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Novo Benfica

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12
Mai10

TRÊS HISTÓRIAS DE ATITUDE (OU DE FALTA DELA…)

José Esteves de Aguiar

 

Sobre a brilhante conquista do título de CAMPEÃO NACIONAL pelo nosso Glorioso BENFICA, muito bem escreveram os meus antecessores neste blog, pelo que me limito a salientar a enorme felicidade que tive por estar com os meus filhos naquele maravilhoso Estádio, cheio de Famílias inteiras, unidas de corpo e alma com a nossa equipa e o seu objectivo comum (o título nacional) e individual (a Bola de Prata para Cardozo).

 

De lamentar, apenas, o facto de um pequeno grupo de adeptos (?) ter insistido em tentar estragar a festa, atirando sucessivos foguetes para o campo e mesmo para o meio de outros adeptos do Benfica…!

 

Passando às tais três histórias de falta de atitude, começo por salientar o “discurso de derrotado” de Domingos Paciência, revelando uma vergonhosa ausência de “fair play”, ele que até era considerado um gentleman quando jogava dentro das quatro linhas. A sua falta de aceitação das evidências, relativamente à vitória do Benfica – um clube que marcou mais 30 golos do que o Braga e deu espectáculo em quase todos os jogos - faz lembrar uma outra situação caricata – quando, há uns anos, o Porto perdeu a final da Taça das Taças para a Juventus e o Pinto da Costa, por considerar injusto o resultado, mandou fazer uma réplica (imitação perfeita) da taça perdida e ainda hoje a tem na sala de troféus do Porto…

Imagino que o presidente do Braga, fiel discípulo do Pinto da Costa, já deve ter pedido o nome do fabricante das réplicas de taças, para encomendar o seu exemplar de campeão nacional 2009/2010!

 

Quanto à segunda das três histórias, não posso deixar de salientar as diferenças dos discursos do Presidente da Câmara de Lisboa e do Presidente do Benfica. O primeiro tentou capitalizar para si o título de campeão do Benfica, referindo-o como um título para Lisboa, revelando falta de atitude desportiva, de bom-senso político e de noção da realidade do que é o nosso Benfica.

 

O Presidente do nosso clube fez questão de repor as coisas no seu devido lugar, afirmando que “este título não é de Lisboa, é de Portugal”. E disse mais: “o Benfica nasceu em Lisboa, tem honra na sua cidade, mas não se deixa fechar nela. Não dividimos o País, somos do Norte e do Sul, de qualquer lugar onde haja Benfiquistas!”. Com efeito, reduzir o título a Lisboa, seria menosprezar de forma inaceitável os milhões de adeptos – e dezenas de milhares de sócios – que em tanto contribuíram para o êxito do Benfica, em todas as cidades, vilas e aldeias de Portugal, mas também em tantos outros locais do Mundo, demonstrando – se é que tal ainda era preciso – que somos mesmo um clube à escala mundial.

 

Por último, não posso deixar em claro a falta de atitude de Carlos Queiroz. É claro que é altamente questionável que, do campeão nacional, o seleccionador apenas convoque um jogador. Que seja tão mentecapto que não reconheça a importância da experiência de Quim, o guarda-redes menos batido – a par de Eduardo – da Liga Portuguesa, que não perceba a importância de contar com a polivalência e o empenho de um Rúben Amorim, a raça e capacidade de remate de um Carlos Martins provavelmente na sua melhor forma de sempre, ou a experiência e importância no balneário de um Nuno Gomes.

 

Sem Carlos Martins – ou João Moutinho – quem fará as vezes de Deco, caso este se lesione, seja castigado ou, simplesmente, não esteja a render o necessário?

 

Quando questiono a falta de atitude de Carlos Queiroz não me refiro apenas às escolhas, tão discutíveis, de alguns nomes em detrimento de outros.

 

Refiro-me, principalmente, à falta de atitude ambiciosa de um homem que vai comandar uma selecção num campeonato do Mundo.

 

Para quê convocar dez defesas e três médios defensivos e apenas dois ponta-de-lança? Que mensagem, senão de medo e de “perder por poucos” transmite (inclusive aos jogadores), um seleccionador como este?

