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Novo Benfica

Novo Benfica

04
Mar09

Quem Foi que falou nas Eleições do Benfica?

António de Souza-Cardoso

 

Tive com o Bruno Carvalho o prazer de fundar este Blog e de, na carta convite que enviamos a alguns amigos benfiquistas, rabiscar um conjunto de princípios orientadores da nossa acção e não tanto da nossa Missão que era (e é) servir o Benfica.

Não pretendíamos com estes princípios definir o que éramos. A nossa condição de benfiquistas convictos e apaixonados - “doentes” como se diz saudavelmente no Norte, era (e é) tida com um pressuposto absoluto. O que pretendemos foi, desde logo, definir o que não queríamos ser.

E dissemos logo que não queríamos ser um grupo de facção.

Sabíamos já nessa altura, não descobrimos depois, que existiam diferentes sensibilidades na forma de ver e analisar o Clube e até diferentes valorações sobre a forma como o Clube tem sido dirigido ao longo do tempo. Achamos que essa diversidade, que nos levava a discutir uns com os outros entusiasticamente era enriquecedora para o projecto e valorizadora dos seus resultados.

Os “unanimismos”, sempre que se pretende analisar e reflectir com vista a promover melhorias, surgem sempre como redutores - por mediocridade (ou medo da hierarquias) ou, mais simplesmente, por falta de empenho na matéria ou no contraditório.

A única coisa em nós que somos unânimes é na indomável vontade de servir o Benfica.

Eu, pelo meu lado, tenho servido o Benfica como posso e sei. Estive vários anos, semanalmente, no Programa “N-Jogadas” da actual RTP-N representando orgulhosamente o meu Clube.

Mais tarde, já no Porto Canal, estive vários anos a defender o Benfica com o mesmo fervor no Programa “A Bola é Redonda” primeiro ao lado do Júlio Machado Vaz, depois do Raul Lopes e do António Catarino. Defendi o Benfica publicamente em muitas outras intervenções na televisão e nos jornais. Tento servi-lo agora com a mesma modéstia e igual dedicação no “Novo Benfica”.

Esclareço também que nunca tive nenhuma palavra de estímulo ou, ao contrário, de censura ou repreensão de nenhum responsável do Benfica. Lembro-me que no intervalo do “N Jogadas” o Francisco José Viegas, o António Reis e o Manuel Pinto Coelho, falavam regularmente ao telemóvel com os “seus “aparelhos”, enquanto eu me entretinha a ler as mensagens de muitos portistas que, descobrindo não sei por que artes o meu telemóvel, ameaçavam recorrentemente partir-me a cara ou cada uma das pernas.

Também nunca recebi qualquer convite da Direcção do Benfica. Nem para a magnifica Gala do 105º Aniversário onde, ao que me foi dito, até gente que tinha por minha Amiga se entreteve a dizer publicamente mal dos meus textos e de mim próprio. Ficam a saber, como na “blague” política, que eu sei que elas sabem que eu sei.

Tive, isso sim, na Apresentação do “Novo Benfica” a oportunidade de, a nosso convite, conviver com o Presidente do Benfica e outros membros dos Órgãos Sociais que muito nos honraram com a Sua presença. Mais tarde, no Jantar que fizemos no Estádio da Luz tive nova oportunidade de confraternizar com Luis Filipe Vieira, Rui Costa e outros membros da SAD Benfiquista.

Como referi nos posts que então escrevi (podem ser revisitados), foram grandes noites de “tertúlia benfiquista” onde só temos a agradecer a simpatia e a consideração com que nos trataram, com especial destaque para o Presidente do Benfica.

Tive ainda um convite simpático e recente do Silvio Cervan para escrever um artigo na renovada “Mistica” o que fiz, com modesta capacidade, mas com imenso prazer.

Nada me move de pessoal, portanto, contra o Presidente ou a Direcção do Benfica.

Mas, talvez porque convivi mais com as ameaças dos outros do com o carinho dos meus, habituei-me a ser independente e a pensar pela minha cabeça.

Talvez porque assisto aos jogos do Benfica no meio da bancada e não em Camarotes VIP, habituei-me a olhar para o meu Clube de forma exigente e inconformada.

