos bem e formos melhores é muito improvável que percamos.
Qualquer que seja a Direcção do Benfica, não pode ter resultados significativos se a sua análise e estratégia de actuação não tiverem em conta estas duas visões complementares sobre a situação do futebol em Portugal.
Não se pode adoptar a posição de desistir ou tudo justificar apenas porque o sistema não nos deixa ganhar. Por outro lado, não é possível ignorar a existência do sistema, pois ele mina os próprios fundamentos do edifício desportivo. Enquanto não houver confiança na existência de verdade desportiva, não pode haver competição leal e verdadeira.
Nem sempre é fácil a vida de um adepto de um clube, mas somos muitos e de muitos clubes e nem sequer é por a sua equipa perder mais vezes que os adeptos são menos aguerridos no apoio; mas se sentirem que perdem, não por serem piores mas por serem prejudicados por factores alheios à competição sadia, então a desconfiança, o descrédito e o desânimo, que certamente sentirão, pode levar à perda de muitos apoiantes dos clubes e do próprio sistema desportivo.
Quem me conhece sabe que sou um desportista. Apesar de nunca ter passado da mediania, já pratiquei vários desportos, sobretudo pelo gosto de jogar, da competição do convívio, etc. Obviamente gosto mais de ganhar do que de perder, mas a perspectiva da derrota não me tira o gosto de participar e sei reconhecer o mérito do adversário quando este o tem.
Para mim, o maior dos problemas do futebol prende-se com a perda dos valores éticos do espírito desportivo; deixou de ser um jogo para ser sobretudo uma guerra. Deixou de haver equipas adversárias que procuram jogar lealmente, na luta pelo melhor resultado, e dar um espectáculo interessante, para haver inimigos que se digladiam sem misericórdia em todos os foruns possíveis.
Este estado de coisas deve-se em grande parte ao Porto, que elegeu como estratégia de afirmação, há já cerca de 30 anos, uma guerra Porto-Lisboa, que passa sobretudo por uma guerra Porto-Benfica (e cada vez mais assim é, dado que o Sporting aceitou pactuar com o sistema, tacitamente, não o afrontando, para tirar os dividendos possíveis) e a criação de um clima intimidatório dos adeptos dos clubes rivais.
As posições que o Porto foi ocupando no edifício desportivo (e não só) faz com que a luta contra este estado de coisas seja muito dura e desgastante, além de proporcionar poucos resultados práticos no curto prazo. É, no entanto, imperioso prossegui-la e conseguir mudar este paradigma, por forma a que se possa voltar a acreditar no sistema desportivo.
É evidente que temos que ser críticos na avaliação da equipa e dos seus dirigentes pois é claro que nem tudo correu bem nesta época no seio do futebol do Benfica. É verdade que, apesar de estar a fazer uma época razoável, o Benfica passou por um longo período em que a equipa parecia apática e incapaz de produzir exibições convincentes, enquanto, pelo contrário, o Porto foi construindo uma equipa e melhorando a qualidade do futebol praticado.
Isto deve levar-nos a concordar que é necessário implementar uma cultura de exigência e melhorar a organização interna, bem como gerir melhor o fluxo de informação para o exterior. Por outro lado, a cultura de vitória de que fala o António, faz-se de vitórias e ficará sempre, pelo menos, a dúvida se este trajecto seria o mesmo se não tivesse havido “mãozinha amiga” em vários resultados no início da época e o Porto tivesse ficado a 6 ou 7 (ou mais) pontos da liderança.
Aliás, nem é preciso recuar tanto. Façamos um pequeno exercício de especulação; o que seria agora a Liga se nas últimas jornadas a Académica tivesse beneficiado de arbitragens isentas? Pelo que se viu o mais certo era que perdesse na Luz e vencesse ou empatasse com o Porto – bastaria aceitar os golos limpos marcados, assinalar os penalties que ficaram por marcar e invalidar os golos em fora de jogo. Apesar de toda a capacidade de organização que muitos lhe reconhecem e das outras ajudas que não foram contabilizadas, o Porto estaria neste momento 1 (ou 2) pontos à frente do Sporting e 2 (ou 3) à frente do Benfica, ou seja teríamos campeonato até ao último instante.
Para bem do Benfica e do próprio sistema desportivo, importa denunciar o sistema e lutar pelo seu fim, mas também convém que não fiquemos ingenuamente à espera que isso aconteça. Se o sistema existe e nos prejudica (melhor dito, se existe essencialmente para nos prejudicar) temos que ser ainda mais organizados, ainda mais fortes e unidos para o vencer.
No Domingo passado tivemos outra vez Benfica.
A boa notícia é que vimos um Benfica diferente, para melhor, duas vezes seguidas.
A boa notícia é que desta vez, não fomos prejudicados nem pela sorte, nem pelo juiz da partida.