 

Não podemos esquecer-nos de que, mais do que o seleccionador do apuramento para o Mundial, Carlos Queiroz foi o seleccionador que quase deitava a perder tal apuramento, porque começou as contas a considerar logo que empates fora eram bons resultados…

 

Poderá ser um bom adjunto para Ferguson, mas é um péssimo seleccionador, um homem sem coragem para colocar a nossa Selecção a jogar futebol de ataque, como filosofia de jogo e não como último recurso e já com “as calças na mão”.

 

Oxalá me engane e, se tal acontecer, serei o primeiro a vir aqui mesmo dar a mão à palmatória, mas infelizmente antevejo uma ida e volta muito rápida da nossa Selecção. Mas talvez Carlos Queiroz tenha a sorte de Portugal fazer no Mundial o mesmo que a Grécia fez no Euro 2004 – defender com unhas e dentes, destruir o jogo dos adversários e lançar contra-ataques venenosos.

 

Até pode ganhar, mas a falta de atitude ganhadora expressa na convocatória contrasta de forma gritante com as expectativas quase histéricas de Madaíl.

6 comentários

  • Caro Amigo:
    Antes de mais, quero agradecer as suas simpáticas palavras, relativas aos meus posts neste blog.
    Compreendo o seu argumento em relação ao António Costa, mas o próprio Luís Filipe Vieira entendeu corrigir a excessiva ligação do título a Lisboa, que o Presidente da CML tinha feito.
    Daí a frase “o Benfica nasceu em Lisboa, tem honra na sua cidade, mas não se deixa fechar nela. Não dividimos o País, somos do Norte e do Sul, de qualquer lugar onde haja Benfiquistas!”.
    Esta é a grande diferença entre o Benfica e o Porto, porque o nosso Glorioso é um clube de cariz mundial, enquanto que o FCP cada vez mais se fecha no seu regionalismo.
    Um abraço à campeão!
  • Sem imagem de perfil

    Benfiquista Benfiquense 12.05.2010

    "... enquanto que o FCP cada vez mais se fecha no seu regionalismo."

    Não consigo compreender essa vossa tão grande procupação com o facto do fcp se fechar no seu regionalismo. Fica-me a sensação que não conseguem gerir lá muito bem o facto de serem adeptos de um clube que não é da vossa região. Quem sabe até, de se acharem traidores à causa da "Gallaecia" só porque apoiam um clube nascido em Lisboa, ou seja, na Mouraria.

    A mim, que sou de Lisboa, nada disso me preocupa. Eu ficaria preocupado era se, como alfacinha que sou, fosse adepto do fcp. De facto, como me iria eu sentir eu quando o Bimbo da Bosta insurgisse todo o seu venenoso fel contra Lisboa ? Iria talvez sentir que tinha optado por simpatizar com um clube cujos dirigentes eram contra a minha terra e contra os meus conterrâneos. Será que é isso que vocês aí sentem quando vos sopram aos ouvidos que ser-se benfiquista não é próprio de um homem do Norte ?!

    Deixe lá o fcp fechar-se à vontade nesse seu regionalismo. O melhor é continuarem assim, pois - se calhar - isso até é impeditivo de um maior crescimento em termos de adeptos. Vamos é ganhar mais campeonatos. Agora foi o 32º. Para o próximo ano, que seja já o 33º e por aí fora... Só dessa forma se conseguirá esvaziar certo tipo de discursos. O resto é conversa de incomodados, tipo Bruno Carvalho.

    Viva o Glorioso S.L. Benfica !!!

