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Novo Benfica

Novo Benfica

16
Out08

Portugal 0 - Albânia 0

Miguel Álvares Ribeiro

   

 

Dado a ausência anunciada do Bruno Carvalho não resisto a colocar um post hoje.
 
Ontem assisti ao jogo da Selecção através da televisão. De tão interessante que foi, na primeira parte adormeci ao fim de alguns minutos e só acordei no intervalo. Já mais desperto, assisti à segunda parte mas desejei estar ainda a sonhar, tão mau era o pesadelo.
 
Sou insuspeito pois até gosto de Carlos Queirós e concordei com a sua contratação, como escrevi aqui a 19 de Setembro:
 
"... Queiroz é a melhor solução para substituir Scolari. Pelo seu passado e perfil espera-se que, além dos cuidados com a Selecção A, se dedique a construir um projecto de futuro, desenvolvendo a integração com as Selecções mais jovens, para que o investimento na formação de novos valores possa representar uma aposta que assegure o futuro. Espero sinceramente que seja muito bem sucedido nesta sua experiência."
 
mas infelizmente querem-me dar razão, mais cedo do que eu gostaria, em relação ao que escrevi aqui também a 13 de Junho a propósito de Scolari:
 
"Nem sempre concordei com as suas opções e achei deplorável a sua atitude perante o jogador sérvio Dragutinovic.
... 
Apesar disso, acho que lhe devemos estar muito reconhecidos por uma gestão brilhante dos destinos da Selecção. Já tive muitas discussões a propósito deste tema, com pessoas que acham que o que Scolari fez é apenas normal (para não falar daqueles que acham que qualquer outro faria melhor), dado que nunca tivemos um conjunto de jogadores da qualidade dos actuais.
... 
só desde a era Scolari é que deixámos de depender de milagres nas últimas jornadas da fase de qualificação para estarmos, sistematicamente, presentes nas fases finais dos grandes eventos de futebol a nível mundial. O facto de termos perdido a final do Euro 2004 para a Grécia é frequentemente invocado para justificar a falta de capacidade de Scolari, como se fosse um desastre sermos SÓ vice-campeões europeus.
...
Evidentemente que, embora me pareça muito difícil, espero que quem vier faça ainda melhor. De qualquer modo, por tudo o que já fez e pelo que ainda espero que faça nesta campanha do Euro eu tenho que dizer: MUITO OBRIGADO SCOLARI!"
 
De facto, depois dos últimos jogos, já foi esbanjado um grande capital de afeição do público pela Selecção, fruto também de uma relação muito mais distante de Queirós que, nesse particular, perde de largo para Scolari.
 
Além das más exibições realizadas nos últimos jogos, estamos muito perto daquilo que eu mais temia e referi, voltarmos a ter de fazer contas aos milagres necessários para sermos apurados para as fases finais das grandes competições.
 
Este é um dos casos em que eu até preferia não ter razão, mas nunca tive dúvidas de que Scolari fez um trabalho superior na condução dos destinos da Selecção de Portugal. Por isso eu renovo o meu:
 
MUITO OBRIGADO SCOLARI!
 
e desejo as maiores felicidades a Carlos Queirós, esperando poder também daqui a algum tempo agradecer-lhe o que fez pela nossa Selecção.
 

 

14
Out08

Novamente a liderança

Miguel Álvares Ribeiro

 

Uma semana sem futebol e sem casos levou a que, embora não tenha havido qualquer combinação entre os intervenientes neste blog, se abordasse de uma forma geral, o problema da liderança do nosso Benfica.
 
Não sou nem indefectível nem opositor de LFV e, para mim, o seu percurso no Benfica tem pontos altos e baixos. Acho que o Benfica lhe tem muito a agradecer em termos da reorganização e recuperação financeira que fez, mas acho que a gestão desportiva teve, no passado, mais pontos baixos que altos e o seu estilo frequentemente não é o de um Presidente do maior clube do Mundo.
 
Para mim o Presidente do Benfica deve ser uma pessoa com visão estratégica, capaz de impor um rumo para o Clube de acordo com a sua visão do mesmo, que seja a imagem do Clube e o seu representante institucional. Deve ser uma pessoa cuja opinião sobre o fenómeno desportivo é ouvida e respeitada, que não se deve abster na denúncia de casos como o Apito Dourado, que mancham a credibilidade do desporto.
 
