UMA ÉPOCA COM UM SABOR ESPECIAL
Eu sou daqueles que não deitam foguetes antes de tempo, preferindo aguardar serenamente e sem provocações aos nossos adversários, que a nossa anunciada vitória no campeonato se concretize.
Apesar de ser o Benfica, inequivocamente, a equipa que em Portugal melhor futebol tem praticado durante a presente época – facto reconhecido, aliás, por muitos dos treinadores de equipas adversárias – certo é que muita gente tentou minimizar os nossos êxitos, sob os mais variados pretextos.
O mais elementar bom-senso recomendaria que não se procurasse encontrar em túneis, arbitragens ou castigos a jogadores a justificação para tamanha superioridade, traduzida afinal no melhor ataque, na melhor defesa e na prática de um futebol que encanta quem o vê sem o desfoque do anti-benfiquismo primário.
Esta época tem um sabor especial pelo imenso prazer que as espectaculares exibições de futebol entusiasmante proporcionaram a todos os Benfiquistas. Mesmo que o Benfica não fosse campeão, já ninguém nos conseguiria retirar os momentos de deleite futebolístico que tivemos o privilégio de viver ao longo desta época.
Os momentos de intensa vibração com as maravilhosas jogadas de entendimento dos nossos jogadores, a emoção de cada golo por eles marcado, ficam de forma indelével na nossa memória colectiva, funcionando ao mesmo tempo como um lenitivo para “feridas” de épocas anteriores e para superar as sucessivas provocações dos adeptos do segundo maior clube português – o anti-Benfica.
Devemos, todavia, saber esperar pelo momento oportuno para celebrar, porque continuamos a bater-nos contra tudo e contra todos. Não basta ter a meta à vista, é imprescindível cortá-la em primeiro lugar, para alcançar o prémio supremo.
Como disse – e bem – Jorge Jesus no final do jogo contra o Olhanense, vencer o campeonato dentro do campo tem outro sabor.
A festa do título vai ser enorme e, em cada canto do Mundo onde exista um Benfiquista, certamente haverá celebração, demonstrando-se assim, uma vez mais, o carácter planetário do nosso Glorioso.
Em Portugal vamos ter ruas, avenidas e praças cheias de multidões a festejarem uma vitória que, além do mais, servirá para dar um novo alento a um povo desanimado pelas agruras da vida e pelo momento particularmente difícil que atravessamos.
Pinto da Costa não vai poder cumprir a promessa patética que fez a José Maria Pedroto. Aproveitemos nós para homenagear tantos e tantos ilustres Benfiquistas que, ao longo de décadas, têm colocado o nome do nosso clube num patamar GLORIOSO!