    Assinado: Benfiquista Benfiquense
  • Caro Benfiquista Benfiquense:
    O teor deste seu comentário chega a ser ofensivo para todos os Benfiquistas - que não duvido serão a grande maioria - que não são lisboetas.
    Então no que diz respeito aos Benfiquistas do Porto, o seu comentário é de uma injustiça que só pode vir de quem nunca tenha tido que conviver diariamente com um ambiente extremamente adverso.
    Tenho vários amigos Benfiquistas de Lisboa que se encontram a trabalhar no Porto e esses sim percebem o que é ser-se Benfiquista nesta cidade.
    É muito cómodo sair do Estádio e passados uns minutos estar no aconchego do lar, não?
    Pois para manter nos meus três filhos pequenos a chama Benfiquista, eu tenho que os deslocar 300 + 300 km e, como a maioria dos jogos é à noite, inevitavelmente dormem pouco, para estarem nas aulas no dia seguinte.
    Ainda no passado domingo assim foi, para estarmos na festa do título!
    Quanto ao seu comentário sobre o regionalismo do Porto e tal ser impeditivo de ter um maior número de adeptos, só posso dizer-lhe que esse é precisamente um dos meus argumentos para que não se reduza o Benfica a Lisboa...
    Por favor leia mais atentamente o que eu escrevo, para evitar comentários incoerentes!
    Um abraço campeão!
  • Sem imagem de perfil

    Benfiquista Benfiquense 12.05.2010

    "... só posso dizer-lhe que esse é precisamente um dos meus argumentos para que não se reduza o Benfica a Lisboa..."

    Mas alguém já viu algum benfiquista, seja ele dirigente, atleta, sócio ou mero adepto, a reduzir o Benfica à cidade de Lisboa ??? Ou não é verdade que o maior orgulho dos benfiquistas, por mais lisboetas que sejam, é saberem que existem milhões de benfiquistas em todo o lado e não apenas em Lisboa...!? Eu percebo que, face a certas diatribes regionalistas/separatistas, alguns benfiquistas do Porto se pudessem sentir muito melhor consigo próprios se pudessem comodamente dizer aos tripeiros ressabiados (e a outros) que o Benfica é do Porto... Só que isso é historicamente impossível.

    Mas dizer-se que o campeonato não é apenas dos benfiquistas mas sim de Portugal, também não leva a lado nenhum. Não passa de um discurso impreciso, embora até se possa entender o objectivo da mensagem que se pretende passar. A verdade é que um campeonato do Benfica não é de Portugal, é de todos os benfiquistas - sejam eles de onde forem - mas não é de Portugal. Nâo faz sentido, pois um portista ou um sportinguista não tem, nem quer ter nada, a ver com isso. Quando muito, se ganhássemos, por exemplo, a Liga Euriopa, aí poderia dizer-se que essa conquista era de todos os portugueses e não apenas dos benfiquistas. Mesmo assim, continuariam a existir muitos portistas ou sportinguistas que não quereriam ter nada a ver com isso. Da mesma forma como eu me borrifo nas vitórias internacionais obtidas pelo fcp (ou até por esta selecção).

    Assim como não faz qualquer sentido dizer que estar no Porto é achar que se está num outro país. Em vez de evasivas, o que faz sentido é agir junto dos orgãos de poder no sentido de evitar que continuem a existir feudos medievais onde o Estado de Direito parece não estar presente. O que faz sentido, é agir junto das autoridades para que, por exemplo, sejam punidos aqueles que - à vista de todos (pela TV) - mandam isqueiros à cara de Jorge Jesus, em pleno Dragão, ou mandam águias embalsamadas para dentro de um lago, depois de vandalizarem uma Casa do Benfica. É isso que não pode ficar impune. Caso contrário, voltamos ao tempo em que as sedes dos partidos de esquerda eram incendiadas aí pelo Norte sem que ninguém se dispusesse a agir em conformidade.

    Assinado: Benfiquista Benfiquense
  • Precisamente, acho que António Costa - por muito benfiquista que seja - tentou reduzir a conquista do título a uma vitória de Lisboa.
    Também concordo consigo quando diz que a conquista do campeonato não é de Portugal, mas sim de todos os Benfiquistas que, de Norte a Sul do País, nunca faltaram com o seu apoio entusiástico, que em muito contribuiu para "empurrar" a equipa para tantas exibições espectaculares.
    Completamente de acordo, também, que a ordem seja restabelecida nos feudos que certos senhores criaram, à revelia do mais elemntar Estado de Direito!
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