Para atingir os objectivos deve saber rodear-se das pessoas indicadas para cada função; os grandes clubes são cada vez mais clubes de futebol (apesar de eu não gostar desta perspectiva), mas o Presidente de um grande clube não deve ter a tentação de dirigir o futebol. Ele deve estar acima disso e a sua intervenção directa em assuntos dessa natureza deve ser muito esporádica, sob pena de perder eficácia.
 
Embora seja o coordenador de toda a actividade do Clube e, em última análise, o principal responsável por tudo de bom e de mau que nele acontece, a sua atitude deve ser de algum distanciamento relativamente aos problemas da gestão diária. A sua intervenção directa em assuntos desta natureza deve ser reservada para situações muito especiais, para que produza, de facto, um impacto relevante.
 
Além disso, a gestão da macro-estrutura organizativa e a representação institucional do Benfica exigem uma disponibilidade que não permite a acumulação com outras tarefas.
 
Neste aspecto acho que o Benfica, por diversos motivos coincidentes nesta época, está a evoluir no sentido desejado. A entrega da gestão do departamento de futebol a Rui Costa e das principais declarações sobre os jogos e os problemas da equipa ao treinador e aos jogadores, com a reserva do Presidente para situações mais institucionais, parecem-me um claro progresso em relação ao que vinha acontecendo em épocas anteriores.
 
O grande mérito é do trio Luís Filipe Vieira/Rui Costa/Quique mas, em última análise, como sempre, do responsável máximo, o Presidente Luís Filipe Vieira, que confiou em Rui Costa para construir uma equipa com boas soluções (… ai a falta que faz um lateral direito), com as condições que a Direcção lhe pôs à disposição, e para encontrar um treinador à dimensão das necessidades e da grandeza do Benfica. Neste particular, Quique tem dado provas de ser capaz de realizar um trabalho de excelência, em termos técnicos e comunicacionais, que deve ser motivo de orgulho para todos os Benfiquistas.
 
Ainda não está tudo feito? Claro que não.
 
Situações de oscilação exibicional como as que se verificaram num intervalo de poucos dias entre os jogos com o Nápoles e com o Leixões não podem acontecer. Ainda falta claramente dar passos no sentido da implantação de uma cultura de exigência e de excelência permanentes.
 
De qualquer modo, reafirmo aquilo que disse neste blog após o jogo com o Porto, na sequência do início algo titubeante da época: Eu acredito no Benfica 2008/2009!
 
E mais, se continuarem a ser dadas condições para o trabalho destes profissionais, eu acredito que este é um projecto que voltará a trazer o Benfica para o seu devido lugar:  o Maior do Mundo!
 
13
Out08

Três clubes, uma liderança

Pedro Fonseca

Numa semana em que o futebol nacional da responsabilidade dos clubes esteve posto em sossego, por causa da Selecção Nacional, nem por isso a agitação no Sporting e no FC Porto abrandou.

