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Novo Benfica

Novo Benfica

11
Jul08

Meu caro Bruno:).

Júlio Machado Vaz

Li com toda a atenção o post do Bruno.  Embora partilhe algumas das suas preocupações, receio que deslize para generalização abusiva. Longe de mim pensar que a razão do declínio - é preciso não ter medo das palavras... - desportivo do Benfica se baseia no famigerado "sistema". Foram cometidos erros crassos e viveu-se à sombra de glórias passadas e número de simpatizantes. Em determinados momentos, a Instituição esteve mesmo em perigo, devido, por exemplo, à actuação de quem hoje se intitula refugiado político em Londres! Eu próprio já expressei a minha profunda convicção que a absoluta prioridade é a construção de um projecto sólido, nem sequer exijo títulos a curto prazo. Nesse contexto, arrepia-me a hipótese de conflitos por causa de adjuntos;  franzo o sobrolho perante o atraso das contratações;  suspiro em face do sorteio do campeonato - afinal somos - como de costume... - o clube que mais modificações sofreu aos níveis de orientação e plantel,  o início "pesado" de campeonato pode, se der para o torto, arrastar consigo mais uma crise... em fins de Setembro! Acrescento que partilho a opinião de Quique Flores, se houve época em que não merecemos a Champions foi esta. E direi mais! - se houve alguma em que seria cruel para os jogadores do FCP não a jogarem foi também esta, tal a superioridade exibida. Mas se for decidido punir o clube isso deve acontecer, trata-se de uma infeliz coincidência para profissionais que suaram a camisola. Agora entendamo-nos: porque deveriam estes - e outros... - reconhecimentos ser incompatíveis com o desejo de "desinfectar", ao menos um bocadinho, o sombrio edifício do futebol português, que medra perante a complacência do poder político? Admito a discussão sobre a legalidade das escutas, deixarei as decisões a quem de direito. Mas podemos ignorar o conteúdo? Sejamos claros - houve assim tanta gente a ficar abismada com ele? De acordo, Carolina Salgado não transmite a imagem de uma testemunha-modelo, mas é assim tão perverso duvidar que JP, sendo Joaquim Pinheiro ou Jacinto Paixão, não seja capaz de comprar a fruta que se come lá em casa ao pequeno-almoço e precise de "ajuda clubística"? E as prostitutas? E as visitas de árbitros? E as frases do género "não se esqueça dos amigos"? E o comportamento do presidente do CJ? Como não haveria de me refugiar no humor perante a seguinte pérola que debitou sobre um dos conselheiros "revoltosos": "Disse-me - senhor doutor, não há aqui nada de natureza pessoal, mas... e só ele poderá explicar esse "mas"...". E todos nós perguntamos: seremos néscios ao pensar que o homem, incomodado com o que se passava,  desejou assegurar que divergia na opinião quanto à condução dos trabalhos, mas tal facto não traduzia conflito pessoal? Ou a dúvida insinuante do Presidente do CJ justifica-se e teremos de pôr hipótese mais sinistra? Talvez chantagem! O Director de Comunicação do Benfica a telefonar-lhe na noite anterior: "Meu caro, pedimos ao Fernando Pereira que imitasse a sua voz e gravámos um telefonema que o envolve em tráfico de armas e droga. Pense nisso antes da votação de amanhã". Não Bruno, a lucidez quanto aos nossos inúmeros "pecados" nas últimas décadas não colide com a exigência de uma vassourada (na qual, de resto, só acreditarei quando e se a vir, aos mais diversos níveis assistimos a uma luta feroz pela sobrevivência, nalguns casos para lá da esfera puramente desportiva). E escreva sem "disponibilidade antecipada para o martírio", homem! Da mesma forma que exigi a moderação dos comentários, asseguro-lhe que no dia em que o blog se tornar uma espécie de religião que não tolera o desacordo, sairei. De imediato e sem alarde. O Benfica está no meu coração e isso não depende do que digo ou escrevo, aqui ou ali.  

