22
Mar10
O ROSTO DA VITÓRIA
Pedro Fonseca
Neste momento de euforia legítima, natural e humana, lembrei-me, vá lá saber-se porquê?, de recentes palavras de Carlos Carvalhal. O treinador do Sporting disse, e cito de cor: “A derrota tem um rosto, mas a vitória tem muitos rostos”.
É uma frase certeira. Lembrei-me disto ao reflectir sobre esta época excepcional do Benfica (eu sei que ainda só ganhamos a Taça da Liga), e que ontem deu mais um exemplo avassalador de força.
Qual é o rosto da(s) vitória(s)? Jorge Jesus, sem dúvida, que trouxe trabalho, responsabilidade, competência, liderança. Rui Costa, sem dúvida, também, que carrega a mística, blindou o balneário, transpira classe e garra, garante a experiência e a mundividência. Nuno Gomes, sem dúvida, que aceita humilde um papel secundário no relvado, mas que é fora dele e no balneário a alma, o cimento que une as várias sensibilidades, o líder que todos respeitam.
Luisão, claro que sim, um capitão sempre presente e à altura do seu posto. Todos os jogadores do plantel, sem excepção, e mais Pietra (a velha glória) e Raul José, Miguel Quaresma, e todo o staff técnico (perdoem-me esquecer os nomes de alguns) – claro, claro que são rostos das vitórias. E os adeptos, os sócios, os milhões de benfiquistas, rostos também desta(s) vitória(s).
Deixem-me, porém, sublinhar um rosto acima de todos os outros. Acima, não só porque é o Presidente do Benfica, mas porque teve e tem totais responsabilidades na escolha de todos os outros rostos.
Rui Costa – foi Luís Filipe Vieira quem o escolheu para o cargo de director desportivo, que manifestamente lhe serve como uma luva e cujo desempenho tem sido decisivo para esta empolgante época do Benfica;
Jorge Jesus – foi Luís Filipe Vieira quem o escolheu para treinador do Benfica e o resgatou a outras paragens, com os resultados que se conhecem;
Nuno Gomes – foi Luís Filipe Vieira quem o “obrigou” a ficar e o Nuno é hoje uma peça essencial do balneário;
Luisão – o nosso central-capitão sabe bem da importância de Vieira na sua carreira;
Sócios e adeptos – poucos têm dúvidas de que Vieira é o “Presidente do Povo”.
Se quem manda, quem lidera, ou quem preside, tem de aguentar e dar a cara, quando os tempos são difíceis, também é justo que se realce a dedicação, o trabalho, a certeza das escolhas, a preserverança no caminho trilhado, a coragem de enfrentar todos os riscos e todas as adversidades, quando o tempo é de bonança e o futuro risonho. Luís Filipe Vieira merece, assim, ser o rosto principal deste novo tempo de vitórias e empolgamento, deste novo Benfica, porque foi ele quem escolheu os outros rostos.