Notícias constantes, nos mais diversos órgãos de comunicação social e com maior acuidade nestes últimos dias, têm dado conta do interesse de grandes clubes europeus na aquisição de jogadores do Benfica.
Não me lembro de assistir a tamanho assédio em relação a um clube do futebol português, nem mesmo no tempo de maior destaque internacional do F.C. Porto. Na altura em que Mourinho foi para o Chelsea, levou consigo alguns jogadores de confiança, mas não se verificou a mesma loucura a que assistimos nos últimos tempos em relação ao Benfica.
A não ser que necessite em absoluto, o Benfica faria muito bem em não vender nenhum jogador nesta altura, sendo preferível esperar pela exposição na grande montra do futebol mundial, que será o próximo Campeonato do Mundo, na África do Sul.
É claro que poderá haver jogadores que neste momento brilham e que não tenham oportunidade de fazer o mesmo durante o Campeonato do Mundo, seja por estarem integrados em selecções prematuramente eliminadas, seja por não conseguirem apresentar-se nas melhores condições físicas nessa altura, como resultado de uma época desgastante.
Neste momento, ocorrem-me, como jogadores pertencentes ao plantel do Benfica (mesmo se emprestados) e que poderão marcar presença no Mundial, os seguintes: Portugal – Quim, Nuno Gomes, Rúben Amorim e César Peixoto; Brasil – Luisão, David Luiz e Ramires; Argentina – Aimar, Di Maria e Saviola; Uruguai – Maxi Pereira e Urreta; Argélia – Halliche e Yebda; Paraguai – Cardozo; Camarões – Bynia; EUA – Adu; Espanha – Javi Garcia.
São dezoito jogadores com possibilidades de virem a jogar no Mundial, muitos dos quais poderão vir a melhorar substancialmente a sua cotação no mercado, logo valorizando ainda mais a carteira de jogadores do Benfica.
O Benfica está, actualmente, a conseguir algo que o F. C. Porto vinha fazendo há vários anos – comprar jogadores a bom preço e valorizá-los de forma notória, podendo obter excelentes retornos dos investimentos efectuados.
Tenho a certeza de que, quando algumas vendas vierem a concretizar-se, o dinheiro apurado será aplicado de forma rentável e visível, não dando azo a críticas semelhantes às de tantos adeptos portistas que, só não confrontam a respectiva Direcção com as suspeitas que lhes assaltam os espíritos, porque o clube deles tem ganho competições. Mas vamos a ver se a mesma atitude passiva e de “olhar para o lado” continuará, se os resultados desportivos começarem a não aparecer…
Suspeito que, nessa altura, não vai faltar quem questione a SAD portista sobre o destino de tantos milhões de euros supostamente entrados nos cofres – graças a vendas de jogadores e participações na Liga dos Campeões – e como é possível manter-se um passivo tão elevado. A ver vamos.
Quanto ao Benfica parece-me de realçar a intensidade deste assédio aos jogadores, apesar de a equipa estar fora da Champions há alguns anos. Imagine-se o que seria se estes jogadores se exibissem na competição mais importante da Europa, a nível de clubes, o que seguramente acontecerá na próxima época!
De qualquer forma, o dinheiro não é tudo e estou certo de que a SAD do Benfica saberá acautelar a próxima temporada, não destruindo o “núcleo duro” fundamental da equipa actual.
É que este Benfica já vale muito, actualmente, dispondo de activos que, se necessário, cobrem os passivos, mas acredito firmemente que a valorização vai continuar, criando um efeito “bola de neve”, em que os bons resultados desportivos geram receitas e lucros e em que estes, por sua vez, proporcionam condições para a obtenção de ainda melhores resultados desportivos futuros.