Treinadores de Bancada
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Na euforia da vitória sobre o Sporting, no passado sábado, na Luz, alguns detalhes passaram para segundo plano. Depois das análises feitas, quero regressar a esses detalhes, porque, como gostam de dizer os “experts”, é nos detalhes que se ganham os jogos.
1 - Quando vi o Yannick isolado aos 58 segundos preparei-me para um desastre.
2 - Corremos mais do que o adversário, o que é um magnífico cartão de visita. (E os miúdos, passada a tremideira inicial, bateram-se..., como águias:)).
3 - Gostei muito da actuação de Quique Flores antes, durante e depois do jogo. O homem é senhor do seu nariz, mas capaz de um discurso realista, corajoso e avesso a euforias.
4 - A segunda parte parece-me traduzir um salto qualitativo na produção da equipa e Katsouranis "in his place" teve muito a ver com isso.
5 - Não sei se o nível actual chega para eliminar uma equipa italiana em boa forma. Espero que sim. Mas se tal não acontecer, e o Benfica passar incólume os próximos jogos do campeonato, dar-me-ei por satisfeito, receava chegar ao fim de Outubro fora da discussão do campeonato.
6 - Repito que não exijo títulos, apenas um projecto coerente, que tudo indica estar em marcha. Mas posso alimentar uma esperançazinha, não posso?:).
Escrevo algumas horas depois de ver o Porto ganhar aos Paços de Ferreira e somar a segunda vitória na Liga. Acho sinceramente que o Paços é uma equipe de “trazer por casa”. Quero dizer, uma equipe que, como se viu com o Benfica, será muito difícil de bater no seu reduto. Mas, ao mesmo tempo, uma equipe que fora da Mata Real dificilmente conseguirá surpreender os seus adversários. Sem estar em causa a justiça da vitória (o Paços não deu um único passo para a contrariar), confirmei neste jogo que esta equipe do Porto não tem nem a estatura, nem a categoria de épocas anteriores. Depois de dispensar os seus principais artistas, o que obrigou a uma renovação de banda mais larga que o quem sido habitual, o Porto não conseguiu reequilibrar a equipe porque apesar das muitas contratações, não assegurou nenhum valor indiscutível – nem “Cebola” que na equipe do Porto joga até chorar, mas sem qualquer consequência ou eficácia colectiva. Depois, Lisandro perdeu (ou ainda não ganhou) o codícia e a fortuna da época anterior e Lucho parece o solitário “Comandante” de uma “Armada” que está longe de ser “Invencível”. Tivemos, assim, no jogo de ontem (e julgo que teremos para o resto do campeonato) um Porto corrente que se bebe mas não deslumbra que até pode cumprir, se não for chamado a desígnios maiores. Não é por acaso que os sócios se inquietam e assobiam. Não é por acaso que Jesualdo evoca, em desespero, as sequelas do apito final. O Benfica, por seu lado, decide boa parte da época nos próximos 6 dias. Com o Nápoles joga a continuidade europeia. Imprescindível numa equipe nova que se quer cumprir. Difícil, claro, mas obviamente à altura de que tem a ambição de voltar a ser grande. Com o Sporting, joga a credibilidade interna. Não só porque se perder fica a 7 pontos do Sporting e a 3 do Porto logo à 4ª jornada. Mas também porque estas derrotas importam prejuízos anímicos (e matemáticos) sempre mais explícitos nos confrontos com os opositores directos, com quem ainda por cima jogamos em casa. Para estes dois jogos o Benfica tem que entrar com determinação e vontade de ganhar, mas também com níveis de concentração que possam dar tranquilidade à equipe (pareço o Paulo Bento..). Disse aqui (e fui contrariado por muitos) que o melhor ataque é a defesa, por constatar que uma equipe se faz de trás para a frente e que as equipes que nas últimas décadas têm dominado o futebol português são aquelas que apresentam, em determinado período, as melhores defesas. Não gosto do futebol defensivo e demasiado taticista, mas compreendo o valor que tem estar seguro a trás para poder accionar com despreocupação a “tracção à frente”. Infelizmente o Benfica atropelou-se em reforços do meio campo para a frente e não se reforçou como devia na defesa.Com o Paços de Ferreira viu-se a fragilidade da nossa defesa (bem sei que não é a habitual) que inspira tal segurança que o próprio Quim parece contaminado por uma preocupante crise de confiança (ou será Macumba do Sr Scolari?). Também me pareceu que Quique fez demasiadas flores nas substituições do jogo com o Paços e insiste em colocar Aimar numa posição em que ele não rende (ainda nos vai convencer que o jogador pouco acrescenta a esta equipe). Boas surpresas (ou talvez não..) São Yebda, Martins e principalmente Ruben Amorim. Para mim o mais esclarecido e promissor dos jogadores que contratamos esta época. Como uma inteligência e uma leitura global do jogo muito raras no futebol português. Pena que esteja sempre num periclitante “entra e sai” e que o desperdicem colado ao lado direito para compensar um pretenso defesa direito que não temos. Reyes também me parece ter um potencial enorme e uma imensa capacidade de explosão. Ao contrário, Di Maria veio demasiado deslumbrado dos Olímpicos e precisa de se reencontrar com esta equipe. Bem, chega de especulações. Venha lá o leãozinho e depois o Nápoles. Venham Eles para o começo do caminho, outra vez glorioso, deste Novo Benfica. António de Souza-Cardoso
Amanhã é dia de derby!