No Sporting, a entrevista-choque do seu presidente Filipe Soares Franco continua a provocar ondas de indignação no seio do clube de Alvalade. O caso não é para menos. Com a equipa de futebol a meter água por todos os lados; com o treinador Paulo Bento sozinho a tentar tapar todos os buracos; com os “casos” Stojkovic e Vuckevic à espera de uma decisão, Soares Franco, qual elefante numa loja de porcelanas, resolveu dar mais dois tiros nos pés.
Quando se esperava de um líder, num mar agitado, palavras de estabilidade, ânimo, optimismo, o homem atira que o Sporting tem prejuízos de mais de 10 milhões de euros. Não contente com isto, com uma santa bonomia e uma rara ingenuidade, diz: “O Benfica tem mais militantismo”, numa justificação à fraca afluência de público a Alvalade.
Ah, “grande Soares Franco, os que vão morrer te saúdam”, diziam os romanos. É claro que os sportinguistas não devem ter achado muita graça a estas verdades que ferem como punhais.
Mais a Norte, nas Antas ou no Dragão (eles trocam de nome e de datas de nascimento, como quem troca de camisa), o cenário também não augura grande futuro. Lisandro Lopez, o homem-golo, aquele que garante com mais ou menos dificuldade uns pontinhos no bornal, o que dá o litro nos 90 minutos, não quer renovar com o FC Porto. Diz o seu agente/empresário (porque será que agora todos os agentes e empresários de jogadores do FC Porto começaram a abrir a boca?) que Lisandro merece ganhar tanto ou mais do que Cristian Rodriguez.
O problema é que enquanto o presidente do FC Porto anda entretido com livros, manda os seus lugares-tenente resolver estes assuntos. Resultado: não resolvem. No FC Porto, a tradição já não é o que era.
E o Benfica? Óscar Cardozo, que chegou a ter um pequeno problema, diz que quer renovar e continuar; Léo diz-se de pedra e cal no clube; Yebda lança mensagens de amor ao clube e aos adeptos, diz que pelo Benfica não cumpre o Ramadão (ao contrário de Tarik, no FC Porto) e que somos o principal candidato ao título; Petit, na Alemanha, elogia Vieira, dizendo que é um grande gestor e devolveu a credibilidade ao clube; Manuel Fernandes pede desculpa ao presidente do Benfica e abre as portas a um regresso.
E para terminar em beleza, o jornal “A Bola” publica hoje uma sondagem que indica que quase 90% de benfiquistas acredita que a possibilidade do Benfica ser campeão é Muito Grande/Grande; quase 80% diz que a liderança de Luís Filipe Vieira é positiva; quase 100% aplaude o desempenho de Rui Costa e 95,5% está satisfeita com o trabalho de Quique Flores. Isto depois do empate com o Leixões, no estádio do Mar.
Conclusão: no Sporting, um líder desastrado, sem autoridade e sem força para impor respeito; no FC Porto, um líder ausente, desgastado e cansado; no Benfica, um líder dinâmico, credível, mobilizador, que garante estabilidade e transmite optimismo.  
12
Out08

Devagar Que Tenho Pressa!

António de Souza-Cardoso

 

Todos sabemos, mais ou menos empiricamente, que qualquer coisa para ter qualidade e consistência exige a existência e a validação do tempo.

Desde os deslumbrantes frescos da Capela Sistina, até ao mais mimoso doce do Convento de Tibães, tudo ficaria por cumprir se não pudéssemos dispor desse bem único que é o tempo, afinal aquele que assegura a nossa própria existência.

O tempo é de tal forma incontornável que já antes do adágio sobre Roma e Pavia, Deus simbolizou a criação do Mundo, na passagem do tempo. Apesar de, na Sua magnitude, poder limitar-se a “estalar os dedos”, a verdade é que quis representar a excelência da obra feita, no trabalho e no tempo que a garantem e dignificam. Por isso, só descansou ao sétimo dia.

Serve a reflexão dominical para introduzir a questão da “intermitência” do actual Benfica.

Confesso que sou daqueles Benfiquistas que não me conformo com menos do que vitórias e, com um lugar que não seja o primeiro de todos. Não contemporizo nem tenho paciência para menos do que isto, como infelizmente vejo em muitos Benfiquistas dos dias de hoje. Voltarei a este tema em “posts” futuros.

O Benfica e a sua Direcção, perante os desastrosos resultados desportivos das últimas épocas, têm sobre si a pressão do tempo. Da opinião pública e publicada, mas principalmente da sua espantosa massa associativa (o melhor activo do Benfica) que, tal como eu, não se conforma com menos do que ver o Benfica campeão.

Julgo que nesta época foram dados passos importantes para que o Benfica tenha finalmente uma organização coerente, em que cada um conhece o seu papel e o contributo que se lhe exige para um resultado de sucesso.

Mas a verdade é que é tudo novo, neste Benfica que ainda não é o “Novo Benfica”:

O director desportivo é novo, o treinador é novo, muitos dos jogadores mais influentes são novos enfim, apesar de a maioria de nós acreditar no potencial destas novidades, a verdade é que em termos de resultados ainda nada ganhamos e tudo são ainda promessas que o tempo pode ou não cumprir.

