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Novo Benfica

Novo Benfica

06
Jun08

espírito desportivo

Miguel Álvares Ribeiro

Conhecedor do meu interesse pelo desporto e da minha paixão benfiquista, o António Souza-Cardoso desafiou-me a participar neste Blogue Novo Benfica; obviamente que nem hesitei em aceitar o convite. O lançamento do blogue, no conhecido restaurante "O Barbas" - um especial agradecimento à simpatia do dono que o abriu de propósito para nos acolher - constituiu para mim uma interessante e curiosa manifestação de Benfiquismo e obrigou-me a reflectir sobre a clara diferença de perspectivas que eu próprio adopto se olhar para o fenómeno desportivo numa perspectiva analítica ou se puser as “lentes” de adepto.
Enquanto fui dirigente desportivo de um clube inteiramente amador, sempre pus em primeiro plano os valores associados à cultura desportiva, em clara sobreposição aos resultados desportivos imediatos. Mais do que nas capacidades atléticas ou físicas, para mim um verdadeiro desportista vê-se na forma como sabe respeitar os adversários e encarar as derrotas e as vitórias. Entristece-me que o futebol, hoje em dia praticamente saído da área do desporto para a dos negócios, seja a única modalidade com forte visibilidade mediática, e ao mesmo tempo a que pior serve os desígnios do espírito desportivo, com frequentes manifestações de profundo desrespeito pelos adversários por parte de jogadores e adeptos.
Sem dúvida que uma equipa de futebol muito forte, capaz de conquistar títulos, é cada vez mais determinante, mas continuo a achar que a grandeza do Benfica se deve em muito ao ecletismo e ao sucesso de outras modalidades, que levaram o Benfica a todos os pontos do país e mesmo do Mundo.
Quando convidado a dizer umas breves palavras foi este o mote que escolhi, salientando a importância das modalidades “amadoras” na promoção do verdadeiro espírito desportivo. Numa breve mas incisiva e esclarecedora intervenção, o Presidente Luís Filipe Vieira referiu alguns números que vou tentar reproduzir: o orçamento das “amadoras” do Benfica é aproximadamente 1/10 do do futebol, mas o futebol representa cerca de 99% do total de receitas e 97% da assistência aos jogos (sendo que neste caso cerca de 60% da assistência aos jogos das “amadoras” é relativa a convites). Perguntou ainda se estaria preparado para que as nossas equipas fossem apenas constituídas por jogadores formados no Benfica, ainda que tal implicasse o provável alheamento da disputa dos principais campeonatos. Impulsivamente, com a “segurança” das minhas convicções nesse campo, disse logo que sim, mas neste momento já não estou nada certo disso.
Acho que o tema das modalidades amadoras pode e deve merecer um profundo debate na família Benfiquista, embora também saiba (até pela amostra de opiniões claramente divergentes entre os presentes) que nunca será consensual. Realmente, para um clube da grandeza do Benfica, é fundamental que as equipas se encontrem sempre a lutar pelas posições cimeiras nos campeonatos em que participam, mas também acho fundamental que se faça uma fortíssima aposta na formação e na promoção dos valores associados ao espírito desportivo.
No meu caso sei que foi fundamental para me tornar Benfiquista o exemplo de Eusébio, sem dúvida para mim um dos maiores futebolistas de todos os tempos mas simultaneamente simples, humilde e profundamente respeitador dos adversários. Na actualidade penso que temos outro excelente exemplo na nossa super-campeã Vanessa Fernandes.
Espero sinceramente que seja possível termos muitos mais no futuro!
 
Saudações Benfiquistas
Miguel Álvares Ribeiro

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