Bandeiras e outros adereços
Anteontem vi, na capa d’O Jogo, a notícia que dava conta da proibição da entrada dos adeptos do Porto no nosso Estádio com quaisquer adereços como bandeiras e cachecóis do seu clube.
Achei evidente que só podia ser uma brincadeira de 1 de Abril, o dia das mentiras. Fiquei completamente estupefacto quando me garantiram que era verdade e que a Direcção do Benfica até teria emitido um comunicado a justificar essa atitude.
E que justificação foi essa? O princípio da reciprocidade. E ainda que “Esta decisão foi devidamente ponderada e é irreversível, porque em questões morais – e dentro da legalidade – nunca se deve vacilar.”
Das duas uma: ou acham que é correcto (mais até, uma questão moral) impedir os adeptos de qualquer clube de usar os adereços que os identificam com o clube e dão colorido ao espectáculo, o que considero totalmente inaceitável, e então não deviam criticar os outros que o fazem, ou então não devem reciprocar fazendo aquilo com que não concordam e, pior ainda, invocando questões morais!
Só mesmo o último parágrafo do comunicado é digno do grandioso clube que é o nosso Benfica: “O futebol português dispensa a violência e a intolerância, mas também prescinde de “virgens ofendidas”.” Mas, infelizmente, atitudes como estas não ajudam a dispensar a violência e a intolerância. E não é por os outros fazerem igual ou pior que as nossas atitudes ficam justificadas! Esteve mal a Direcção do Benfica neste assunto.
Dentro do campo é que quero ver o Benfica responder à altura e mostrar como somos realmente muito melhores que o Porto.
Força Benfica!