O drama parece ser que falta a este Benfica o tempo de confiança que precisa, para acomodar a mudança e assegurar um projecto de efectiva qualidade.

O Benfica chegou, uma vez mais (porquê??) tarde ao campeonato. Fez a pré-época com jogadores que já foram embora e sem muitos dos jogadores que hoje fazem parte da equipe principal.

Entrou novamente fora do tempo, e teve por isso que recuperar o tempo perdido. E, infelizmente, que fazer tudo…, ao mesmo tempo:

Interiorizar modelos, rotinas, mecanismos; ganhar qualidade física; garantir um colectivo equilibrado e coerente (volto a lembrar, aos que não deram valor, a falta de um defesa direito); e trabalhar muito os factores anímicos, motivacionais, de atitude e de liderança que é necessário incutir nos jogadores.

É esta falta de tempo, esta obrigação de fazer tudo ao mesmo tempo que fundamenta a tal “intermitência exibicional”. O Benfica já foi capaz do melhor e do pior em pouco mais de dois meses. Quer do ponto de vista físico - veja-se a diferença entre o jogo do Porto e o do Sporting; Quer do ponto de vista motivacional – veja-se a diferença entre os jogos do Nápoles e, por oposição, os do Rio Ave ou do Leixões.

Por isso eu que sou dos que não gosto de perder nem a feijões, sugiro que possamos dar um tempo de qualidade a este Benfica com tanta coisa de novo, para ver se ele se transforma mesmo no “Novo Benfica” que temos ambicionámos.

As contas, dos pontos e dos títulos, mas também as contas de quem deve ser responsabilizado pelo sucesso ou insucesso do projecto, fazem-se no fim.

No tempo certo - que espero seja o mesmo tempo que o Benfica precisa para ser Campeão.

 O tempo da Festa que há tanto tempo aguardámos.

 

António de Souza-Cardoso

 

PS1: Ao tempo que o Benfica precisa (e à intermitência exibicional que tem demonstrado) em nada ajuda a mesma intermitência no campeonato, constantemente interrompido por treinos ou jogos da selecção. Um equipe com tantos “seleccionáveis” ressente-se muito destes “intervalos de tempo”

 

 

10
Out08

Uma lição para o futuro!

Paulo Ferreira

Escrevi exactamente há uma semana um post intitulado “Leixões : O jogo mais importante do ano”. Nesse post elogiei a forma evolutiva com que o Benfica nos vinha presenteando, as boas exibições e a grande qualidade do plantel (jogadores e equipa técnica).

Depois alertava para os perigos do entusiasmo em demasia, e de jogos como o que tivémos em Leixões. Quer se queira quer não existem muito mais jogos teoricamente acessíveis do que grandes derbys ou noites europeias e como tal é nestes momentos que se ganham ou perdem campeonatos. Defendi também que o principal obstáculo do Benfica (e com todo o respeito pelo Leixões) era ele próprio e a forma como se iria abordar o jogo.

Nos primeiros 5 a 10 minutos de jogo percebeu-se que a equipa não era a mesma que entrou em campo com o Sporting e com o Nápoles. Quique esbracejava, pedia pressão sobre a bola, pedia, pedia,...mas nada. Os níveis de concentração entraram baixos e diria que o excesso de confiança tornou o Benfica numa equipa arrogante e que não lutou como devia pela vitória.

Não passámos de bestiais a besta numa semana, não deixámos de ter qualidade ou de ser uma equipa digna e bem treinada, mas já vi este filme noutros anos. Espero que tenha claramente servido de exemplo. O Benfica tem para mim potencial para ser a melhor equipa portuguesa, mas o que fará de si efectivamente o melhor é a forma como evolui, trabalha e necessariamente também a forma como se mantém humilde e encara todos os jogos como se fossem uma final da Liga dos Campeões. Só assim acabaremos o campeonato em 1º!

É urgente que os jogadores percebam que é assim que têm de honrar a camisola do clube. É natural que exista motivação extra para os grandes jogos mas não motivação nula para os mais pequenos. Vão existir jogo menos bem conseguidos e até outros empates ou derrotas com equipa mais fracas porque o dia foi mau. É normal! O que não pode é haver défice de atitude, concentração ou entrega...