  

10
Jul08

DIAS FELIZES

Bruno Carvalho

 

Nos últimos 3 anos o FC Porto ficou por 3 vezes em 1º lugar e o Sporting ficou 3 vezes em 2º lugar.

 
Nos últimos 3 anos o Benfica ficou por 2 vezes em 3º lugar e no ano passado ficou em 4º lugar.
 
Para quem ainda anda iludido, a leitura fria do que se tem passado nos últimos 3 anos é só uma: o Benfica está longe da liderança do futebol português.
 
O Porto assumiu, há muito, o domínio do nosso futebol, por muito que nos custe admitir. O Porto é tri-campeão nacional e parte claramente favorito para este ano alcançar o tetra.
 
O Sporting, que tem andado sempre muito calado, tem levado a água ao seu moinho, conseguindo entrar sempre na Liga dos campeões. Há muito que o Sporting desistiu dos resultados desportivos tendo-se concentrado em tentar resolver a sua delicada situação financeira.
 
Para isso, o Sporting precisa de estar na Liga dos Campeões, o que tem conseguido através dos seus segundos lugares e vai entretendo os seus adeptos com as vitórias na Taça de Portugal.
 
No entanto, como na próxima época apenas o campeão entrará directamente na Liga dos Campeões, talvez isso possa fazer com que finalmente os seus dirigentes tenham que sair da toca.
 
E o Benfica?
 
O Benfica tem um problema grave. Ainda não percebeu nada do que se passa à sua volta. O Benfica é um clube sem uma linha de rumo definida e clara. O Benfica é um clube que vive das conquistas passadas e de um discurso inflamado e irrealista para animar a sua massa associativa.
 
Estamos no verão.
 
Esta é normalmente a época mais feliz para o nosso clube. É o momento de todas as ilusões e onde todos os sonhos nos são permitidos.
 
No ano passado, mais ou menos por esta altura, o nosso presidente anunciava aos sete ventos que o Benfica tinha o melhor plantel dos últimos 10 anos. Essa confiança tinha por base um investimento (?) num montante superior a 30 milhões de euros na compra dos seguintes jogadores: Cardozo, Andrés Diaz, Luís Filipe, Stretenovic, Bergessio, Freddy Adu, Fábio Coentrão, Butt, Di Maria, Maxi Pereira, Edcarlos, Binya e o emprestado Cristian Rodriguez (a que vieram juntar-se mais tarde Sepsi e Makukula por mais alguns euros).
 
O problema é que mal a bola começou a rolar os sonhos começaram a ruir. Fernando Santos foi despedido no final da 1ª jornada. Veio depois Camacho e com ele mais um novo ciclo. Camacho foi embora (quando ia em 2º lugar) e a equipa ficou à deriva nas mãos de um Chalana atarantado tendo acabado em 4º lugar.
 
Mas não faz mal. Estamos todos preparados para mais um novo ciclo e mais alegrias de verão.
 
No entanto, o que eu continuo sem ver é uma estratégia ou uma linha de rumo.
 
Ou melhor, a estratégia está à vista e fácil de decifrar. O Benfica tenta, por todos os meios, aniquilar Pinto da Costa. Talvez pensemos todos que o caminho mais fácil para as vitórias é tirar Pinto da Costa do futebol. O melhor seria o homem talvez nem ter nascido. Ou nascido benfiquista (já imaginaram?).
 
A esta altura, está vendida a ideia a todos os benfiquistas que o Porto só ganhou à custa da batotice de Pinto da Costa. Com Pinto da Costa o Porto foi campeão 15 vezes (tendo conseguido ganhar 5 campeonatos seguidos), foi 2 vezes campeão europeu, venceu 2 Taças Intercontinentais, ganhou uma Taça UEFA e uma Supertaça Europeia. Que grande batoteiro este Pinto da Costa !!! Não sei qual será a quantidade de fruta necessária para tantas vitórias, mas deverá dar para abastecer a rede de hipermercados Modelo-Continente durante uns anos!
 
É pena os nossos batoteiros (também devemos ter tido alguns ou foram todos uns anjinhos inocentes?) não terem tido a qualidade da batota de Pinto da Costa.
 
