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Novo Benfica

Novo Benfica

02
Mar09

UMA GALA À BENFICA

Pedro Fonseca

No passado sábado, o Sport Lisboa e Benfica celebrou 105 anos. Foi uma Gala à Benfica, com alma e com mística. Com emoção e com lágrimas. Com paixão e amor à camisola. Com o passado a nortear um presente e um futuro que se querem também gloriosos.

Não houve pontos altos, a Gala foi o “ponto alto”, mas gostava de sublinhar 3 dos momentos mais marcantes: a homenagem a Bento, a Coluna e a Eusébio; a presença marcante do Sport Luanda e Benfica, através de Tchizé dos Santos, que é nem mais nem menos que a filha do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos; e o discurso do Presidente do Benfica.
A gala foi o encontro do Benfica do passado, do presente e do futuro. O Benfica de Cosme Damião, o nosso querido fundador, mas também de Bento, nunca esquecido nos nossos corações; do “monstro sagrado” Mário Coluna e da Pantera Negra, Eusébio.
Com as emoções à flor da pele, Bento surgiu no ecrã gigante no palco. De pé, as pessoas que enchiam a sala do casino do Estoril, levantaram-se como uma mola. Os aplausos trovejaram no ar e o filho de Bento, incumbido de receber o prémio destinado ao pai, levou-nos às lágrimas.
Depois Coluna, e o regresso à nossa infância feliz. À frente dos olhos passavam as equipas gloriosas capitaneadas por esse mítico capitão. Corroído pela maldita doença, Coluna subiu com dificuldades ao palco – a sala de pé, mais uma vez -, recebeu um abraço de Luís Filipe Vieira e o prémio das suas mãos, e, de repente, num gesto de humildade, de gratidão, de amor à camisola, de benfiquismo, ajoelhou-se e cruzou os braços numa espécie de abraço que nos envolvia a todos.
E nós de pés. Era a nós que nos cabia ajoelhar perante Mário Coluna e agradecer-lhe todas a alegrias e glórias. Juntou-se-lhe logo ali Eusébio. Coluna e Eusébio, juntos e ao vivo. O tempo parecia ter parado, por momentos, naquele momento mágico. Depois, começou a andar em velocidade vertiginosa para trás – a epopeia das campanhas europeias, as dezenas de títulos, as vitórias gloriosas.
Os jogadores, as nossas actuais vedetas, juntas e demonstrando um enorme companheirismo, mantinham-se de pé e atentas, enquanto Coluna e Eusébio permaneciam no palco. E intuiu-se nos olhos de Aimar e Di Maria, de Katso e de Luisão, de Cardozo e de Reyes, um brilhozinho de desejo de cumprir o pedido de Eusébio: “Eu sei, sinto, que vamos ser campeões”.
Agarrem a mensagem de Eusébio e cumpram-na como se dela dependesse a vossa vida. O Pantera Negra foi tão emocional, o que disse foi tão sentido, o que transmitiu aos jogadores foi tão forte, que é impossível não lhe fazer a vontade.
Os jogadores levaram um enorme fardo de responsabilidade para casa, mas todos os benfiquistas estão certos que receberam uma injecção anímica de apoio, de dedicação e de solidariedade, dos sócios e adeptos, da Direcção e do Presidente, naquela gala, que podem sentir-se reconfortados e mais empenhados que nunca em cumprir o desígnio: conquistar o título.
Se todos éramos ilustres naquela sala, não se pode deixar de fazer uma referência especial para o Sport Luanda e Benfica, presente através da sua principal dignatária, a filha de José Eduardo dos Santos, Tchizé dos Santos.
Angola é um país fabuloso e único, rico e finalmente em paz. Alguns dos mais ilustres atletas da história do Benfica foram e são angolanos. Milhões de angolanos sentem o Benfica como milhões de portugueses. O Benfica é de Lisboa e do Porto, de Paris e de Nova Iorque, de Maputo e de Luanda.
Luanda é, por isso, um local privilegiado e a privilegiar de benfiquismo. O estreitamento de laços com os países africanos de língua oficial portuguesa, que o Presidente do Benfica tem vindo a encetar, faz parte de uma estratégia que é decisiva para o futuro e para o engrandecimento do Benfica.
Por último, o discurso do Presidente do Benfica. Um discurso estruturado, claro e determinado. Um discurso à Benfica.
