Regressar à Europa!
Julgo que nenhum Benfiquista ficou contente com o resultado do jogo inaugural da Primeira Liga.
Mas julgo também que nenhum Benfiquista ficou realmente preocupado, dado que todos percebemos que o árbitro deu “só ares” de não estar nos seus “dias” e o Benfica teve um nível exibicional mais do que suficiente para vencer o Marítimo.
Jogos com esta sorte fugidia e este apito esquivo não se repetirão certamente muitas vezes, como bem disse Jorge Jesus.
A pior noticia foi talvez a paragem forçada de Carlos Martins.
Julgo também, pelo menos quando o Benfica não tem que ter uma postura defensiva, que deve apostar em Schaffer na direita e não em David Luiz. No resto, concordância total com a doutrina de Jesus.
Mas hoje vem um teste mais exigente para o Benfica.
Muito de nós culpam o “sistema e os apitos” dos maus desempenhos do Benfica nos últimos 4 anos.
Eu, sem ser ingénuo e percebendo que o Benfica tem sido prejudicado, não alinho nesse coro conformista que até faz inveja a Bettencourt. E não alinho porque percebo que o Benfica não tem sido a melhor equipa.
A prová-lo está o desempenho europeu que (não) tem tido, em especial na última época.
É, de facto, impossível justificar com quaisquer fantasias o percurso europeu do Benfica, num ano em que terminou com um ponto, no último lugar da fase de Grupos, na menos importante competição europeia, frente a equipas sem o nosso nome e a nossa dimensão.
Já para não falar do “desatinado” 5 a 1 contra o sofrível Olimpiakos…
Mas o Benfica deste ano está diferente! Tem que estar diferente.
E é por isso que tem que voltar a ter a ambição de se afirmar permanentemente como um clube ganhador em Portugal e na Europa.
É também por isso que é imprescindível ( e natural) que “despache” sem apelos ou agravos, o pouco conhecido Vorskla Poltava (nem me venham falar em comparações com o Metalist, equipe de que já me esqueci).
É, finalmente por isso, que eu espero, com muita serenidade e convicção, um regresso do Benfica pela porta maior à Europa dos verdadeiramente grandes.
António de Souza-Cardoso