Hoje em dia, conscientes que não somos capazes de os vencer em campo, vibramos a cada recurso ou cada papel que os nossos advogados entregam na UEFA, no Tribunal Arbitral do Desporto ou noutra instância qualquer.
 
Ao que chegamos! É uma tristeza. O que eu gostaria de ver era o meu presidente a construir equipas que derrotassem o Porto, Pinto da Costa, e todos os outros, em campo, com golos, que nos desse títulos nacionais e europeus. Eu não quero vitórias em tribunais. Quero vitórias em campo!
 
Enfim, numa coisa estamos todo de acordo: nada melhor que o verão. A bola ainda está parada e novos jogadores chegam todos os dias ou estão quase a chegar. Talvez este ano o nosso presidente anuncie que esta será a melhor equipa dos últimos 20.
 
Mas ainda temos a cereja no topo do bolo: podemos todos dizer mal de Pinto da Costa. Podemos dormir descansados, afinal foi tudo batota. Para se ser popular no Benfica nada melhor que nos atirarmos às canetas de Pinto da Costa. Não era essa também a estratégia de Vale e Azevedo? Desta vez ele não vai escapar.
 
Vivemos dias felizes.
 
É só pena não estarmos a fazer nada a sério para construir um Benfica ganhador.
 
Mas não faz mal. No próximo ano voltará a haver verão!!!
 
Bruno Carvalho
 
PS 1: A mim não me interessa nada a decisão do Conselho de Justiça, pois está mais do que visto que não se trata de justiça, mas sim de poder.
Se o Benfica tiver mais conselheiros controlados, Pinto da Costa é condenado e o Boavista desce de divisão.
Se, pelo contrário, o Porto tiver mais conselheiros controlados, Pinto da Costa é inocentado e o Boavista mantém-se na 1ª divisão.
E a justiça onde fica? Ninguém olha para a lei?
Vitórias dessas não me interessam rigorosamente nada.
Provavelmente sou o único benfiquista que pensa assim, mas não me importo.
O facto do Benfica se ter metido tanto nesta história estragou tudo, uma vez que qualquer condenação de Pinto da Costa não cheira a justiça, mas a poder sujo.
E era precisamente esse poder sujo que interessava combater.
Ou o poder deixa de ser sujo quando decide a nosso favor?
Haja vergonha.
 
PS 2: Não me interessam nada as críticas que me vão fazer. Mesmo nada. Acho uma vergonha ser esta a única forma que o Benfica tem para tentar voltar a ganhar. É um desprestígio para as grandes equipas do Benfica que ganhavam sempre, fossem quem fossem os adversários.
 
09
Jul08

Morrer por morrer, morra o meu pai que é mais velho!

Júlio Machado Vaz

É de mim ou o a Direcção do Boavista quer fazer do Major o cordeiro de Deus, exemplificando de forma exemplar a ideologia desta Sociedade, a saber, salve-se quem puder? Perdoem a deformação psiquiátrica, mas aposto singelo contra dobrado que Valentim Loureiro se sentiu traído. Quanto à saraivada de providências cautelares e pedidos de demissão - dos outros... - disparadas a partir de Gondomar, presumo que sejam a resposta ao apelo de pacificação lançado pelo ecuménico Madaíl.

08
Jul08

A Balbúrdia + O regresso ao trabalho

Miguel Álvares Ribeiro

 

Mais um deprimente processo este que se criou com a reunião do CJ da FPF. Saem particulamente mal de toda esta trapalhada o Presidente do CJ, Gilberto Madaíl e as entidades que superintendem o desporto a nível governativo, que conseguiram ainda não ter uma palavra ou atitude! Pelo contrário acho que esteve bem o nosso presidente, no silêncio a que se remeteu e o PGR ao mandar analisar rigorosamente o que se passou no CJ da FPF – esperemos que não seja mais um processo para arquivar!
 
Não vale a pena continuar a discutir aqui quem tem razão no meio desta embrulhada toda porque, infelizmente, já cheguei à conclusão que cada um só é capaz de ver pelo prisma que convém à sua cor clubística.
 