No final do jogo, Quique (mais uma vez) teve um discurso altamente lúcido e de grande nível e que demonstra que está claramente uns degraus acima do que por cá tem passado. Sabe de futebol, encara as questões com clareza, não se refugia em questões secundárias ou polémicas inúteis e explica o que lhe vai na alma com declarações reais por muito que custem ouvir.

É na minha opinião uma grande mais valia!

Posto este reparo que em nada abala a minha confiança na equipa nem no excelente percurso que temos pela frente abordo apenas ligeiramente o sorteio da Taça UEFA. Sendo um Grupo que considero mais difícil do que à partida pode parecer, temos obrigação de passar esta fase!

PS – Que se passa com o Di Maria dos Jogos Olímpicos? Teve mais de 80 minutos no Estádio do Mar para se mostrar titular indiscutível e a única coisa que conseguiu foi mostrar-nos o porquê de estar no banco e deixar-nos apreensivos pelo dinheiro já gasto com ele. Acho que é um jogador de grande potencial, mas esse potencial tem de se transformar rapidamente em qualidade e consistência, senão...

PS 1 – A selecção tem no Sábado uma deslocação complicada mas muito importante. Portugal é melhor e deve ganhar (arrancar no máximo um empate). Queiroz para mim tem que provar ao serviço da selecção e pode começar já de preferência. E para os que dizia que Scolari era apenas um “motivador”, o trabalho dele em Chelsea responde...é um grande treinador e os resultados provam-no dia após dia! Para mim Queiroz ainda tem um longo caminho a percorrer para ter o mesmo crédito e confiança... e espero que o começa já no Sábado!

Saudações Benfiquistas,

Paulo Ferreira

09
Out08

UMA QUESTÃO DE LIDERANÇA

Bruno Carvalho

 
 
As organizações tendem a reflectir, e muito, o perfil dos seus líderes.
 
Dou apenas 2 exemplos que conheço bem para ilustrar o que digo, apesar de haver muitos mais que poderia utilizar.
 
O BPI é um banco conhecido pelo seu rigor, pela sua discrição, pela confiança que inspira, pela postura elegante que tem nos negócios, tudo isto reflexo da personalidade do homem que liderou o Banco durante muitos anos, o Dr. Artur Santos Silva.
 
A SONAE, por outro lado, é conhecida pelo seu empreendedorismo, pelo seu arrojo, pela inquietude, pela visão que tem, tudo isto, igualmente reflexo do homem que fundou o Grupo, o Engº Belmiro de Azevedo.
 
Vamos agora pensar um pouco no Benfica. O Benfica actual é conhecido porquê?
 
O Benfica é um clube conhecido pela garra dos seus jogadores?
 
O Benfica é conhecido por ser uma equipa que deixa tudo em campo?
 
O Benfica é conhecido por ter uma equipa com carácter que entra sempre para vencer, e claro que não podendo ganhar sempre, luta até aos limites para que isso seja possível?
 
Infelizmente, na minha opinião, o Benfica é uma equipa que está longe destes parâmetros.
 
Basta lembrarmo-nos o que aconteceu no ano passado no jogo na Amadora contra o Estrela, na penúltima jornada do campeonato, em que bastava ganhar para que o Benfica ficasse na Liga dos Campeões, e os jogadores sabiam bem disso porque conheciam o resultado do Guimarães, mas o que se viu foi uma equipa apática e sem atitude que nada fez para ganhar o jogo. E não ganhou. Ficou 0-0 num jogo triste e sem interesse.
 
Todos nós vemos futebol internacional e basta observar o que acontece no campeonato inglês ou espanhol quando uma equipa está a perder. Sente-se uma raiva nos jogadores, uma vontade furiosa de alterar os acontecimentos. Muitas vezes não conseguem, mas apesar da derrota não é invulgar ver equipas em Inglaterra serem derrotadas em casa e saíram do estádio debaixo de uma chuva de palmas. O público reconhece o esforço e o espírito valente e guerreiro da equipa e identifica-se com isso. É por isso que aplaude.
 
E o que é que acontece no Benfica?
 
O jogo com o Leixões, como já tinha sido com o Rio Ave, mostra o Benfica do costume: um Benfica sem chama, sem glória, sem garra, sem vontade e sem querer.
 
