Inadmissível
O que aconteceu com o nosso Vice-Presidente à saída de um conhecido restaurante da cidade do Porto é inadmissível e indigno, e faz parte de um longo rol de atitudes indesculpáveis que adeptos portistas têm perpetrado contra o Benfica e os seus dirigentes.
Sou portuense, com muito orgulho e honra, e acho sinceramente que as gentes do Norte são as mais hospitaleiras e francas de todo o país. Infelizmente, quando se considera a vertente desportiva, isto é, quando em vez dos portuenses falamos dos portistas, passamos de um extremo ao outro.
Porque sou portuense e um apaixonado benfiquista ouço com muita frequência estas perguntas:
- Não nasceste no Porto? Então porque é que és benfiquista?
Estas perguntas só teriam alguma lógica admitindo que a escolha do clube é feita de forma racional e desapaixonada, o que para mim (e penso que para a generalidade dos adeptos) não faz qualquer sentido.
O verdadeiro adepto sofre apaixonada e irracionalmente com o seu clube. É evidente que nenhum adepto assiste calmamente a um jogo do seu clube, avaliando friamente quem está a jogar melhor para decidir quem acha que deve merecer a sua preferência na vitória.
Quando assisto a um jogo do Benfica estou a torcer desde o primeiro ao último segundo para que o Benfica se superiorize ao seu adversário e penso que não sou nenhuma excepção.
Coisa diferente é não ser capaz de reconhecer que a equipa jogou mal e/ou que o adversário foi superior e mereceu a vitória. Muito mais grave ainda, indesculpável mesmo, é que se pratiquem actos de violência e vandalismo em nome do clubismo.
É também evidente que este tipo de actos não é exclusivo dos adeptos de nenhum clube, embora venham sendo cada vez mais comuns entre os portistas. Penso que isso se deve em grande medida à flagrante incapacidade dos dirigentes portistas para condenar este tipo de acções e ao sentimento de total impunidade que deriva de não se conhecerem casos em que os culpados tenham sido julgados e condenados de forma exemplar.
Com isto está-se a conseguir afastar as pessoas normais do futebol e de outras manifestações desportivas. Se não houver uma grande preocupação de encontrar uma forma de impedir este tipo de comportamentos, eles vão envenenar de tal forma o fenómeno desportivo que podem mesmo acabar ele.
Termino repescando uma frase de um dos meus primeiros posts nest blog:
“O mais perverso de tudo isto é que o desporto, que devia ser essencialmente uma escola de valores, consiga que pessoas bem formadas compreendam, e até justifiquem, os comportamentos mais atentatórios desses mesmos valores, desde que seja ao serviço do seu clube. Não contem comigo para isso!”
Saudações Benfiquistas