O que é pena é que tamanha trapalhada tenha servido para desviar as atenções do cerne do problema. Já não se discute a corrupção e a coacção exercida sobre os árbitros, nem sequer a condenação nas instâncias desportivas desses mesmos factos, mas sim os incidentes processuais pouco edificantes de que se rodeou a reunião do CJ.
 
Independentemente disso parece-me indiscutível que os Regulamentos são muito maus se, como se diz, permitem que uma pessoa seja juíz em causa própria, se sobreponha ao colectivo e possa inviabilizar a operacionalidade de um órgão.
 
 
Hoje é dia de regresso ao trabalho para a equipa do Benfica.
 
O clima geral no futebol português tem sido francamente adverso ao Benfica, por isso tem que haver uma estrutura extremamente organizada e profissional a rodear a equipa para que esta alcance os sucessos que todos desejamos.
 
A nomeação de Rui Costa para gerir o futebol, a escolha de um treinador jovem e ambicioso mas com provas dadas e a aposta em jogadores jovens parecem-me passos no bom caminho, embora com alguns perigos se não houver tempo para a estabilização do projecto.
 
Apesar disso, alguns dos reforços já anunciados não me parecem os jogadores indiscutíveis de que o Benfica precisa; o facto de o plantel ainda não estar fechado, neste dia de arranque da época, também não é uma boa indicação.
 

Esperemos que sejam apenas os contratempos normais nestes processos negociais e que na próxima semana, quando os treinos começarem de forma mais séria, o grupo esteja fechado e com os elementos necessários para daqui a menos de um ano estarmos a festejar mais um título de campeões.

 

VIVA O BENFICA!!!

07
Jul08

Sempre coerente!

Júlio Machado Vaz

Chegado a casa, acabo de ler que Gilberto Madaíl fez o mesmo a um Comunicado e não respondeu a perguntas dos jornalistas. Tal privilégio foi concedido a Paulo Relógio. É caso para dizer que o Presidente da Federação, adepto da adjectivação óbvia e redonda e alérgico a respostas claras, se pirou... em contra-relógio:).

07
Jul08

Futebol pária

Pedro Fonseca

O futebol português é um estado dentro do Estado. Ou seja, é uma espécie de sítio onde as leis não são gerais e abstractas, como num qualquer Estado de Direito; as “leis” deste estado são aplicadas com base no livre arbítrio e numa discricionaridade que faz inveja ao Zimbabué de Robert Mugabe.

Os últimos tempos então têm sido férteis em situações que se julgavam já banidas de qualquer sociedade minimamente organizada: a “justiça” desportiva a sobrepor-se à Justiça de Estado; sentenças de tribunais civis anuladas por decisões de “tribunais” desportivos; presidentes de órgãos jurisdicionais a actuar em nome e no interesse de arguidos a quem se destina a decisão; pingue-pongue de decisões entre dois órgãos (Federação e Liga); juristas que dizem uma coisa num dia e outra no dia seguinte (um problema de tradução), etc,etc,etc.
Para o dia de ontem estava guardado mais um episódio deste circo com palhaços de terceira: o Conselho de Justiça decidiu manter as sanções ao Boavista (descida de divisão) e a Pinto da Costa (suspensão por 2 anos), por corrupção desportiva. O presidente do órgão, vereador na Câmara de Gondomar, e por isso pessoa “independente” de Valentim Loureiro, tentou que a decisão não fosse tomada, declarou o fim da reunião e abandonou a sala.

O Governo olha para isto e cala e consente. O que se exige, de imediato, é que seja decretado o estado de quarentena ao futebol português – ninguém se pode aproximar sob pena de ficar irremediavelmente infectado pelo vírus da imundice mental.