Mas porque é que isto acontece?
 
O Benfica não paga os salários aos seus jogadores a tempo e horas? Toda a gente sabe que sim.
 
O salário de um só jogador do Benfica, por exemplo do José António Reyes, não é maior do que o salário de todos os jogadores do Leixões juntos? É, e ainda deve sobrar.
 
Não será verdade que apenas o passe do Cardozo daria para formar o plantel do Rio Ave e do Leixões juntos e ainda sobraria muito dinheiro?
 
Então porque é que os jogadores do Benfica não entram em campo contra essas equipas e não jogam para ganhar? Porque é que não correm mais, não se esforçam mais, não têm garra e vontade de ganhar?
 
Já todos vimos que o Benfica pode ganhar ao Nápoles e ao Sporting, tendo evidenciado grande superioridade.
 
Então o que falta?
 
Só há motivação para os jogos grandes? Mas isso não é que fazem as equipas pequenas e sem classe? Essas equipas são as que se agigantam contra os grandes. Será que o Benfica também é assim?
 
Voltando ao início, eu estou convencido que as instituições reflectem a personalidade dos seus líderes.
 
O Presidente do Benfica, se paga os salários a tempo e horas, e não são salários quaisquer, tem por obrigação exigir e saber exigir a devida contra-partida.
 
A cultura da exigência e da responsabilização é fundamental e deve ser transversal numa organização.
 
Um líder, pode e tem a obrigação de exigir o máximo de todos os seus colaboradores e em especial dos mais bem pagos.
 
Um líder não quer desculpas, mas resultados.
 
O Presidente do Benfica tem que exigir aos seus jogadores, ao seu treinador, chama-se ele Quique ou outra coisa qualquer, ao seu director desportivo e a toda a gente que dêem o seu melhor.
 
Pode não se ganhar sempre, mas é obrigatório tentar-se sempre.
 
É para liderar o Benfica que os presidentes são eleitos.
 
É obrigatório que o Presidente do Benfica perceba o seu papel e seja capaz de exigir a todos que cumpram o seu.
 
O Presidente do Benfica tem que ser capaz de impor uma cultura ganhadora, de trabalho e de esforço em todos os sectores do Clube.
 
É isso que se exige a quem lidera!
 
Bruno Carvalho
 
PS: Devido a compromissos pessoais apenas voltarei a escrever neste blog no início de Novembro. A todos peço as minhas desculpas. Até breve!
07
Out08

A caminho de Istambul

Miguel Álvares Ribeiro

 

Depois de 2 grandes jogos, contra o Sporting e o Nápoles, o Benfica não mostrou argumentos para vencer o Leixões. Foi pena Reyes lesionar-se logo no início do jogo pois penso que é muito mais útil, sobretudo neste tipo de jogos, do que Di Maria. Sem negar a justeza do resultado, nota para mais um golo sofrido de bola parada, de forma ingénua, a 2 minutos do fim.
 
Mais uma vez achei superiores as declarações de Quique no final do encontro, sem quaisquer rodeios, a dizer que o Benfica fez um mau jogo, que o resultado é justo e que, apesar de poder ter ganho o jogo, tal seria prémio excessivo para o Benfica. Que diferença para as habituais vitórias morais dos treinadores da nossa praça!
 
Segue-se nova interrupção de cerca de 3 semanas para os compromissos da Selecção; tal como aconteceu na anterior paragem, vamos voltar em grande.
 
Acabou há minutos o sorteio dos grupos da taça UEFA, na qual Benfica e Braga tiveram sortes diferentes.
 
O Braga, com AC Milan, Heerenveen, Portsmouth e Wolfsburg no mesmo grupo dificilmente terá alguma hipótese de se apurar para a fase seguinte.
 
O Benfica conseguiu evitar os adversários mais difíceis e o grupo (é o B, de Benfica), com Olympiakos, Galatasaray, Hertha Berlin e Metalist Kharkiv não coloca dificuldades de apuramento para a fase seguinte.
 
Este ano a Taça UEFA é nossa!

