TRÊS HISTÓRIAS DE ATITUDE (OU DE FALTA DELA…)
Sobre a brilhante conquista do título de CAMPEÃO NACIONAL pelo nosso Glorioso BENFICA, muito bem escreveram os meus antecessores neste blog, pelo que me limito a salientar a enorme felicidade que tive por estar com os meus filhos naquele maravilhoso Estádio, cheio de Famílias inteiras, unidas de corpo e alma com a nossa equipa e o seu objectivo comum (o título nacional) e individual (a Bola de Prata para Cardozo).
De lamentar, apenas, o facto de um pequeno grupo de adeptos (?) ter insistido em tentar estragar a festa, atirando sucessivos foguetes para o campo e mesmo para o meio de outros adeptos do Benfica…!
Passando às tais três histórias de falta de atitude, começo por salientar o “discurso de derrotado” de Domingos Paciência, revelando uma vergonhosa ausência de “fair play”, ele que até era considerado um gentleman quando jogava dentro das quatro linhas. A sua falta de aceitação das evidências, relativamente à vitória do Benfica – um clube que marcou mais 30 golos do que o Braga e deu espectáculo em quase todos os jogos - faz lembrar uma outra situação caricata – quando, há uns anos, o Porto perdeu a final da Taça das Taças para a Juventus e o Pinto da Costa, por considerar injusto o resultado, mandou fazer uma réplica (imitação perfeita) da taça perdida e ainda hoje a tem na sala de troféus do Porto…
Imagino que o presidente do Braga, fiel discípulo do Pinto da Costa, já deve ter pedido o nome do fabricante das réplicas de taças, para encomendar o seu exemplar de campeão nacional 2009/2010!
Quanto à segunda das três histórias, não posso deixar de salientar as diferenças dos discursos do Presidente da Câmara de Lisboa e do Presidente do Benfica. O primeiro tentou capitalizar para si o título de campeão do Benfica, referindo-o como um título para Lisboa, revelando falta de atitude desportiva, de bom-senso político e de noção da realidade do que é o nosso Benfica.
O Presidente do nosso clube fez questão de repor as coisas no seu devido lugar, afirmando que “este título não é de Lisboa, é de Portugal”. E disse mais: “o Benfica nasceu em Lisboa, tem honra na sua cidade, mas não se deixa fechar nela. Não dividimos o País, somos do Norte e do Sul, de qualquer lugar onde haja Benfiquistas!”. Com efeito, reduzir o título a Lisboa, seria menosprezar de forma inaceitável os milhões de adeptos – e dezenas de milhares de sócios – que em tanto contribuíram para o êxito do Benfica, em todas as cidades, vilas e aldeias de Portugal, mas também em tantos outros locais do Mundo, demonstrando – se é que tal ainda era preciso – que somos mesmo um clube à escala mundial.
Por último, não posso deixar em claro a falta de atitude de Carlos Queiroz. É claro que é altamente questionável que, do campeão nacional, o seleccionador apenas convoque um jogador. Que seja tão mentecapto que não reconheça a importância da experiência de Quim, o guarda-redes menos batido – a par de Eduardo – da Liga Portuguesa, que não perceba a importância de contar com a polivalência e o empenho de um Rúben Amorim, a raça e capacidade de remate de um Carlos Martins provavelmente na sua melhor forma de sempre, ou a experiência e importância no balneário de um Nuno Gomes.
Sem Carlos Martins – ou João Moutinho – quem fará as vezes de Deco, caso este se lesione, seja castigado ou, simplesmente, não esteja a render o necessário?
Quando questiono a falta de atitude de Carlos Queiroz não me refiro apenas às escolhas, tão discutíveis, de alguns nomes em detrimento de outros.
Refiro-me, principalmente, à falta de atitude ambiciosa de um homem que vai comandar uma selecção num campeonato do Mundo.
Para quê convocar dez defesas e três médios defensivos e apenas dois ponta-de-lança? Que mensagem, senão de medo e de “perder por poucos” transmite (inclusive aos jogadores), um seleccionador como este?
Não podemos esquecer-nos de que, mais do que o seleccionador do apuramento para o Mundial, Carlos Queiroz foi o seleccionador que quase deitava a perder tal apuramento, porque começou as contas a considerar logo que empates fora eram bons resultados…
Poderá ser um bom adjunto para Ferguson, mas é um péssimo seleccionador, um homem sem coragem para colocar a nossa Selecção a jogar futebol de ataque, como filosofia de jogo e não como último recurso e já com “as calças na mão”.
Oxalá me engane e, se tal acontecer, serei o primeiro a vir aqui mesmo dar a mão à palmatória, mas infelizmente antevejo uma ida e volta muito rápida da nossa Selecção. Mas talvez Carlos Queiroz tenha a sorte de Portugal fazer no Mundial o mesmo que a Grécia fez no Euro 2004 – defender com unhas e dentes, destruir o jogo dos adversários e lançar contra-ataques venenosos.
Até pode ganhar, mas a falta de atitude ganhadora expressa na convocatória contrasta de forma gritante com as expectativas quase histéricas de Madaíl.