 Talvez porque não sou convidado para Galas e outras efemérides, tenha a distância de quem todos os dias vive a Festa de ser do Benfica.

Como nunca precisei deles (sejam quem forem!) senti sempre o Clube como Meu.

Não sou por isso deste sistema ou de qualquer outro. Sou adepto e sócio do Benfica e essa é a superior condição em que quero morrer.

Claro que se a minha independência em nada me compromete, também em nada me dispensa. E, eu sou daqueles que tem uma paixão consequente pelo Clube. Se entender que um dia posso ser útil ao Clube de uma forma diferente da que tenho tido, lá estarei. Como sempre estive, com cara com nome e com tudo. Assim aconteceu no “N Jogadas” e na “Bola é Redonda”, assim acontece no “Novo Benfica”…

Com a mesma frontalidade e independência e sempre no propósito único de servir o Benfica.

E é essa frontalidade e independência que me levam a achar, sem prejuízo dos protagonistas, que o Benfica precisa ainda de melhorar – digo isto com toda a convicção. Admitindo até, como já fiz muitas vezes, que mudou para melhor nos últimos anos. Mas não tão francamente como devia. Não tão decisivamente como pareceu poder.

E por isso tenho o direito de querer mais para o meu Clube. De não gostar que, nos últimos 20 anos, o Benfica sendo o Maior não seja o Melhor (como é isto possível?).

De me entristecer com o conformismo de muitos que já só aspiram a ser segundos ou terceiros. De não me refugiar no ecletismo que sempre foi do Clube, representado por modalidades amadoras onde também já fomos mais hegemónicos do que hoje somos.

 De não me realizar integralmente quando o Benfica faz (mesmo que bem) outras coisas (mesmo que meritórias) que extravasam o objecto do Clube e o seu âmbito eminentemente desportivo.

De não me consolar na luta que temos travado pela ética e pela justiça desportiva (que para mim constituem sempre pressupostos de actuação), se nem aí nos conseguimos impor, se nem aí conseguimos vencer.

De me preocupar que no primeiro semestre desta época o Benfica tenha quase 10 milhões de euros de prejuízo (sete vezes mais do que o Porto e 4 vezes mais do que o Sporting). Numa época em que já quase tudo perdeu, ingloriamente, onde voltamos a ter que nos contentar com menoridades.

De ouvir todos os anos a mesma "lengalenga" do "agora é que vai ser!", com novos ciclos virtuosos e mirabolantes promessas que nunca se concretizam

De ver, enfim, o “Benfica Glorioso” desaparecer progressivamente da memória europeia.

De constatar, tristemente, que o “Benfica Campeão” se vai esvanecendo na lembrança e na esperança das novas gerações.

É só por isso que continuarei a dar o melhor de mim - para poder viver um Benfica melhor.

António de Souza-Cardoso

PS1 Também não fui eu que falei, alguma vez neste Blog, nas eleições do próximo mês de Outubro. Mas, já agora, não acho nada que seja tarde para começarmos a reflectir sobre o assunto. E como todos os assuntos que merecem reflexão no nosso Clube, não acho nada impróprio que delas (reflexões) se escreva e se debata neste Blog. Com a mesma diversidade e frontalidade de sempre. Que, ao contrário do que possa parecer, não tem beliscado a nossa amizade nem diminuído a consideração e a estima que temos uns pelos outros.

PS2:Eu nas novas eleições quero, principalmente, exigência e responsabilidade. Em particular do Presidente, como primeiro de todos. Como líder da equipe que ele próprio escolherá. Julgo até que é esta a altura de Luis Filipe Vieira nos dizer se se vai recandidatar? E com quem? Com que objectivos e garantias? Com que responsabilidade e com que projecto?

PS3: Como me parece a altura de aparecerem outras alternativas e outros projectos, que num Clube grande como o Benfica são sempre possíveis e desejáveis.Passo pois a palavra a quem primeiro falou e a quem (pelo protagonismo que assume) deve primeiro falar das Eleições do Benfica.

   

03
Mar09

Março, o mês das decisões

Miguel Álvares Ribeiro

 

O mês de Março é um mês decisivo em todos os principais campeonatos desportivos em que o Benfica se encontra empenhado.

 

No futebol, é já no próximo dia 21 que se decide a final da Taça da Liga, contra o Sporting.

