TRÊS BANHOS
Abençoada chuva diluviana que não afastou nenhuma alma da catedral da Luz. Abençoado Manuel José, que em entrevista recente disse que o Benfica era uma equipa assustada e, assim, acabou por confirmar a razão do seu despedimento por incompetência. Abençoado clube que tem adeptos como aquelas dezenas de milhares que foram à Luz, apesar da equipa ter sido antecipadamente derrotada pelos comentadores encartados: uns porque disseram que as ausências eram demais para confrontar o todo-poderoso fcporto; outros porque vaticinaram que o “general Inverno” iria colocar um ponto final naquela cavalgada triunfal de goleadas por uma equipa de classe mas “excessivamente tecnicista e leve”.
Ponto final assim no mito de que chegando o Inverno ia ser o descalabro. Não foi. Foi Glorioso. Ou, como dizia hoje “A Bola”, numa fantástica capa, foi “Grandioso”. Queriam terreno pesado? Queriam chuva a potes? Tiveram tudo isso e tiveram uma equipa de luta, sofrimento, carácter, classe, talento.
Faltam adjectivos para explicar os 90 minutos. Mas aqueles milhões que viram o espectáculo Benfica, esmagador nos primeiros 45 minutos, fazendo do fcporto um parceiro menor como nunca nenhum equipa esta época, Chelsea incluído, tinha feito, sabiam que sabia a pouco aquele 1-0 ao intervalo.
Urreta? Fabuloso, como o tínhamos pressentido há dias no “O Inferno da Luz”., em cujo post a 13 de Dezembro escrevi "para o lugar de Di Maria, Urreta", como podem confirmar .Carlos Martins, soberbo, desmentido os arautos da desgraça que o veêm como irregular e um pouco afastado da realidade. David Luiz? Imperial, mas sabíamos todos, sabia ele também, que a campanha encomendada era para levar o amarelo por nada. Não chegou.
Javi Garcia? Portentoso, como só ele sabe ser – encheu o campo de classe e generosidade. E Maxi? Luisão? Peixoto? Mais Saviola – que génio!!! E Cardozo, magnífico. 1-0, está bem chega, são três pontos e quatro de avanço. Mas aquele penálti do tamanho da Torre dos Clérigos fez-nos lembrar os célebres “roubos de igreja”. Rodriguez tentou o andebol ou o voleibol, porque percebeu que no futebol o banho estava dado.
Um banho de futebol? Nem pensar. Três banhos. O banho da chuva diluviana. O banho de futebol. O banho táctico que Jorge Jesus deu a Jesualdo Ferreira. E que chega um Bom Natal para todos vós!