Neste contexto, o futebol português devia ser considerado um “estado pária”, isto é, um estado desprezado pelos outros e excluído do concerto das nações civilizadas. Se tal é uma constatação à escala planetária, então a FIFA e a UEFA deviam intervir, destituindo todos os órgãos desportivos e jurisdicionais sejam os da Federação ou da Liga.
Os órgãos máximos do futebol internacional não podem deixar de assumir as rédeas do que se está a passar em Portugal, perante o espanto de todos e o silêncio cúmplice, hipócrita, comprometido e vergonhoso dos poderes públicos, a começar pelo secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias.
O “vírus” já ameaça “mentes brilhantes” como Marcelo, que na sua homilia dominical falou de cátedra sentenciando que a decisão dos bravos, corajosos e verticais membros do Conselho de Justiça era “inválida” porque o seu “presidente” tinha declarado encerrada a sessão. Não ocorreu dizer ao ilustre administrativista que esse “presidente” era o tal “vereador de Gondomar” e que, como tal, estava impedido de presidir à reunião por gritante incompatibilidade de interesses.

Suplica-se à FIFA e à UEFA que em nome da preservação da imagem internacional de Portugal, como país defensor das regras mais básicas e perenes do Estado de Direito Democrático (primeiro país onde foi abolida a pena de morte), intervenha e se substitua à Federação, à Liga, ao Governo. Do mesmo modo que a ONU intervém em estados onde a ordem jurídica internacional foi desmantelada.
Hoje, a Federação vai pronunciar-se sobre o que se passou. Gilberto Madaíl tem a última oportunidade de sair de cena com um pingo de dignidade. Esperemos que perceba que a História o julgará cruelmente se fugir às suas responsabilidades. Aceitar como juridicamente válida a decisão do Conselho de Justiça, é uma oportunidade única para Madaíl salvar a sua face e a face do futebol português.
06
Jul08

Amanhã

Júlio Machado Vaz

Escutei com a maior atenção as explicações do Senhor Presidente do CJ, não fazendo mais do que  minha obrigação, de resto! Não me debruçarei sobre os aspectos legais, a sua opinião diverge claramente das expressas por três especialistas em Direito Desportivo. Mas um facto me chamou a atenção, e admito que se trate de deformação profissional de psiquiatra - apesar de ter dado a palavra a toda a gente, um Magistrado descreve requerimentos que punham em causa os seus procedimentos como "actos de vingança"! Fiquei estarrecido... Se o Presidente os tivesse descrito como ilegais, cá teria o ignorante sido obrigado  a esperar por outras declarações e a telefonar aos amigos com paleio angustiado à moda do Porto - "Ó pá, sou um mísero médico, tu é que sabes de leis, que me dizes, carago?". Mas não, o senhor fulmina os colegas com o diagnóstico de obcecados por intuitos de vingança pessoal:(. Todos? Alguns? Os suficientes para recear perder as votações? Desde quando se varre contestação processual num órgão colegial pelas motivações psicológicas que lhe é atribuída? Ou seja: no ambiente bem menos formal e exigente de uma reunião das minhas equipas profissionais, e perante o desacordo expresso por um dos técnicos quanto a uma directriz por mim defendida, eu não deveria ouvir os outros, reflectir sobre a argumentação apresentada, avaliar se ainda mereço dos meus pares o respeito - e não medo... - que permite uma liderança credível, mas decretar que o desacordo traduz rancor pessoal vertido em procedimento vingativo. Assim é fácil, caramba!, se concordam tudo bem, se não... amuo,  vou-me embora e digo que não havia condições para decidir com isenção. Depois de eu próprio ser culpado de um evidente processo de intenções?????? Inacreditável.

Amanhã, Gilberto Madaíl terá uma escolha a fazer, por mais assessores jurídicos que escute: tornar-se o balão de oxigénio de uma forma de estar no desporto português que  torna este motivo de estranheza,  chacota e desconfiança por essa Europa fora; ou surpreender-me - admito-o sem problemas! - e por uma vez separar as águas em vez de apenas e melancolicamente nelas boiar ...    

06
Jul08

A Hora da Verdade !

António de Souza-Cardoso

 

 

 

O País acordou ontem estupefacto com mais um episódio pouco edificante da nossa justiça desportiva.

De há muito que os portugueses se interrogavam sobre o porquê desta estranha delonga do Conselho de Justiça, em decidir dos recursos do Presidente do Porto e do Boavista, no âmbito do conhecido processo do “apito final”.

