Vingados e Ressuscitados!
Em primeiro lugar, as minhas desculpas pela ausência prolongada ligada a poblemas de saúde.
Na passada quarta-feita fui com o meu Filho ao Dragão. Tinhamos lá estado também na 1ª volta do campeonato.
Tinha a certeza que não íamos viver o mesmo filme. E a esperança de que, desta vez, o pesadelo passasse para o lado do Porto.
A minha preocupação apesar da ausência de Falcão era uma menor velocidade no eixo da defesa e a impossibilidade de Jesus poder contar com Carlos Martins, em boa forma.
Quando o jogo começou aliviei. O Benfica voltava à atitude do ano passado. Pressão alta, nunca desistindo de um bola e com excelentes transições da defesa para o ataque. Luisão estava imperial e Sidnei pareceu-me sereno (não o do Porto que não me pareceu solução) e com outra maturidade e arrojo.Coentrão e Maxi estavam, cada um no seu género, um poço de energia. Javi Garcia fazia a diferença e quando preciso, dava à defesa a elasticidade que pode ter sido perdida com a saida de David Luiz. Peixoto surpreendentemente eficaz nesta nova posição.Nico Gaitan esteve especialmente empenhado, ele que às vezes parece adormecer no jogo. Sálvio discreto, mas muito bem a defender. Oscar Cardozo muito batalhador e Saviola sempre irrequieto, sempre a criar dores de cabeça ao adversário. Finalmente, Júlio César, até faz esquecer Roberto. Julgo até que o Benfica pode jogar serenamente com qualquer dos seus 3 guarda-redes.
Quando Coentrão marcou o golo, representou naquele lance a recuperação da atitude do passado. Quem não acreditasse, quem não insistisse, quem se acomodasse, não marcaria aquele golo, pleno de crer, de presistência e de sacrificio.
O Porto encolheu, ainda abananado com este novo Benfica e, para além de um lance desperdiçado no centro da área por James Rodriguez, não se viram grandes oportunidades do lider do campeonato.
O Benfica chegaria ao segundo num golo portentoso de Javi Garcia, um dos mais úteis e assombrosos jogadores do Benfica.
O jogo ficaria marcado por uma expulsão absurda de Coentrão.
O Benfica teve que corrigir e passar a defender mais a trás.
E a boa noticia foi a consistência defensiva que não deu hipoteses a um Porto já sem ligação e coerência de jogo.
A verdade é que o Benfica esteve mais perto do 3 a 0 do que o Porto de marcar, com o estrondoso remate de Óscar Cardozo que Helton defendeu, pleno de instinto e de ... fortuna.
Sai do Dragão de alma lavada, sentindo-me vingado da última vez que lá estive.
Mas mais do que vingado senti-me esperançado no futuro. Julgo que nada ainda está perdido. Temos que manter a mesma atitude de esforço, de humildade e de vontade de vencer.
Temos ainda muito para ganhar, nomeadamente ao Porto com quem ainda jogaremos duas vezes em nossa Casa.
Salvé este grande regresso do Novo Benfica que Jesus .... ressuscitou!
António de Souza-Cardoso
PS: Julgo que David Luiz merece uma palavra de homenagem e de gratidão. Pela entrega e dedicação que sempre devotou ao Clube de quem disse (e eu acredito) que permanecerá para sempre no seu coração. Bem hajas David Luiz!