Portugal 0 - Albânia 0
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Numa semana em que o futebol nacional da responsabilidade dos clubes esteve posto em sossego, por causa da Selecção Nacional, nem por isso a agitação no Sporting e no FC Porto abrandou.
Todos sabemos, mais ou menos empiricamente, que qualquer coisa para ter qualidade e consistência exige a existência e a validação do tempo.
Desde os deslumbrantes frescos da Capela Sistina, até ao mais mimoso doce do Convento de Tibães, tudo ficaria por cumprir se não pudéssemos dispor desse bem único que é o tempo, afinal aquele que assegura a nossa própria existência.
O tempo é de tal forma incontornável que já antes do adágio sobre Roma e Pavia, Deus simbolizou a criação do Mundo, na passagem do tempo. Apesar de, na Sua magnitude, poder limitar-se a “estalar os dedos”, a verdade é que quis representar a excelência da obra feita, no trabalho e no tempo que a garantem e dignificam. Por isso, só descansou ao sétimo dia.
Serve a reflexão dominical para introduzir a questão da “intermitência” do actual Benfica.
Confesso que sou daqueles Benfiquistas que não me conformo com menos do que vitórias e, com um lugar que não seja o primeiro de todos. Não contemporizo nem tenho paciência para menos do que isto, como infelizmente vejo em muitos Benfiquistas dos dias de hoje. Voltarei a este tema em “posts” futuros.
O Benfica e a sua Direcção, perante os desastrosos resultados desportivos das últimas épocas, têm sobre si a pressão do tempo. Da opinião pública e publicada, mas principalmente da sua espantosa massa associativa (o melhor activo do Benfica) que, tal como eu, não se conforma com menos do que ver o Benfica campeão.
Julgo que nesta época foram dados passos importantes para que o Benfica tenha finalmente uma organização coerente, em que cada um conhece o seu papel e o contributo que se lhe exige para um resultado de sucesso.
Mas a verdade é que é tudo novo, neste Benfica que ainda não é o “Novo Benfica”:
O director desportivo é novo, o treinador é novo, muitos dos jogadores mais influentes são novos enfim, apesar de a maioria de nós acreditar no potencial destas novidades, a verdade é que em termos de resultados ainda nada ganhamos e tudo são ainda promessas que o tempo pode ou não cumprir.
O drama parece ser que falta a este Benfica o tempo de confiança que precisa, para acomodar a mudança e assegurar um projecto de efectiva qualidade.
O Benfica chegou, uma vez mais (porquê??) tarde ao campeonato. Fez a pré-época com jogadores que já foram embora e sem muitos dos jogadores que hoje fazem parte da equipe principal.
Entrou novamente fora do tempo, e teve por isso que recuperar o tempo perdido. E, infelizmente, que fazer tudo…, ao mesmo tempo:
Interiorizar modelos, rotinas, mecanismos; ganhar qualidade física; garantir um colectivo equilibrado e coerente (volto a lembrar, aos que não deram valor, a falta de um defesa direito); e trabalhar muito os factores anímicos, motivacionais, de atitude e de liderança que é necessário incutir nos jogadores.
É esta falta de tempo, esta obrigação de fazer tudo ao mesmo tempo que fundamenta a tal “intermitência exibicional”. O Benfica já foi capaz do melhor e do pior em pouco mais de dois meses. Quer do ponto de vista físico - veja-se a diferença entre o jogo do Porto e o do Sporting; Quer do ponto de vista motivacional – veja-se a diferença entre os jogos do Nápoles e, por oposição, os do Rio Ave ou do Leixões.
Por isso eu que sou dos que não gosto de perder nem a feijões, sugiro que possamos dar um tempo de qualidade a este Benfica com tanta coisa de novo, para ver se ele se transforma mesmo no “Novo Benfica” que temos ambicionámos.
As contas, dos pontos e dos títulos, mas também as contas de quem deve ser responsabilizado pelo sucesso ou insucesso do projecto, fazem-se no fim.
No tempo certo - que espero seja o mesmo tempo que o Benfica precisa para ser Campeão.
O tempo da Festa que há tanto tempo aguardámos.
António de Souza-Cardoso
PS1: Ao tempo que o Benfica precisa (e à intermitência exibicional que tem demonstrado) em nada ajuda a mesma intermitência no campeonato, constantemente interrompido por treinos ou jogos da selecção. Um equipe com tantos “seleccionáveis” ressente-se muito destes “intervalos de tempo”
Escrevi exactamente há uma semana um post intitulado “Leixões : O jogo mais importante do ano”. Nesse post elogiei a forma evolutiva com que o Benfica nos vinha presenteando, as boas exibições e a grande qualidade do plantel (jogadores e equipa técnica).
