Assembleia Geral
É triste ver nas notícias (ou in loco) o nome do nosso clube manchado por desacatos numa Assembleia Geral e mais triste ainda ver um Presidente do Benfica sair "escoltado".
E é tanto pior quando tal acontece numa altura da época onde não existem resultados a contestar, normalmente aquilo que mais aquece os ânimos!
Sobre este assunto teço as seguintes considerações:
1) Estas atitudes dos sócios (?) são lamentáveis e desprezíveis. Existem forma de exercer o direito de discordar que não podem passar por este tipo de comportamentos.
2) É duro verificar que no FC Porto, em que existem suspeitas (?) de corrupção, administradores condenados a penas de prisão, decisões nefastas para o clube como a última de não contestar a decisão de corrupção tentada e consequente afastamento da Liga dos Campões (que para já não o é mas sê-lo-á, já que a UEFA não me cheira que o perdoe...), o seu Presidente tem o apoio dos sócio de forma incondicional e no Benfica, livre de tudo isto, exista uma contestação que se eleve a esta dimensão...
3) É óbvio que esta contestação vem de uma franja de sócios (?) que tem como motivos, questões distantes daquelas que estavam em discussão na AG. E a propósito de tal, digo (talvez com alguma injustiça) que me choca qualquer apoio às claques. O seu comportamento é na maior parte das vezes inqualificável, é um centro nevrálgico de actividades ilícitas e representa o que de pior tem o futebol (os dirigentes - genericamente falando - representam outra forte componente do que devia ser banido do futebol). Ou seja, o que de mal trazem não compensa nem por um momento alguma da côr, vivacidade e apoio que efectivamente trazem ao jogo.
4) Independentemente dos 3 pontos anteriores, o Presidente do Benfica não deve como o tem feito nos últimos tempos, não dar o rosto na resposta à contestação. Deve aparecer nos momentos bons e nos maus e enfrentar as conjecturas negativas com a coragem de não mascarar os problemas com situações que se passam à volta do Benfica. Sendo importante lutar pela transparência, pela não viciação de resultados, etc, não é menos importante assumir o que internamente se fez mal. Só com a aceitação de erros do passado, se consegue projectar um melhor futuro.
Não digo com isto que a sobriedade não seja importante. É-o e apreciou a forma como aparentemente Rui Costa tem tido a possibilidade de trabalhar, longe da intervenção da direcção. Mas sobriedade e eclipsamento nos maus momentos, são coisas distintas.
5) Por último, não se pode esquecer que esta contestação só ganha "espaço" para aparecer dada a manifesta ausência de resultados. O discurso de estamos a endireitar o Benfica e que teremos uma equipa de nível europeu e que seremos crónicos campeões nacionais, já só tem validade com aplicabilidade concreta. Agradecemos o que foi feito, apreciamo-lo, percebemos o caminho que teve de ser traçado, mas é tempo de saltar para o degrau seguinte.
Concluindo, a melhor forma de evitar a contestação é enfrentá-la e sobretudo...ganhar!
PS1 - Espero que se efective Aimar. Seria efectivamente uma excelente contratação.
Saudações Benfiquistas,
Paulo Ferreira