QUEM MANDA NO BENFICA?
A questão que coloco tem a ver, essencialmente, com a política de contratações para o nosso Clube.
Gostaria de perceber a continuação da obsessão pelo mercado sul-americano – especialmente o argentino e o brasileiro – em detrimento de jogadores Portugueses ou oriundos de outros países europeus.
Posso estar enganado, mas cada vez me convenço mais de que a política de contratações do Benfica é crescentemente controlada pelo Stars Fund, em detrimento da SAD do nosso clube.
Como consequência desta situação, Jorge Jesus é “obrigado” a colocar em campo jogadores muito imaturos e com reduzidas provas dadas – mesmo nos seus países de origem – por vezes com resultados desportivos desastrosos, especialmente quando o grau de exigência do adversário ou a importância crucial de uma partida elevam substancialmente o nível de responsabilidade.
É sabido, além disso, que os jogadores sul-americanos têm tendência para demorarem uma ou duas épocas a adaptarem-se ao futebol europeu.
O problema não é a integração de um ou dois jogadores ao mesmo tempo mas quando – para se satisfazerem interesses de Fundos ou de agentes - são depositadas sobre os ombros de vários jogadores inexperientes responsabilidades muito superiores às que eles estariam preparados para assumir.
Coincidência, ou talvez não, os jogadores do Benfica que apresentam, actualmente, melhores índices de concentração, a par de garra e amor à camisola são dois Portugueses: Fábio Coentrão e Carlos Martins. É certo que não se trata de dois jogadores da formação do Benfica mas, dentro do campo, agem como se o fossem.
Aliás, sou de opinião de que a ambição do Stars Fund querer valorizar alguns dos “activos” existentes – leia-se jogadores novos e inexperientes – de forma demasiado célere, voltou o feitiço contra o feiticeiro.
A falta de aposta em jogadores mais experientes para alturas decisivas de jogos fundamentais redundou numa eliminação precoce da Liga dos Campeões, afinal a grande “montra” para exibição dos ditos jovens talentos.
O Benfica sai sem honra nem glória da edição da Champions desta época e, seguramente, os seus jogadores não saíram valorizados. Pior, para além do prejuízo financeiro, a imagem desportiva e institucional do Benfica sai prejudicada desta aventura europeia.
Resta-nos a Liga Europa? Esperemos que sim, pois falhar esse objectivo secundário seria mau demais para ser verdade.
No entanto, penso que nós Benfiquistas, sócios e não sócios, deveremos questionar seriamente quem manda no nosso Clube, porque não podemos deixá-lo vogar às ordens e conveniências dos agentes desportivos ou de quaisquer Fundos de jogadores e deixar assim sobrepor os interesses financeiros de quem, muitas vezes, nem tem nada que ver com o Benfica, aos muito mais elevados valores do prestígio e extraordinária história do Glorioso!