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Out09
BENFICA MUNDIAL
Pedro Fonseca
Começo por pedir desculpas aos leitores deste blogue, que já ultrapassou a marca emblemática das 500 mil visitas – meta que será devidamente assinalada com um jantar no próximo dia 30, brilhantemente rotulado (pelo meu amigo António Souza-Cardoso) “Jantar dos 500 mil benfiquistas depois” -, por este atraso na publicação do meu post.
Aqui vai ele, portanto – mais vale tarde que nunca. Com o campeonato colocado em sossego, as selecções animaram o pousio futebolístico. Pelo mundo fora, os jogadores do Benfica foram estrelas, vedetas, protagonistas globais.
Cá dentro, a marca Benfica também deu cartas. Na Luz, Portugal deu o passo significativo para o apuramento para o Mundial da África do Sul. Mais de 50 mil pessoas – que não caberiam nem em Alvalade, nem no Dragão – exemplificaram porque é que a Luz é a casa de Portugal.
Simão, o nosso Simão, também brilhou. Naquele relvado que ele conhece como ninguém, o genial extremo sentiu-se como peixe na água. Muitas teorias se lançaram sobre o motivo que levou Simão a não festejar exuberantemente o primeiro golo contra a Hungria.
Também tenho uma: Simão sentiu-se nostálgicos dos golos que ali marcou com a camisola vermelha das águias e, por segundos, sentiu-se a viajar na máquina do tempo. O tempo, sabe-se, não volta para trás, mas diz o povo que o bom filho a casa torna. Simão foi um bom filho e a Luz é a sua casa.
Pouco antes, a dezenas de milhar de quilómetros de distância, Pablo Aimar e Di Maria brilhavam ao serviço de uma das mais poderosas selecções mundiais, a Argentina. Metido em trabalhos, Maradona não teve outro remédio senão chamar El Mago e Angelito, enquanto abdicava de Lucho, Lisandro, Riquelme, Zanetti, Burdisso, Cambiasso ou Kun Aguero.
Num jogo de vida ou morte, sob uma tempestade violenta, Pablo Aimar pintou a manta, passou Messi para segundo plano, e como se não bastasse, deu em bandeja de ouro uma bola para Higuaín fazer o primeiro golo.
No lado esquerdo, Di Maria foi um perigo à solta e, não estivesse a Argentina a passar por um período de abaixamento psicológico e o Peru teria sido goleado. No Brasil, sempre favorito em Mundiais, Ramires e Luisão vão pegando de estaca, enquanto que Óscar Cardozo continua com o pé quente no Paraguai. E ainda não falei de Maxi, a caminho do Mundial com o Uruguai.
Para quem anda muito preocupado com a gestão do Benfica, a resposta está aqui: centenas de milhões de euros em activos e que, após o Mundial de 2010, na África do Sul, podem render avultadas quantias aos cofres da Luz.
No caso de Portugal, a coisa é menos expressiva. Temos Nuno Gomes e César Peixoto, e para já, mais nada. Porém, o futuro diz-nos que jogadores como Fábio Coentrão, como Ruben Amorim, como Miguel Vítor ou como Carlos Martins podem fazer com que o Benfica volte a ter a maioria na Selecção Nacional.