Pelas 20h45 todos os Benfiquistas estão com as suas atenções no clube do seu coração, a torcer e a sofrer por uma vitória que embale o Benfica para um grande campeonato e reforce a confiança da equipa para o importantíssimo jogo de 5ª feira, frente ao Nápoles.
O Benfica vai ganhar. Vai ganhar porque é melhor que o Sporting e porque tem feito até à data um percurso evolutivo, pese os múltiplos erros e algumas insuficiências que ainda vai manifestando. O Sporting é uma equipa bem “arrumada”, que permite poucos espaços para jogar (especialmente no centro do terreno) e que corre muito e na maior parte das vezes bem, executando uma pressão no meio campo, incómoda para os seus adversários. No entanto, tem fragilidades evidentes que se manifestam sempre que jogam com uma equipa de qualidade (como o Benfica é) e que se aproveitarmos, temos grandes hipóteses de vencer.
No meu ponto de vista, para ganhar o Benfica necessita de exercer uma forte pressão no meio campo não deixando o Sporting pensar o jogo (como tentou fazer com o Porto, ainda que nesse jogo tenha corrido muito mas não tão bem como seria desejável...), e ser rápido a sair para o ataque com rápidas trocas de bola e explorando os flancos, aproveitando uma das maiores fragilidades do Sporting que são os seus laterais (especialmente não jogando Caneira que confere mais alguma segurança ao quarteto defensivo). Depois precisa de manifestar maior segurança defensiva do que tem feito, especialmente nos lances de bola parada.
Jogaria com a mesma dupla de centrais de Paços de Ferreira. Mudar de dupla de centrais de jogo para jogo não traz nada de bom e não sei até que ponto Katsouranis traz algo de mais positivo que Miguel Vítor. Na frente jogaria com Nuno Gomes e Cardozo e recuava Aimar para aquela que é quanto a mim a sua real posição.
De uma coisa tenho a certeza, se o Benfica se entregar ao jogo plenamente, se jogar concentrado e se houver uma arbitragem isenta, o Benfica é melhor e vai ganhar! E eu vou estar lá de forma incansável a apoiar e a vibrar com os nossos golos! Viva o Benfica!
PS – Jesualdo vem ontem no seu ar “Calimero” queixar-se das arbitragens. O facto de isto vir depois de dois empates e antes de mais um jogo complicado deve ser coincidência. Mas isto é bom, é sinal que o treinador do FCP já sente que necessita de colocar pressão nos árbitros para ganhar e que não tem a mesma confiança na sua equipa de outrora.
PS1 – 5ª feira estreia-se o Canal Benfica. O desafio começa depois e estou curioso para ver o que nos espera a escolha de conteúdos do Canal e como se posicionará editorialmente enquanto “Voz do Benfica”.
Saudações,
Paulo Ferreira
O futebol português volta a ser abalado hoje com a notícia que faz manchete do “Correio da Manhã”, que revela que as classificações dos árbitros foram viciadas. Mais um prego no caixão de uma indústria que continua a trilhar caminhos em direcção ao abismo.
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