Depois alertava para os perigos do entusiasmo em demasia, e de jogos como o que tivémos em Leixões. Quer se queira quer não existem muito mais jogos teoricamente acessíveis do que grandes derbys ou noites europeias e como tal é nestes momentos que se ganham ou perdem campeonatos. Defendi também que o principal obstáculo do Benfica (e com todo o respeito pelo Leixões) era ele próprio e a forma como se iria abordar o jogo.
Nos primeiros 5 a 10 minutos de jogo percebeu-se que a equipa não era a mesma que entrou em campo com o Sporting e com o Nápoles. Quique esbracejava, pedia pressão sobre a bola, pedia, pedia,...mas nada. Os níveis de concentração entraram baixos e diria que o excesso de confiança tornou o Benfica numa equipa arrogante e que não lutou como devia pela vitória.
Não passámos de bestiais a besta numa semana, não deixámos de ter qualidade ou de ser uma equipa digna e bem treinada, mas já vi este filme noutros anos. Espero que tenha claramente servido de exemplo. O Benfica tem para mim potencial para ser a melhor equipa portuguesa, mas o que fará de si efectivamente o melhor é a forma como evolui, trabalha e necessariamente também a forma como se mantém humilde e encara todos os jogos como se fossem uma final da Liga dos Campeões. Só assim acabaremos o campeonato em 1º!
É urgente que os jogadores percebam que é assim que têm de honrar a camisola do clube. É natural que exista motivação extra para os grandes jogos mas não motivação nula para os mais pequenos. Vão existir jogo menos bem conseguidos e até outros empates ou derrotas com equipa mais fracas porque o dia foi mau. É normal! O que não pode é haver défice de atitude, concentração ou entrega...
No final do jogo, Quique (mais uma vez) teve um discurso altamente lúcido e de grande nível e que demonstra que está claramente uns degraus acima do que por cá tem passado. Sabe de futebol, encara as questões com clareza, não se refugia em questões secundárias ou polémicas inúteis e explica o que lhe vai na alma com declarações reais por muito que custem ouvir.
É na minha opinião uma grande mais valia!
Posto este reparo que em nada abala a minha confiança na equipa nem no excelente percurso que temos pela frente abordo apenas ligeiramente o sorteio da Taça UEFA. Sendo um Grupo que considero mais difícil do que à partida pode parecer, temos obrigação de passar esta fase!
PS – Que se passa com o Di Maria dos Jogos Olímpicos? Teve mais de 80 minutos no Estádio do Mar para se mostrar titular indiscutível e a única coisa que conseguiu foi mostrar-nos o porquê de estar no banco e deixar-nos apreensivos pelo dinheiro já gasto com ele. Acho que é um jogador de grande potencial, mas esse potencial tem de se transformar rapidamente em qualidade e consistência, senão...
PS 1 – A selecção tem no Sábado uma deslocação complicada mas muito importante. Portugal é melhor e deve ganhar (arrancar no máximo um empate). Queiroz para mim tem que provar ao serviço da selecção e pode começar já de preferência. E para os que dizia que Scolari era apenas um “motivador”, o trabalho dele em Chelsea responde...é um grande treinador e os resultados provam-no dia após dia! Para mim Queiroz ainda tem um longo caminho a percorrer para ter o mesmo crédito e confiança... e espero que o começa já no Sábado!
Saudações Benfiquistas,
Paulo Ferreira
p.s. - Já é conhecido o calendário da fase do grupos:
Herta-Benfica, 23 Outubro
Benfica-Galatasaray, 6 Novembro
Olympiacos-Benfica, 23 Novembro
Descanso a 3 de Dezembro
Benfica-Metalist, 18 Dezembro
A 6 de Novembro e 18 de Dezembro o Estádio da Luz tem que estar cheio de um público vibrante e entusiasmado no apoio à equipa.
Vai ser a prenda de Natal antecipada da equipa aos adeptos!
Exibição decepcionante e resultado lisonjeiro.
La Palissada - é nestes jogos que se perdem os campeonatos.
Um abraço de parabéns ao Leixões,clube honrado e de muitos benfiquistas:).
Boa noite, maralhal.
A actualidade obrigava-me a escrever sobre o jogo de hoje à noite, no estádio do Mar, contra o Leixões. Um jogo capital que pode colocar o Benfica em primeiro lugar do campeonato, ou da Liga Sagres, como se diz agora. Um facto tão significativo que não sei há quanto tempo o Benfica não ocupa esse lugar cimeiro.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.