Percebemos agora que nem todos os membros do Conselho de Justiça pareciam estar com muita vontade de decidir.

Já durante a semana a Assembleia Geral da Liga que, também surpreendentemente, continua a ser presidida por Valentim Loureiro, analisara o artigo 51º e o agravamento das penas relativas à corrupção no futebol. Os suspeitos de corrupção, outra vez surpreendentemente, também votaram … Adivinhem como?

Seria, com a devidas distâncias, muito parecido com pôr arguidos criminais a votar eventuais alterações ao código de processo penal, numa comissão presidida por um deles.

 Agora temos o, ainda surpreendente, caso do Advogado Gonçalves Pereira, Presidente do Conselho de Justiça da Federação. O Vereador da Câmara de Gondomar, presidida por Valentim Loureiro, que defendeu valorosamente as redes do clube da terra que, já agora, esteve na origem de todo o processo Apito Final, depois de dizer que não tomaria posição neste caso, sustenta agora, surpreendentemente, ter todas as condições de isenção para deliberar e exercer o seu voto de qualidade neste Órgão a que passou a presidir depois de algumas, surpreendentes, peripécias.

Mais ainda, decide unilateral (e, outra vez, surpreendentemente) afastar um dos vogais da deliberação em causa por, vejam lá, entender que este não tinha condições de isenção para deliberar (!!!). Como o dito vogal e seus parceiros do Conselho não foram na coisa e até propuseram a instauração de um processo disciplinar que afastasse o próprio Presidente, então deu rápida e surpreendentemente por terminada a reunião e escapuliu-se com o vice-presidente pela sala fora…

Não estaria certamente a contar que os restantes cinco membros do Conselho de Justiça continuassem a reunião e deliberassem, por unanimidade, não aceitar os recursos de Pinto da Costa e do Boavista, confirmando as penas dadas pelo Conselho de Disciplina da Liga.

E com isto fazendo cair também o, mais que surpreendente, expediente usado pela SAD do Porto de aproveitar o recurso do seu Presidente, com o claro propósito de lançar na UEFA aquela ínfima dúvida (ou, melhor dificuldade) necessária para que esta nada decidisse, antes do pronunciamento definitivo da justiça desportiva portuguesa.

Resta ainda dizer que à luz do direito não há nenhum vício formal nesta decisão unânime dos 5 membros do Conselho de Justiça que, no exercício regular das suas competências, se limitaram a confirmar que houve corrupção consumada, sobre a forma tentada, do Presidente do F.C Porto.

A única dúvida que agora persiste é se a UEFA aplicará ao FC Porto a sanção que já havia decidido pelos motivos agora confirmados, com efeitos a partir desta época ou só o fará para evitar turbulências com efeitos a partir da próxima época.

No meio da surpreendente trapalhada, com um desesperado Gonçalves Pereira a apregoar a nulidade das deliberações (não se sabe bem porquê?), assistimos ao ainda surpreendente (ou talvez não..), silêncio dos Presidentes da Federação e da Liga.

Apesar de todas as “surpreendências”  tenhamos confiança naquela sabedoria popular que nos diz que a verdade, como o azeite, vem sempre ao de cima …

 

António de Souza-Cardoso

PS: Isto foi apenas um pequeno interlúdio na necessidade que continuamos a ter de “Jogar à Bola”. Vamos a isso!

 

 

 

05
Jul08

Domingo atribulado para quem evita as gotas da chuva.

Júlio Machado Vaz

E agora o que farão Gilberto Madail e Hermínio Loureiro? Ouvi José Manuel Meirim quanto à legalidade formal dos actos praticados por cinco membros do CJ, a versão da "reunião de amigos" até às duas da manhã do Presidente, cuja isenção estava acima de qualquer suspeita, e a ameaça de Álvaro Braga Júnior - "mandem-nos para a Liga de Honra e ficam tesos!". De tudo, retive um resultado que não deixa de ser claro - 5 a 2. Mas o que eu penso é irrelevante, o que acontecerá no sorteio das competições, o que dirão pessoas que fazem do equilibrismo a sua forma de estar na vida, incluindo, em caso de bloqueio, o Secretário de Estado do Desporto? Neste país, qualquer prognóstico é mais um acto de fé do que um exercício de racionalidade:(.

