28
Out09
SOMA E SEGUE!
José Esteves de Aguiar
Depois de mais uma estrondosa vitória do nosso Glorioso Benfica, não posso deixar de escrever sobre o jogo de ontem à noite.
Peço desculpa aos visitantes deste blog pelo facto de não me ter sido possível “postar” mais cedo, mas afazeres profissionais inadiáveis não mo permitiram.
A vontade de debater aquele jogo era tão grande que, principalmente benfiquistas, mas também sportinguistas e portistas (!) nem conseguiram esperar e começaram a fazer comentários às incidências da partida no post de ontem, não obstante ter um tema bastante diverso…
Para começar, parece-me da mais elementar justiça e bom-senso considerar que a vitória do Benfica foi o único resultado condizente com o que se passou dentro de campo. O próprio Manuel Machado, apesar de ser notório que ainda tinha, a sair-lhe da boca, umas perninhas dos sapos que teve que engolir, admitiu isso mesmo. Curiosamente – ou talvez não – apenas se queixou da arbitragem da segunda parte do jogo, passando olimpicamente sobre os primeiros 45 minutos, como se os mesmos nem tivessem existido!
Ora, toda a gente viu que o golo do Nacional foi obtido tirando partido da situação de fora-de-jogo em que se encontrava o seu marcador, Edgar Costa. Dois minutos depois, foi anulado um golo a Saviola por um fora-de-jogo muito menos evidente (no momento do remate de cabeça de Luisão, Saviola estava em linha com o último defesa do Nacional).
Ou seja, sem a ajuda do árbitro ao Nacional, o Benfica deveria ter chegado ao intervalo a ganhar por uns tranquilos 3-0 ou, pelo menos e eliminando os dois lances de fora-de-jogo, por 2-0.
No início da segunda parte, pareceu-me claro que o Aimar se aproveitou do toque do jogador do Nacional para ganhar uma grande penalidade. Uma vez que já há quem ande por aí a pregar que deveria ser aplicado um sumaríssimo a Aimar, por simulação, recordo o seguinte: mesmo que o entendimento da Liga seja de que existiu simulação de Aimar, o jogador só poderá ser alvo de uma multa, uma vez que o resultado era favorável ao Benfica (2-1), terminando 6-1. Segundo o ponto 3, alínea a) do artigo 121.º, “o jogador que provoque decisão errada da equipa de arbitragem por ter (…) simulado de forma evidente falta inexistente que conduza à marcação de grande penalidade (…) sem beneficio para a sua equipa ou prejuízo para a equipa adversária na atribuição final dos pontos o jogador é punido em multa de 500 a 2500 euros”.
Que me lembre, foi este o único erro do árbitro que beneficiou o Benfica, sendo certo que, aos 62 minutos, mais uma vez julgou errado e contra o nosso Clube. Acho que ninguém descortinou a razão para ser anulado o golo de Saviola…
Alegam os detractores do Benfica – incluindo os comentadores “experts” José Guilherme Aguiar e Eduardo Barroso e ainda o treinador do Nacional – que foi cometida “falta grosseira sobre Ruben Micael”, a preceder o 4.º golo do Benfica. Para que os leitores possam ajuizar por si próprios, sem influências externas, aqui fica o link para o lance em causa:
Ruben Micael nem é tocado e, de grosseira, apenas se vislumbra a simulação.
Apenas umas breves palavras sobre a atitude de Jorge Jesus aquando do quarto golo do Benfica. É certo que exibiu quatro dedos, numa clara alusão aos golos contabilizados até então, mas se isso é um gesto ofensivo, então milhões de crianças o fazem, todos os dias, quando se lhes pergunta a idade!
Tenho para mim que foi uma atitude muito mais de satisfação - depois de ter visto outros golos serem sonegados ao Benfica, anteriormente – do que de ofensa. Talvez alguma provocação, dentro da “guerrinha privada” que mantém com Manuel Machado, mas nunca algo suficientemente forte para merecer castigo. Alguém já comparou esta situação com a de Paulo Bento, quando fez o gesto típico de furtar, mas parece-me que a comparação não faz sentido, porque o gesto feito por Jorge Jesus não é ofensivo, nem deixa implícito qualquer tipo de acusação, seja a quem for!
Ultrapassadas estas questiúnculas, as quais mais não visam do que tentar tirar mérito à vitória do Benfica, certo é que continuamos a apresentar um futebol lindo, espectacular e demolidoramente eficaz.
O carrossel vertiginoso com que os jogadores do Benfica confundem e baralham as defensivas contrárias já se encontra bastante afinado, atendendo aos poucos meses de treinos de conjunto que o plantel tem, mas é legítimo pensarmos que o entendimento poderá ainda melhorar substancialmente.
É certo que não devemos embandeirar em arco, não só porque ainda não ganhámos nada de significativo, mas também porque ainda não defrontámos os adversários mais difíceis. No entanto, parece-me que, desde o tempo do Eusébio e C.ª, nenhuma equipa portuguesa fez o que este Benfica tem feito: vencer e convencer, com goleadas sucessivas, proporcionando ao mesmo tempo grandes espectáculos a quem gosta de ver bom futebol, independentemente da cor clubista.
Nota-se que os jogadores estão felizes e que eles próprios se divertem com a bola e com as jogadas de fino recorte técnico que desenvolvem, jogo após jogo.
Mas a inveja mora ao lado e por todos os lados. Não tenhamos dúvidas de que cada vez mais escolhos vão semear no nosso caminho.
No entanto, a caminho do(s) título(s), este Benfica soma e segue!