 

 

p.s. - Já é conhecido o calendário da fase do grupos:

 

Herta-Benfica, 23 Outubro
Benfica-Galatasaray, 6 Novembro
Olympiacos-Benfica, 23 Novembro
Descanso a 3 de Dezembro
Benfica-Metalist, 18 Dezembro

 

A 6 de Novembro e 18 de Dezembro o Estádio da Luz tem que estar cheio de um público vibrante e entusiasmado no apoio à equipa.

 

Vai ser a prenda de Natal antecipada da equipa aos adeptos!

 

06
Out08

O lugar mais bonito do Mundo

Pedro Fonseca

A actualidade obrigava-me a escrever sobre o jogo de hoje à noite, no estádio do Mar, contra o Leixões. Um jogo capital que pode colocar o Benfica em primeiro lugar do campeonato, ou da Liga Sagres, como se diz agora. Um facto tão significativo que não sei há quanto tempo o Benfica não ocupa esse lugar cimeiro.

Mas como os ventos não estão para manter tradições (que o diga Paulo Bento), acredito que o Glorioso vai matar o borrego e alcançar a liderança. Gostei de ouvir Quique na conferência de imprensa de ontem a lançar o jogo. Disse que sabia com o que contava, porque Chalana e Diamantino o tinham devidamente informado.
Tivesse sido assim contra o Rio Ave, e talvez se tivesse evitado a perda de dois pontos. Um homem inteligente como Quique sabe emendar a mão a tempo. Diamantino e Chalana, já o escrevi noutros espaços, são essenciais e o seu papel deve ser respeitado e dignificado. Quique esteve, mais uma vez, bem.
Dizia eu que a actualidade obrigava-me a escrever sobre o Leixões – Benfica. Porém, as emoções de quinta-feira à noite, na Luz, foram tão fortes e tão vividas que me é impossível não regressar a elas.
A noite prometia emoções à solta, mas, valha a verdade, fazia-se sentir um ténue sentimento de dúvida na capacidade da equipa eliminar o Nápoles. Um quarteto vigoroso, destemido, empolgado, vibrante, entrou no estádio e, de repente, as ausências de Suazo, de Cardozo, de Aimar, deixaram de nos atormentar o espírito.
Ali dentro, bem no meio do vulcão que é a Catedral, com 60 mil benfiquistas em êxtase, o Novo Benfica sentiu-se em casa. O Bruno Carvalho, o António Souza Cardoso, o Miguel Álvares Ribeiro e eu próprio “jogamos” 90 minutos na mais alta rotação e com elevado rendimento.Os jogadores lá em baixo perceberam a mensagem e acompanharam o ritmo: determinação, coragem, alegria, empolgamento.
No final, estávamos esgotados. Nós e eles. Tinhamos vivido uma verdadeira noite europeia à antiga. A amizade, a solidariedade, a comunhão de afectos, desceu das bancadas para o relvado. O Benfica assim é outra música.
Enquanto eles, muito profissionais, acabado o jogo, fizeram exercícios físicos de descompressão no relvado, perante o olhar atónito dos napolitanos que ainda se mantinham na bancada, nós saboreávamos os últimos canapés e as últimas cervejas e combinávamos novas arremetidas contra os ímpios.
Na Luz, nada mais voltará a ser como dantes. O tropel que atropelou o Nápoles promete esmagar qualquer adversário. O Inferno da Luz fez lembrar os bons velhos tempos. Sente-se no ar uma brisa primaveril, um novo tempo, um novo Benfica. Que os nossos sonhos se transformem em épicas realidades. Para que continuemos a viver as mais desbragadas emoções no lugar mais bonito do Mundo.
 
Post-Scriptum: O Novo Benfica, uma referência incontornável da blogosfera benfiquista, em quantidade (mais de 120 mil visitantes) e em qualidade, vai organizar um jantar-convívio. Assim o exigem os membros desta equipa de camisola vermelha vestida, e assim o exigem os milhares de benfiquistas que todos os dias leêm e consultam o blogue. O repasto será no dia 7 de Novembro, em local a ser revelado em momento oportuno. Para já, e porque a motivação é muita, podem começar a inscrever-se no seguinte email: novobenficajantar@gmail.com .
05
Out08

OPINIÃO DOS LEITORES - LUDGERO LOURENÇO

Bruno Carvalho

 

Aqui fica a opinião de Ludgero Lourenço recebida no e-mail novobenfica.post@gmail.com
O texto abaixo não reflecte a minha opinião, mas sim a opinião de Ludgero Lourenço.
Todas as semanas publicarei alguns dos textos que me forem chegando.
Bruno Carvalho
 
 
NOVO BENFICA
 
Felizmente, para nós, benfiquistas, a inauguração deste espaço de opinião e debate, blog Novo Benfica, aparenta ter coincidido com um verdadeiro, Novo Benfica, no clube, em especial no futebol.
 