 

P.S. Declaração de interesses afectivos - custa-me imaginar o Boavista na Liga de Honra, fui sócio do clube e passei muitas tardes a ver meus filhos aprenderem ténis naquele clube. Se isso acontecer, ficarei disponível para ajudar, basta enviarem-me a proposta e volto a ser boavisteiro de cartão! Mas não me peçam para deixar os afectos tomarem o poder,  o Presidente do CJ deveria ter sido o primeiro a afastar-se da votação por vontade própria, em nome da transparência. É pena que a palavra pareça provocar violentas crises alérgicas a muitos dos protagonistas do futebol português:(. 

04
Jul08

Assembleia Geral

Paulo Ferreira

É triste ver nas notícias (ou in loco) o nome do nosso clube manchado por desacatos numa Assembleia Geral e mais triste ainda ver um Presidente do Benfica sair "escoltado".

E é tanto pior quando tal acontece numa altura da época onde não existem resultados a contestar, normalmente aquilo que mais aquece os ânimos!

 

Sobre este assunto teço as seguintes considerações:

1) Estas atitudes dos sócios (?) são lamentáveis e desprezíveis. Existem forma de exercer o direito de discordar que não podem passar por este tipo de comportamentos.

2) É duro verificar que no FC Porto, em que existem suspeitas (?) de corrupção, administradores condenados a penas de prisão, decisões nefastas para o clube como a última de não contestar a decisão de corrupção tentada e consequente afastamento da Liga dos Campões (que para já não o é mas sê-lo-á, já que a UEFA não me cheira que o perdoe...), o seu Presidente tem o apoio dos sócio de forma incondicional e no Benfica, livre de tudo isto, exista uma contestação que se eleve a esta dimensão...

3) É óbvio que esta contestação vem de uma franja de sócios (?) que tem como motivos, questões distantes daquelas que estavam em discussão na AG. E a propósito de tal, digo (talvez com alguma injustiça) que me choca qualquer apoio às claques. O seu comportamento é na maior parte das vezes inqualificável, é um centro nevrálgico de actividades ilícitas e representa o que de pior tem o futebol (os dirigentes - genericamente falando - representam outra forte componente do que devia ser banido do futebol). Ou seja, o que de mal trazem não compensa nem por um momento alguma da côr, vivacidade e apoio que efectivamente trazem ao jogo.

4) Independentemente dos 3 pontos anteriores, o Presidente do Benfica não deve como o tem feito nos últimos tempos, não dar o rosto na resposta à contestação. Deve aparecer nos momentos bons e nos maus e enfrentar as conjecturas negativas com a coragem de não mascarar os problemas com situações que se passam à volta do Benfica. Sendo importante lutar pela transparência, pela não viciação de resultados, etc, não é menos importante assumir o que internamente se fez mal. Só com a aceitação de erros do passado, se consegue projectar um melhor futuro.

Não digo com isto que a sobriedade não seja importante. É-o e apreciou a forma como aparentemente Rui Costa tem tido a possibilidade de trabalhar, longe da intervenção da direcção. Mas sobriedade e eclipsamento nos maus momentos, são coisas distintas.

5) Por último, não se pode esquecer que esta contestação só ganha "espaço" para aparecer dada a manifesta ausência de resultados. O discurso de estamos a endireitar o Benfica e que teremos uma equipa de nível europeu e que seremos crónicos campeões nacionais, já só tem validade com aplicabilidade concreta. Agradecemos o que foi feito, apreciamo-lo, percebemos o caminho que teve de ser traçado, mas é tempo de saltar para o degrau seguinte.

 

Concluindo, a melhor forma de evitar a contestação é enfrentá-la e sobretudo...ganhar!

 

PS1 - Espero que se efective Aimar. Seria efectivamente uma excelente contratação.

 

Saudações Benfiquistas,

Paulo Ferreira

 

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