 

No que diz respeito à Liga, depois da vitória frente ao Leixões e do empate no Porto-Sporting, o Benfica passou a ver o Porto 2 pontos à frente (que podem valer 3 por ter melhor diferença entre golos marcados e sofridos) e o Sporting 2 pontos atrás (que só não valem por 3 se houver um empate entre os 3 no final da Liga).

 

Em termos dos compromissos restantes, o Benfica joga com as mesmas equipas que o Porto, com a única diferença que o Porto tem que ir a Matosinhos jogar contra o Leixões na próxima jornada e o Benfica recebe o Belenenses na última jornada.

 

Já o Sporting recebe Paços de Ferreira e Rio Ave e vai a Matosinhos jogar contra o Leixões, em vez de jogar contra Trofense, Sp. Braga e Belenenses.

 

As restantes diferenças de calendário devem-se ao facto de receber as equipas em casa ou efectuar algumas deslocações a campos tradicionalmente mais difíceis. Mas esta não parece ser uma diferença muito significativa, numa época em que os 3 têm perdido muitos pontos em casa.  

 

Vai ser um final de Liga muito disputado, em que o apoio indefectível da massa associativa do Benfica vai ser imprescindível para o nosso sucesso. A minha previsão é que vamos sofrer até ao último minuto e só mesmo a 24 de Maio, no final do jogo contra o Belenenses, no Estádio da Luz, faremos a grande festa do título.

 

 

No que diz respeito às restantes modalidades desportivas, entra-se também agora na fase decisiva dos respectivos campeonatos.

 

No andebol o Benfica venceu na difícil deslocação ao Restelo, pelo que terminará a 1ª fase no 2º lugar atrás do Porto.

 

No basquetebol o Benfica prossegue a sua campanha 100% vitoriosa, com uma vitória perante o Atlético por esclarecedores 127-70, pelo que é com naturalidade que esperamos obter o título.

 

No futsal, depois de uma exibição algo preocupante no Freixieiro, o Benfica regressou às vitórias com uma goleada (9-1) perante o Instituto D. João V. Estamos em 3º a 3 pontos da Fundação J. Antunes, quando faltam 6 jornadas para o final da 1ª fase.

 

No hóquei em patins, a derrota por 3-1 perante a Juventude de Viana na última jornada da 1ª fase fez com que passássemos do 2º para o 4º lugar, o que, em termos práticos, significa que nas meias finais dos Play-off’s, em vez de defrontarmos a Oliveirense ou a Juventude de Viana, termos que jogar contra o Porto. Além disso podemos ter perdido Tó Silva para o resto do campeonato por ter fracturado o maxilar.  

 

No voleibol o Benfica venceu, embora na “negra” e de forma muito sofrida, o primeiro encontro do Play-off, perante o Fonte Bastardo e joga a meia-final da Taça contra o V. Guimarães. No entanto, nesta modalidade a equipa do Sp. Espinho é a clara favorita para ambos os títulos.

 

p.s. 1 – Tal como muitos dos nossos frequentadores do blog, também eu saúdo com muito entusiasmo o regresso de Júlio Machado Vaz, sobretudo pela paixão que põe nos seus comentários.

 

p.s. 2 – Não vou comentar os posts dos outros bloggers, já que tal me foi expressamente pedido, mas não posso deixar de considerar extremamente infeliz o título da última crónica do Bruno Carvalho. Um verdadeiro benfiquista não associa, muito menos num escrito público, o adjectivo medíocre ao glorioso.

 

 

 

02
Mar09

UMA GALA À BENFICA

Pedro Fonseca

No passado sábado, o Sport Lisboa e Benfica celebrou 105 anos. Foi uma Gala à Benfica, com alma e com mística. Com emoção e com lágrimas. Com paixão e amor à camisola. Com o passado a nortear um presente e um futuro que se querem também gloriosos.

