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Novo Benfica

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29
Nov08

O "Velho Benfica"

António de Souza-Cardoso

Já há alguns meses que eu não sentia vergonha do meu Clube;

Já alguns meses que eu não sentia aquela eminente vulnerabilidade de ser humilhado, até por um transeunte;

Já alguns meses que eu não recebia tantas graçolas idiotas na minha caixa de mail ou no meu telemóvel;

E, no entanto, fui cauteloso a levantar a garimpa, neste novo ciclo.

Falei em tempo de construção: para assimilar rotinas e afectos – atitude, cultura comportamental; para se ganhar estrutura e sentido estratégico – desígnio, cultura organizacional.

Mas depois, claro, quem resiste á paixão quase pueril do “menino” Rui Costa? Quem não se deixa cativar pela seriedade, juventude e ambição de Quique Flores?

E lá me deixei levar na onda do “Novo Benfica” com que tanto sonho. E, de peito feito, sai para a Rua (que saudade de sair para a Rua), e voltei à arredondar um “até os comemos!” ou alambazar um “não vejo ninguém à minha frente!”. Maldita a Hora!

Por isso é que na quinta-feira, contra uma equipe de segunda a nível europeu, num jogo decisivo para a “reconstrução” do Novo Benfica, em cai. Cai lá bem do cimo da minha vaidade e da minha esperança, levada em asas da águia para o cocuruto desse Olimpo mais Alto.

 O Benfica continua adiado e isso é que nos tem que preocupar.

É verdade que é difícil sofrer 3 golos em pouco mais de 20 minutos (mas do Olympiacos??)

É admissível dizer que tivemos um golo mal anulado a Reyes e que o quinto do Olympiacos foi em vergonhoso fora de jogo (mas foi por isso??).

A verdade disse-a Quique Flores com aquela honestidade de que não sabe fugir – “Tivemos um Benfica de Papel” .

E este Benfica frágil, leve e inconsequente, lembra muito o “Velho Benfica” que nunca quisemos assumir mas que há muito que perdeu o seu instinto e a sua grandeza.

É verdade que o Benfica bateu mais fundo do que todos julgamos com Administrações desastrosas de Manuel Damásio, Vale Azevedo ou outros. Mas também aí fomos nós que nos quisemos enganar e que fizemos de “Calimero” arranjando todas as desculpas e subterfúgios para explicar o nosso insucesso.

É verdade que “Roma e Pavia não se fizeram num dia” e que fazer leva sempre mais tempo e energia do que desfazer.

É verdade que esta Direcção e este Presidente ajudaram a credibilizar e a construir a esperança Benfiquista.

Mas não está tudo bem, como nos querem fazer querer.

Falta-nos tempo e sobra-nos caminho para refazer a tal cultura comportamental e organizacional.

E é por isso que temos que ser exigentes com este Benfica. Exigir que todos: Dirigentes, Treinadores, Jogadores, Claques e Massa Associativa estejam à altura da Força e da Mística do Clube. Estejam em linha com a Esperança e a Altivez que é urgente devolver ao Benfica.

Para que nunca mais, mas nunca mais voltemos a esta sensação de impotência, de humilhação e de vergonha.

A mesma que eu vi nos olhos do meu Filho - que transbordam sempre de paixão e esperança Benfiquista.

 

António de Souza-Cardoso

 

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