Sublinho três momentos: a celebração da nossa gloriosa história; a recuperação levada a cabo nos últimos anos; os desafios do futuro.
O passado: “Devemos celebrar a nossa história, porque ela é a nossa identidade, porque o nosso presente reflecte o nosso passado, mas não se enganem, temos de olhar a nossa história não apenas como algo que se herda, mas como algo que se conquista diariamente, que se renova, que se enriquece.
A mística do Benfica construiu-se de muitas histórias, de muitos nomes, da vontade e do inconformismo de muitos outros, do sacrifício e do esforço de milhares de rostos que com o seu exemplo escreveram a memória destes 105 anos.
Alguns mais conhecidos do que outros, mas todos eles importantes para aqui estarmos hoje!
Essa é a responsabilidade dos que hoje vestem a camisola do Benfica, dentro e fora de campo, saber honrar o testemunho e o exemplo dos nossos fundadores.
Esta camisola não serve a todos, nem pode ser usada por todos! Alguns já saíram porque não a mereciam, outros nunca entraram porque não a souberam sentir!
Para vestir esta camisola é preciso merecê-la. É preciso saber senti-la!
O presente: “O Benfica recuperou a sua credibilidade, recuperou a independência que a gestão dos últimos anos permitiu alcançar.
A estratégia ganhou ao improviso, o rigor impôs-se à demagogia e é esse o caminho que vamos continuar a trilhar.
Criámos as bases sobre as quais estamos a desenvolver todo o projecto; foi um longo caminho que se completa a cada dia que passa, ultrapassando os obstáculos que, inevitavelmente, continuarão a surgir.
Os 105 anos que hoje se comemoram devem-se à persistência, ao trabalho e a uma cultura de exigência que sempre nortearam a grande maioria dos que tiveram responsabilidades na direcção do Sport Lisboa e Benfica.
O Benfica foi feito de ousadia, de ilusão, mas também de muita coragem. Talvez por isso, tenha conseguido resistir a tudo. Ao tempo, à incompetência de alguns, ao oportunismo de outros.
O segredo para tanta vida, para tanto inconformismo, são os seus sócios e adeptos. Foi por eles que aqui cheguei, é por eles que aqui estou!
O futuro: O importante é manter o rumo traçado e que aponta para uma combinação em que se alia uma rigorosa gestão orçamental com o máximo de retorno desportivo! É um princípio que vale para todo o universo Benfica!
O Benfica nunca foi apenas um Clube de futebol, nem nunca foi apenas o Clube de uma região, sempre foi muito mais.
E assim há-de continuar, porque contra os que teimam em separar o norte contra o sul, nós dizemos que somos o norte e o sul, o litoral e o interior, que somos todos aqueles que por esse Mundo fora sofrem e se entusiasmam com o Benfica.
Somos um Clube do Mundo, que nasceu e é português, que tem orgulho no seu local de nascimento, mas que sabe que é reconhecido e admirado nos cinco continentes. Este é o Benfica!
Luís Filipe Vieira frisou, ainda, que “é imprescindível recuperar a confiança de todos quantos acompanham o futebol, é imprescindível recuperar a credibilidade das instituições que o representam.
Não temos escolha, senão continuar a lutar. Fomos nós que lançámos o processo de mudança, temos de ser nós a garantir que não se volta para trás.
Sempre o disse e sempre o assumi: É preciso cuidar dos males que corroem a base do nosso futebol, porque só assim podemos ter confiança no seu futuro.
Renunciar a liberdade de procurar a verdade, de denunciar aqueles que querem prejudicar o futebol, é incompatível com a minha forma de estar na vida.
Que todos saibam, que pagaremos qualquer preço, enfrentaremos quaisquer dificuldades, desafiaremos todos os obstáculos, para assegurar que a verdade desportiva vai regressar ao futebol português!”
Entre a emoção e a razão. Entre o passado e o futuro. Há um presente que se constrói com as referências do passado e com os olhos no futuro. Um Benfica assim, como o de sábado à noite, é galvanizador e indestrutível. E ganhador!

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