Não houve pontos altos, a Gala foi o “ponto alto”, mas gostava de sublinhar 3 dos momentos mais marcantes: a homenagem a Bento, a Coluna e a Eusébio; a presença marcante do Sport Luanda e Benfica, através de Tchizé dos Santos, que é nem mais nem menos que a filha do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos; e o discurso do Presidente do Benfica.
A gala foi o encontro do Benfica do passado, do presente e do futuro. O Benfica de Cosme Damião, o nosso querido fundador, mas também de Bento, nunca esquecido nos nossos corações; do “monstro sagrado” Mário Coluna e da Pantera Negra, Eusébio.
Com as emoções à flor da pele, Bento surgiu no ecrã gigante no palco. De pé, as pessoas que enchiam a sala do casino do Estoril, levantaram-se como uma mola. Os aplausos trovejaram no ar e o filho de Bento, incumbido de receber o prémio destinado ao pai, levou-nos às lágrimas.
Depois Coluna, e o regresso à nossa infância feliz. À frente dos olhos passavam as equipas gloriosas capitaneadas por esse mítico capitão. Corroído pela maldita doença, Coluna subiu com dificuldades ao palco – a sala de pé, mais uma vez -, recebeu um abraço de Luís Filipe Vieira e o prémio das suas mãos, e, de repente, num gesto de humildade, de gratidão, de amor à camisola, de benfiquismo, ajoelhou-se e cruzou os braços numa espécie de abraço que nos envolvia a todos.
E nós de pés. Era a nós que nos cabia ajoelhar perante Mário Coluna e agradecer-lhe todas a alegrias e glórias. Juntou-se-lhe logo ali Eusébio. Coluna e Eusébio, juntos e ao vivo. O tempo parecia ter parado, por momentos, naquele momento mágico. Depois, começou a andar em velocidade vertiginosa para trás – a epopeia das campanhas europeias, as dezenas de títulos, as vitórias gloriosas.
Os jogadores, as nossas actuais vedetas, juntas e demonstrando um enorme companheirismo, mantinham-se de pé e atentas, enquanto Coluna e Eusébio permaneciam no palco. E intuiu-se nos olhos de Aimar e Di Maria, de Katso e de Luisão, de Cardozo e de Reyes, um brilhozinho de desejo de cumprir o pedido de Eusébio: “Eu sei, sinto, que vamos ser campeões”.
Agarrem a mensagem de Eusébio e cumpram-na como se dela dependesse a vossa vida. O Pantera Negra foi tão emocional, o que disse foi tão sentido, o que transmitiu aos jogadores foi tão forte, que é impossível não lhe fazer a vontade.
Os jogadores levaram um enorme fardo de responsabilidade para casa, mas todos os benfiquistas estão certos que receberam uma injecção anímica de apoio, de dedicação e de solidariedade, dos sócios e adeptos, da Direcção e do Presidente, naquela gala, que podem sentir-se reconfortados e mais empenhados que nunca em cumprir o desígnio: conquistar o título.
Se todos éramos ilustres naquela sala, não se pode deixar de fazer uma referência especial para o Sport Luanda e Benfica, presente através da sua principal dignatária, a filha de José Eduardo dos Santos, Tchizé dos Santos.
Angola é um país fabuloso e único, rico e finalmente em paz. Alguns dos mais ilustres atletas da história do Benfica foram e são angolanos. Milhões de angolanos sentem o Benfica como milhões de portugueses. O Benfica é de Lisboa e do Porto, de Paris e de Nova Iorque, de Maputo e de Luanda.
Luanda é, por isso, um local privilegiado e a privilegiar de benfiquismo. O estreitamento de laços com os países africanos de língua oficial portuguesa, que o Presidente do Benfica tem vindo a encetar, faz parte de uma estratégia que é decisiva para o futuro e para o engrandecimento do Benfica.
Por último, o discurso do Presidente do Benfica. Um discurso estruturado, claro e determinado. Um discurso à Benfica.
Sublinho três momentos: a celebração da nossa gloriosa história; a recuperação levada a cabo nos últimos anos; os desafios do futuro.