De uma equipa cinzenta, triste e penosa, da época anterior, as primeiras impressões desta nova época, trazem de volta a esperança de ter um grande Benfica em campo, ganhador, corajoso e empolgante. As vitórias sobre o eterno rival da segunda circular, e sobre uma equipa italiana de qualidade, como é o Nápoles, empolgaram os consórcios benfiquistas, para o que aí vem. Contrariamente, a anos anteriores, respira-se entre os benfiquistas, um clima de confiança, e não de uma mera euforia temporária, como muitas vezes se viu nas anteriores épocas.
 
Pegando no exemplo da época passada, aquando da recepção do rival nortenho, estando apenas a quatro pontos de distância, enchemos o estádio. Instalou-se a euforia, mas não aquela confiança que se verifica nos dias que correm. Felizmente, graças ao trabalho dos nossos atletas, conseguimos vencer dois dos jogos mais importantes da época, até ao momento, fazendo com que a confiança aumentasse
 
A distinção que faço entre ambas, euforia e confiança, revela-se através do discurso e postura das nossas equipas técnicas e directivas. Quique Flores, apesar de dois empates e uma derrota a abrir a época, não se desviou do seu discurso, não entrou em pânico, não se atirou aos árbitros, nem muito menos à sorte. Manteve uma excelente postura, um discurso coerente, e acima de tudo, coragem nas suas decisões. O retirar da equipa de Léo, manter Miguel Vítor no derby, e não colocar Carlos Martins e Aimar, limitados contra o Nápoles são disso exemplo. A entrevista concedida ao diário, "A Bola", é na minha opinião, um dos expoentes da excelente postura e da lufada de ar fresco, que Quiquer Flores veio trazer ao futebol português em geral, e benfiquista em particular.
 
Ajudando a sua tarefa, está o silêncio do Presidente do Clube, Luís Filipe Vieira. LVF, entregou e bem a pasta do futebol a Rui Costa, e acima de tudo, não tem prestado mais declarações que as essenciais. Esta temporada não tivemos o discurso do "Dream Team", nem do melhor plantel dos últimos dez anos, o que em muito ajudou a que não se entrasse no clima de euforia. E como todos sabemos, a seguir ao estado eufórico, vem o estado depressivo, com um simples mau resultado a ser suficiente para tal.
 
Ainda nada está ganho, e a procissão ainda está no adro. O campeonato, irá começar a partir deste fim-de-semana. Ganhar segunda-feira ao Leixões, uma agradável surpresa deste início de época, é por demais importante, mais a mais, sabendo o resultado entre os dois maiores rivais do campeonato. O Benfica saiu desta fase atípica da época, com todos os grandes a encontrarem-se nas cinco primeiras jornadas do Campeonato, com uma alma renovada e confiante, e acima de tudo, com todos os objectivos em aberto (nem imagino uma derrota no derby). Desta forma, o futuro só pode ser risonho. Este Novo Benfica, promete.
 
Ludgero Lourenço
 
 
Ps. António Tavares, merece uma palavra de apoio e felicitação por parte de todos os Benfiquistas. Desenvolveu um trabalho magnífico a nível de modalidades. A conquista de títulos em diversas áreas, como o futsal, andebol, voley, entre outras, associados aos sucessos olímpicos de Vanessa Fernandes e Nelson Évora, foram grandes feitos para o clube. Se as modalidades dão prejuízo, as pessoas certas terão de fazer algo mais, de forma a angariar parceiros comercias à altura para os projectos. O trabalho de Tavares, esse foi, no mínimo, espectacular.
 
 

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