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Novo Benfica

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08
Dez10

UM GRITO DE REVOLTA

José Esteves de Aguiar

 

O jogo do Benfica contra o Schalke 04 chegou a ter momentos confrangedores, tal a inércia da maior parte dos nossos jogadores.

 

Apesar de um início algo prometedor, criando oportunidades de golo, rapidamente se viu que Óscar Cardozo não estava nos seus dias, falhando oportunidades e revelando uma falta de acerto e empenho inaceitáveis num profissional.

 

Aliás, as críticas que neste blog têm sido feitas nos últimos tempos, voltaram a ter toda a razão de ser.

 

Há uma estranha apatia que parece contagiar negativamente até jogadores como Fábio Coentrão ou Carlos Martins.

 

Pensando no jogo desta noite, se quiser dizer qual terá sido o melhor jogador do Benfica, não consigo decidir. O pior, sim, para mim foi César Peixoto, mas todos os outros – Roberto à parte – acumularam passes errados, cortes à toa, remates disparatados e muita displicência.

 

Este não é, seguramente, o Benfica que Jorge Jesus anunciou, no início da época, como tendo condições para ir longe na Champions. A jogar assim, continuar na Liga dos Campeões apenas poderia resultar em mais resultados desastrosos e indignos do nome do nosso grande Clube.

 

Por milagre da Nossa Senhora de Lyon, acabamos por ir à Liga Europa, em detrimento de um “colosso” do futebol mundial chamado Hapoel de Telavive.

 

É bom que o tempo que medeia até ao início da nossa participação naquela competição, seja aproveitado para, mais do que lições técnico-tácticas, incutir BENFIQUISMO nos nossos jogadores!

 

Não podemos admitir que jogadores bem pagos por nós todos, se dêem ao desplante de revelar uma displicência que nos envergonha.

 

Durante a parte final da transmissão televisiva do jogo com o Schalke, a dada altura, foi bem audível um grito de revolta – creio que de um espectador desesperado – o qual disse “joguem à bola, mexam-se, o Hapoel está a ganhar em Lyon!”

 

Penso que aquele grito de revolta simbolizou bem o estado de espírito de todos os Benfiquistas que estavam a assistir à nossa equipa a arrastar-se, desgarrada, pelo relvado, parecendo que o relógio jogava a nosso favor.

 

É, no fundo, o grito de revolta de tantos que retiram do magro salário familiar o dinheiro necessário para continuarem a pagar as quotas de sócio e os bilhetes para assistirem aos jogos e que se sentem defraudados por “meninos mimados e novos-ricos”, que não chegam a suar a camisola que um dia tiveram a honra de vestir.

 

PS – Estou curioso para ver como é que os portistas vão chamar a este campeonato – depois do “dos túneis” será o “dos penalties”??

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              

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