O passado: “Devemos celebrar a nossa história, porque ela é a nossa identidade, porque o nosso presente reflecte o nosso passado, mas não se enganem, temos de olhar a nossa história não apenas como algo que se herda, mas como algo que se conquista diariamente, que se renova, que se enriquece.
A mística do Benfica construiu-se de muitas histórias, de muitos nomes, da vontade e do inconformismo de muitos outros, do sacrifício e do esforço de milhares de rostos que com o seu exemplo escreveram a memória destes 105 anos.
Alguns mais conhecidos do que outros, mas todos eles importantes para aqui estarmos hoje!
Essa é a responsabilidade dos que hoje vestem a camisola do Benfica, dentro e fora de campo, saber honrar o testemunho e o exemplo dos nossos fundadores.
Esta camisola não serve a todos, nem pode ser usada por todos! Alguns já saíram porque não a mereciam, outros nunca entraram porque não a souberam sentir!
Para vestir esta camisola é preciso merecê-la. É preciso saber senti-la!
O presente: “O Benfica recuperou a sua credibilidade, recuperou a independência que a gestão dos últimos anos permitiu alcançar.
A estratégia ganhou ao improviso, o rigor impôs-se à demagogia e é esse o caminho que vamos continuar a trilhar.
Criámos as bases sobre as quais estamos a desenvolver todo o projecto; foi um longo caminho que se completa a cada dia que passa, ultrapassando os obstáculos que, inevitavelmente, continuarão a surgir.
Os 105 anos que hoje se comemoram devem-se à persistência, ao trabalho e a uma cultura de exigência que sempre nortearam a grande maioria dos que tiveram responsabilidades na direcção do Sport Lisboa e Benfica.
O Benfica foi feito de ousadia, de ilusão, mas também de muita coragem. Talvez por isso, tenha conseguido resistir a tudo. Ao tempo, à incompetência de alguns, ao oportunismo de outros.
O segredo para tanta vida, para tanto inconformismo, são os seus sócios e adeptos. Foi por eles que aqui cheguei, é por eles que aqui estou!
O futuro: O importante é manter o rumo traçado e que aponta para uma combinação em que se alia uma rigorosa gestão orçamental com o máximo de retorno desportivo! É um princípio que vale para todo o universo Benfica!
O Benfica nunca foi apenas um Clube de futebol, nem nunca foi apenas o Clube de uma região, sempre foi muito mais.
E assim há-de continuar, porque contra os que teimam em separar o norte contra o sul, nós dizemos que somos o norte e o sul, o litoral e o interior, que somos todos aqueles que por esse Mundo fora sofrem e se entusiasmam com o Benfica.
Somos um Clube do Mundo, que nasceu e é português, que tem orgulho no seu local de nascimento, mas que sabe que é reconhecido e admirado nos cinco continentes. Este é o Benfica!
Luís Filipe Vieira frisou, ainda, que “é imprescindível recuperar a confiança de todos quantos acompanham o futebol, é imprescindível recuperar a credibilidade das instituições que o representam.
Não temos escolha, senão continuar a lutar. Fomos nós que lançámos o processo de mudança, temos de ser nós a garantir que não se volta para trás.
Sempre o disse e sempre o assumi: É preciso cuidar dos males que corroem a base do nosso futebol, porque só assim podemos ter confiança no seu futuro.
Renunciar a liberdade de procurar a verdade, de denunciar aqueles que querem prejudicar o futebol, é incompatível com a minha forma de estar na vida.
Que todos saibam, que pagaremos qualquer preço, enfrentaremos quaisquer dificuldades, desafiaremos todos os obstáculos, para assegurar que a verdade desportiva vai regressar ao futebol português!”
Entre a emoção e a razão. Entre o passado e o futuro. Há um presente que se constrói com as referências do passado e com os olhos no futuro. Um Benfica assim, como o de sábado à noite, é galvanizador e indestrutível. E ganhador!
01
Mar09