A melhor notícia é que, desta vez, para além de jogarmos melhor, ganhamos. É sempre assim quando jogamos bem: arriscamo-nos a ganhar.
E se jogarmos bem não duas vezes ma s muitas vezes, aprendemos a ganhar. Viciamo-nos nisso. Já não sabemos jogar mal e por isso é muito improvável que percamos.
Apesar dos sistemas (que existem) e de todas as teorias da conspiração (que, habitualmente também existe).
Quando nos viciamos em ganhar somos, por outro lado, mais exigentes. Já não nos contentamos com menos. Exigimos muito da equipe, dos técnicos, dos dirigentes.
E a própria equipe, os técnicos e os dirigentes, sentem essa pressão e, simultaneamente, esse estimulo e essa vocação ganhadora.
Chama-se a isso cultura de organização que, claro, não é só feita de factores comportamentais. Precisa também de capacidades inatas, de boa matéria-prima – do talento ou dos talentos que julgo que esta equipa tem. Mas precisa também de trabalho contínuo, de planeamento permanente, de estratégias adequadas e de modelos eficazes que as apliquem.
Ganhar é o tónico principal para que tudo isso seja possível.
Mas se quisermos ser realistas, a verdade é que só quando tudo isto existe é que se ganha sustentadamente.
O Benfica ganhou e, como disse no post anterior, tenho muita Fé que ganhe todas as “finais” que ainda lhe faltam. Porque esse tónico permitirá que o Benfica se recomponha num modelo de jogo mais equilibrado (claro que com Amorim no meio e 2 pontas de lança) e se una á volta de um conjunto de bons jogadores e de uma equipe técnica que já conhece as suas potencialidades.
O tal tempo, dirão alguns dos meus Amigos…
Com sinceridade, julgo que não há tempo que resista á falta de gestão organizacional.
Primeiro vem o tempo de construir uma Organização capaz. Depois sim, vem o outro tempo de aculturação dos agentes que integram essa Organização.
Como já disse aqui as transformações ocorridas no Porto e no Benfica na última época, constituem exemplo paradigmático da necessidade prévia de uma boa Organização.
O FC Porto aparentemente desvalorizou-se em relação ao ano passado. Vendeu mais valor do que comprou. Ao contrário, o Benfica valorizou-se. Acrescentou mais valor à equipe do aquele que subtraiu.
A cultura de Organização que existe no F.C. Porto tratou de maximizar o valor. No fim do ano o clube que fez um desempenho financeiramente positivo, poderá novamente gerar valor com a equipe e apostar em novos valores.
Ao contrário, a falta de cultura de Organização no Benfica tende para a maximização do desperdício. Não geramos valor neste directamente através do nosso desempenho, nem indirectamente aumentando da forma como podíamos o valor dos nossos activos.
E depois, a grande tentação de quem não tem Organização é esconder essa insuficiência com novos ciclos ou com factores de desculpabilização (o permanente sistema, mesmo o que a justiça não comprova) ou de desresponsabilização (“eu não marco golos…”).
Por isso, o problema do Benfica não é falta de tempo. É falta de uma Organização capaz de, entre outras coisas, gerir o tempo.
É falta de uma Organização capaz de garantir que se parte a tempo (como não aconteceu na época anterior com Fernando Santos) ou se chega a tempo como, mesmo ganhando, não podemos garantir que ocorra esta época.
Mantenho fé reforçada nos últimos desempenhos desta equipe. Apesar dos desequilíbrios que o plantel sempre teve, se continuarmos a ganhar, salvamos para o clube um conjunto de bons jogadores.
Para isso, ao contrário do que reza o Fado, nunca é tarde demais.
António de Souza-Cardoso
O “sistema” está bem e recomenda-se. O “sistema” não dorme, raramente se distrai e a notícia da sua morte era exagerada. A história de construção do “sistema”, ou “polvo”, como quiserem, é mais ou menos conhecida, mas façamos uma breve viagem ao passado.
Estando bem longe de Portugal com 10 horas de diferença não tenho conseguido acompanhar tão bem como gostaria o nosso Benfica na última semana, razão pela qual também não consegui escrever na passada 6ª feira.
Assim sendo, intrometo-me num dia que não é meu (e por tal peço desculpas) apenas para registar duas coisas:
1) Que de fora ainda sabe melhor conhecer notícias de vitórias do nosso Benfica e esperar que no próximo ano elas sejam muito mais amiúdes!
2) Para lamentar que o Bruno tenha deixado de escrever regularmente. Os seus contributos na minha opinião são essenciais e espero que consiga continuar a escrever com regularidade. No mesmo registo agradeço as simpáticas "palavras" que me dirigiu. Sei que são sentidas e ele sabe que penso também o melhor dele!
A todos de longe, um abraço e viva o Benfica!
Paulo Ferreira