30
Jun08
Platini, "wanted: dead or alive"
Pedro Fonseca
Michel Platini – é este o homem mais procurado do momento. Considerado um perigoso terrorista, indiciado por crimes contra a Humanidade, acusado de hediondas malfeitorias, este sujeito, misto de “serial killer” e criminoso de guerra, continua a monte, enquanto a CIA, a Interpol, a PJ, e os Superdragões lançaram uma caça ao homem nunca antes vista.
O alarme é tal que o actual Presidente da UEFA foi confundido com este “monstro”, tendo tido sérias dificuldades para ocupar o seu lugar na tribuna do estádio Ernst Happel, em Viena, onde ontem se jogou a final do Euro 2008. Alarme falso, era só um sósia.
Contudo, esta semelhança fisionómica tem confundido as redacções dos jornais, alguns fazedores de opinião e o mundo do futebol. As teorias da conspiração costumam nascer das mais inocentes conjecturas.
Será Platini e o Presidente da UEFA uma e a mesma pessoa? Não é crível. Um Presidente da UEFA, a entidade máxima do futebol europeu, nunca por nunca se insurgiria contra um colosso como o FC Porto, um dos membros da “nata” do G – 14. Pior e mais grave, um Presidente da UEFA nunca por nunca acusaria um colosso como o FC Porto de má figura e de comportamentos desviantes – seja lá o que isso for. Mais, um Presidente da UEFA nunca por nunca se preocuparia com a corrupção no futebol e com a necessidade de ter um “futebol limpo”.
Ora, nos últimos dias, Platini tem feito jus à sua imagem de “inimigo público nº 1”. Disse, coisa horrorosa, que “o futebol não é para batoteiros” e, não contente com isso, voltou a reincidir, logo na véspera da final do Euro, ao afirmar, escondido nas montanhas do Afeganistão e através de um video enviado para a Al-Jazzera, que estava descontente com o facto de clubes “batoteiros” terem sido aceites na “Champions” 2008/2009. Estaria a referir-se ao colosso FC Porto? Há dúvidas pertinentes.
Um fazedor de opinião, de nome Rui Moreira, confundiu Platini com um “jogador mediano, que actuou na Juventus”. A Camorra napolitana e a Cosa Nostra siciliana mostraram-se indignadas e querem saber o que é que Platini tem contra os batoteiros.
No entretanto, em Palermo, cidade do agrado de José Mourinho, gente das artes e dos futebóis organiza-se para encontrar e liquidar esse assassino à solta, a soldo dos maiores crápulas do Universo. Esse tal de Platini, francês com nome italiano.
O mundo inquieta-se com a Intifada que se anuncia. Com medo de represálias, o Presidente da UEFA aposta numa operação plástica que lhe altere a fisionomia. Antes, ainda teve tempo para abraçar Ballack e entregar a Taça Henry Delaunay a Iker Casillas. A seu lado, uma corte de personalidades: o Rei de Espanha, Sua Alteza D. Juan Carlos, a Rainha Sofia, a Chanceler alemã, Ângela Merkel, o Primeiro-Ministro espanhol, José Luiz Zapatero. Poderiam estes notáveis sentarem-se ao lado de um facínora como Platini? Nunca fiando, o Presidente da UEFA faz bem em mudar de cara.