Ainda mexo:).

Júlio Machado Vaz

Um de vocês perguntava há dias se eu deixara de ser benfiquista, ausente que estava em parte incerta:). Já me aconteceu desejar tal milagre, quando não consigo adormecer após um qualquer desaire, mas todos sabemos que é impossível - nascemos assim, morreremos assim ou assado, mas suspensos do que acontece a quem veste - de preferência com orgulho! - as camisolas vermelhas.

Acontece que Fevereiro era mês "sensível" e eu nunca escondi as minhas reservas quanto à filosofia subjacente aos desempenhos da equipa. Assim, decidi calar alegrias, frustrações, palpites ou remoques por umas semanas e depois escrever com a adrenalina de regresso à linha de base.

E aqui estou! Antes de mais para me congratular com os últimos minutos de Sexta-Feira. O apoio do público durante esses quinze (?) minutos foi dos espectáculos mais reconfortantes da época e tenho a certeza que não deixou indiferentes os jogadores, que farão tudo para o merecerem.

No que à equipa diz respeito, mantenho reservas. Finalmente Ruben Amorim jogou no meio, e, mesmo sem comer a bola, creio ter provado que o seu lugar é ali. Aimar está melhor e esfarrapou-se, facto que para mim garante "indulto" imediato para eventuais pecadilhos. Mas ao longo do mês continuei com a sensação desagradável de que Quique espera um golo de uma correria de Suazo ou de uma bola parada, para depois jogar em contra-ataque. Pergunto-me como estaria a equipa se o esquema utilizado contra o Leixões estivesse oleado há um par de meses...

Algumas conclusões, mesmo sujeitas a desmentido ulterior, parecem-me possíveis: Balboa tem sido um flop, reconhecido pelo próprio treinador; Carlos Martins, aposta de Rui Costa, exibe uma falta de estabilidade psicológica que, de tão longa, já se tornou preocupante; pese embora a agradável surpresa que constitui a adaptação de Maxi à direita, a verdade é que damos connosco sem laterais de raiz, pois tenho alguma relutância em considerar Jorge Ribeiro como tal; Suazo foi-se apagando e continuo sem perceber por que nunca foi utilizado a ala, num campeonato como o português não me parece adequado o Benfica jogar apenas com um ponta de lança. Para quem, como eu, nunca exigiu o título, mas a consolidação de um estilo de jogo e de um núcleo duro de jogadores, houve tempo perdido.

Restam os factos: estamos a dois pontos do primeiro classificado e a dois acima - equivalendo a três... - de quem nos persegue. Tudo de bom e mau é ainda possível, admitindo eu que temos pela frente o percurso mais duro dos candidatos. Eu continuarei a fazer a minha parte, leia-se roer as unhas, praguejar à moda do Porto e declarar sem pudor que "está na hora!" a partir do momento em que me apanho em vantagem:).

Adiante. Um abraço de parabéns a todos, um clube como o Benfica não esconde a idade, orgulha-se dela! Acolhe as nossas vidas e sobrevive nos corações de filhos e netos, faz parte da lenda familiar que tem como argamassa o afecto. E assim, centenário, se mantém jovem. Ou novo, como preconiza este blog...

E sobre ele serão as minhas últimas palavras. Adepto que fui da moderação dos comentários, agrada-me - se não exijo! - a absoluta franqueza dos textos. E dessa prática decorre a minha opinião - em ano de eleições, o blog parece encaminhar-se para a cristalização de dois blocos. Os quais, directamente ou por interpostas pessoas (Quique, Rui...), se degladiam a propósito da continuação de Luís Filipe Vieira. No passado, discordei várias vezes dele. Não aprovei a "ligação umbilical" a  José Veiga, adverti para o triunfalismo injustificado após o campeonato ganho, desagradou-me o timing do anúncio das novas responsabilidades de Rui Costa na última época, etc... Mas também salientei o regresso do clube ao estatuto de "pessoa de bem", e sem procurar aí as razões para os nossos insucessos considero obrigatória a denúncia que fez dos meandros em que o futebol português se compraz. Outros com as mesmas obrigações preferiram calar-se...

Em relação a esta época, não percebo muito bem de que possa ser acusado. Decretar que o poder dado a Rui Costa é um biombo de protecção não colhe. Temos um homem do futebol a mandar no futebol, trabalhando com um treinador que escolheu e com meios para construir um plantel. Para cúmulo é um menino querido de todos os benfiquistas! Eu considero-me bem servido e também não defendo a mudança de treinador, mesmo com as divergências que nunca escondi.

Vai daí... Apreciarei com o mesmo interesse todas as candidaturas que se apresentem no próximo acto eleitoral. E se alguma me parecer, com toda a subjectividade que o juízo implica, melhor preparada que a de LFV para defender o Benfica, votarei nela sem qualquer dramatismo, orgulho ou "espírito de missão". Por isso, não contem comigo para campanhas em Março e, com toda a franqueza, preferia não as ver no blog, mas cada um sabe de si! Perdoem a verborreia, juro que não voltarei a debruçar-me sobre o tema nos meses mais próximos:).    

  

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